Nome: Waldir Pereira
Nascimento: 08/10/1928
Falecimento: 12/05/2001
Jogou no Botafogo: 1956-1959, 1960-1962 e 1964-1965
Histórico: Waldir Pereira, o Didi, foi eleito o melhor jogador da Copa de 58, quando a imprensa européia o chamou de "Mr. Football"("Senhor Futebol"), Didi foi um dos maiores e dos mais elegantes meio-campistas da história do futebol.
Começou a jogar futebol muito cedo, no infantil do Aliança, time de Campos, do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Na juventude, quase teve de amputar uma perna. Quando se recuperou, passou pelo São Cristóvão, Rio Branco, Goitacaz e Lençoense, antes de chegar ao Madureira, junto com o irmão Dodô. Seis meses depois, Didi já estava no Fluminense, onde conquistou o Campeonato Carioca de 1951. Em 16 de junho de 1950, Didi inscreveu seu nome na história como o autor do primeiro gol no maracanã, sua equipe entretanto foi derrotada por 3 a 1 para a Seleção Paulista da mesma categoria.
Didi, foi um meia armador clássico, inteligente e assustadoramente frio. Voltou da Copa do Mundo de 1958 consagrado como o melhor jogador pela crítica internacional.
Foi um vitorioso colecionador de títulos ao longo de quinze anos de atividade: campeão pelo Fluminense; bicampeão pelo Botafogo; bicampeão mundial. Aplaudido ou vaiado, Didi foi um jogador de grande personalidade. O escritor Nelson Rodrigues o chamava de Príncipe Etíope.
A sua maestria na arte de jogar futebol lhe rendeu vários títulos e homenagens, exaltando sua classe e sua elegância. Didi é uma das poucas unanimidades no que se refere a jogadores de habilidade e liderança no futebol brasileiro. Ficou famoso como o inventor da "folha seca", um estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. Em uma cobrança de falta nesse estilo, classificou o Brasil para a Copa de 58, com a vitória por 1 a 0 sobre o Peru, nas eliminatórias de 1957. Na seleção, Didi marcou 20 vezes em 68 atuações.
No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.
Didi foi também um técnico de sucesso, levando a seleção do Peru às quartas de finais da Copa de 1970 quando perdeu para o Brasil.
Didi morreu em 12 de maio de 2001, às 8h30, em decorrência de complicações provocadas por câncer, no Hospital Universitário Pedro Ernesto (em Vila Isabel, na zona norte, a centenas de metros do Maracanã).
O ex-jogador foi internado em 25 de abril, com dores na barriga, sem saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da vesícula e do intestino.
Em estágio avançado, a doença comprometia o fígado, diafragma e colo. Não se recuperou mais. Sendo sedado, só respirava com a ajuda de aparelhos.
O velório ocorreu numa tarde, na sede do Botafogo, em General Severiano (zona sul). O enterro foi de manhã no cemitério São João Batista. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ficou de arcar com os custos.
Embora não fosse rico, Didi levava uma vida mais confortável do que muitos ex-jogadores. Morava com a mulher, Guiomar, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).
“O sonho dele era, ensinar algum garoto a fazer a “folha seca”. Didi reclamava que não via mais ninguém fazer isso”´, disse, no hospital, o presidente da Agap (Associação de Garantia ao Atleta Profissional), Nilo Chaves de Oliveira. Numa homenagem planejada desde antes da morte de Didi, a Agap inaugura em junho no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste) um centro esportivo com o nome de Waldir Pereira.
“Era um cara legal, foi muito amigo do meu pai”, disse no hospital Pedro Ernesto Maria Cecília dos Santos Cardoso, filha do ex-ponta-direita Garrincha, bicampeão com Didi pelo Brasil e seu companheiro no Botafogo.
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