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Autor da Semana O cristianismo de C.S. Lewis

Nihal

Ventinha xD
Lewis nasceu em uma família tradicional anglicana. Mas após a morte de sua mãe, aos 9 anos, foi para um colégio interno inglês, e foi nesse momento que começou a perder sua fé infantil, na adolescência, influenciado por seu tutor Willian Kirkpatrick, passou a crer no materialismo. Deixou de acreditar na existência de um Deus e, ao mesmo tempo, se ressentia por esse Deus ter criado um mundo injusto e cheio de falhas.

Mais tarde, Lewis incentivado por Tolkien e Dyson Hugo, aos poucos volta ao teísmo e posteriormente ao cristianismo. Lewis se caracteriza como "talvez o convertido mais desanimado e relutante de toda a Inglaterra." Essa experiência o ajudou a compreender melhor a resistência de certas pessoas à religião. Lewis passou então a fazer parte da Igreja Anglicana da Inglaterra e a dedicar-se a apologética cristã.

Ele estava ciente de que em uma sociedade exponencialmente laica e pós-cristã, a crença em um Deus onipotente era vista como uma ameaça. Como colocou em "O Problema da Dor", "O antigo homem se aproximou de Deus como o réu se aproxima de seu juiz. Para o homem moderno, os papéis são invertidos, ele é juiz, Deus está no banco dos réus..."

Lewis se tornou conhecido por suas palestras em um programa de rádio da BBC Londres, onde pregava o cristianismo e seus valores. Passou a ser considerado o apóstolo dos céticos, porque pregava pra quem não acreditava em tudo, pra quem gostava de provar e descobrir.

Todos os escritos de Lewis tem em comum uma fé razoável e completa, que abrange desde os mais cultos até os mais simples. Lewis possuía uma boa linha de pensamento e estrutura da fé. Para ele não havia fé fácil, e não se envolveria em uma religião que não fosse embasada por fatos. Em "Cristianismo Puro e Simples", Lewis escreve: "Não quero que ninguém o aceite [o cristianismo] se, na balança da sua razão, as provas pesarem contra ele. Não é aí que entra a fé." Todos os seus livros foram feitos para argumentar que a razão da pessoa deveria dizer a ela que as evidências estão em favor do Cristianismo, e que, uma pessoa racional deveria ser cristã. Lewis acreditava que qualquer pessoa que aceitasse o cristianismo acreditando que a razão e os fatos estavam contra ele, era simplesmente estúpida.

Ainda em "Cristianismo Puro e Simples", Lewis define "A fé, no sentido em que estou usando a palavra, é a arte de se aferrar, apesar das mudanças de humor, àquilo que a razão já aceitou.[..] E por isso que a fé é uma virtude tão necessária: se não colocar os humores em seu devido lugar, você não poderá jamais ser um cristão firme ou mesmo um ateu firme; será apenas uma criatura hesitante, cujas crenças dependem, na verdade, da qualidade do clima ou da sua digestão naquele dia.". Ou seja, Lewis é contra uma fé cega, sem questionamentos, apenas aceitando algo que é pregado por alguém. A fé deve vir como complemento de algo já racionalmente aceito.

Lewis pregava e acreditava em um cristianismo despido de sentimentalismos, uma fé que não dependia do emocional, mas de algo palpável de certa forma, algo em que se acreditar não apenas porque alguém disse que deveria, mas porque existe alguma evidência pra essa pessoa de que ela deve acreditar naquilo. Segundo coloca em seus livros, alguém só deveria aceitar o cristianismo depois de pesar todas as questões e aceitar racionalmente o que ele dizia. Assim, expõe que fé e razão não são coisas que devem andar separadas, mas sim, uma depende da outra para que possa existir.
 
Deixou de acreditar na existência de um Deus e, ao mesmo tempo, se ressentia por esse Deus ter criado um mundo injusto e cheio de falhas.
Interessante como ele mesmo se contradizia na religião!
Ele DEIXOU de crer em Deus e ainda assim ressentia-se de o mesmo Deus ter criado um mundo injusto onde ele também vivia... :think:

Mais tarde, Lewis incentivado por Tolkien e Dyson Hugo, aos poucos volta ao teísmo e posteriormente ao cristianismo. Lewis se caracteriza como "talvez o convertido mais desanimado e relutante de toda a Inglaterra." Essa experiência o ajudou a compreender melhor a resistência de certas pessoas à religião. Lewis passou então a fazer parte da Igreja Anglicana da Inglaterra e a dedicar-se a apologética cristã.
Esta parte me deixou um tanto confusa, nas crônicas de Narnia, sim, sou um tanto leiga para falar de Lewis, apenas li "As crônicas de Narnia", enfim, nesse já citado livro, ele não parece essencialmente "relutante"...Em certos momentos dá a entender muitas coisas do cristianismo diretamente indireto. ^^

Ele estava ciente de que em uma sociedade exponencialmente laica e pós-cristã, a crença em um Deus onipotente era vista como uma ameaça. Como colocou em "O Problema da Dor", "O antigo homem se aproximou de Deus como o réu se aproxima de seu juiz. Para o homem moderno, os papéis são invertidos, ele é juiz, Deus está no banco dos réus..."
Acho que isso é tão imensamente inteligente e consciente da parte de Lewis! Uma compreensão e visão do mundo bem ampla...
De certa forma, o homem não mais se vê menor que Deus, mas tenta provar que pode entendê-lo e explicá-lo...Provando que não precisa essencialmente de sua existência. Super... :think:

Lewis se tornou conhecido por suas palestras em um programa de rádio da BBC Londres, onde pregava o cristianismo e seus valores. Passou a ser considerado o apóstolo dos céticos, porque pregava pra quem não acreditava em tudo, pra quem gostava de provar e descobrir.
O tipo de intenção que prova a teoria de que ser radical não leva a nada! ^^

Todos os escritos de Lewis tem em comum uma fé razoável e completa, que abrange desde os mais cultos até os mais simples. Lewis possuía uma boa linha de pensamento e estrutura da fé. Para ele não havia fé fácil, e não se envolveria em uma religião que não fosse embasada por fatos. Em "Cristianismo Puro e Simples", Lewis escreve: "Não quero que ninguém o aceite [o cristianismo] se, na balança da sua razão, as provas pesarem contra ele. Não é aí que entra a fé." Todos os seus livros foram feitos para argumentar que a razão da pessoa deveria dizer a ela que as evidências estão em favor do Cristianismo, e que, uma pessoa racional deveria ser cristã. Lewis acreditava que qualquer pessoa que aceitasse o cristianismo acreditando que a razão e os fatos estavam contra ele, era simplesmente estúpida.
É o tipo de coisa que eu tentei expressar no Tópico do Dimidmx! ^^
Não vou afirmar que Deus criou o homem ou sei lá o que, mas se temos um cérebro, usemos para o que foi criado!

Ainda em "Cristianismo Puro e Simples", Lewis define "A fé, no sentido em que estou usando a palavra, é a arte de se aferrar, apesar das mudanças de humor, àquilo que a razão já aceitou.[..] E por isso que a fé é uma virtude tão necessária: se não colocar os humores em seu devido lugar, você não poderá jamais ser um cristão firme ou mesmo um ateu firme; será apenas uma criatura hesitante, cujas crenças dependem, na verdade, da qualidade do clima ou da sua digestão naquele dia.". Ou seja, Lewis é contra uma fé cega, sem questionamentos, apenas aceitando algo que é pregado por alguém. A fé deve vir como complemento de algo já racionalmente aceito.
Ou seja, aceitar mandamentos cegamente porque algum Bispo, Pápa, ou Padre prega é uma inteira ignorância. Não é mais fiel ou mais cristão aquele que escuta mil palavras bíblicas do Padre, diz-se o mais sabido dos fiéis pois que decorou o Alcorão...enfim, fé é mais do que palavras, é realmente aceitar o que se acredita e não por oportunidade e casualidade estar na Igreja porque herdou a religião dos pais de acordo com o que a constituição Brasileira diz! ^^


Lewis pregava e acreditava em um cristianismo despido de sentimentalismos, uma fé que não dependia do emocional, mas de algo palpável de certa forma, algo em que se acreditar não apenas porque alguém disse que deveria, mas porque existe alguma evidência pra essa pessoa de que ela deve acreditar naquilo. Segundo coloca em seus livros, alguém só deveria aceitar o cristianismo depois de pesar todas as questões e aceitar racionalmente o que ele dizia. Assim, expõe que fé e razão não são coisas que devem andar separadas, mas sim, uma depende da outra para que possa existir.

Justamente porque fé é algo individual, como pode alguém ter uma compreensão individual se alguém grita-lhe na consciência o que deve seguir? ^^

Enfim, Nihal, post excelente! Amei as citações que tu colocastes entre, ajudam muito a compreender melhor as ideias, assim como a intenção de explicar também essa parte de Lewis, sempre admirei a obra de Lewis por ele também expor mais do que uma simples narrativa, assim com Tolkien, ele buscava passar algo, nem que seja um mísero pedaço de opinião (coisa que nele não é Mísero em si...).
:clap::clap::clap::clap::clap::clap:

Post que deu um trabalho do caramba pra não citar errado com esse tamanho sono que estou! :obiggraz:
 
Interessante como ele mesmo se contradizia na religião!
Ele DEIXOU de crer em Deus e ainda assim ressentia-se de o mesmo Deus ter criado um mundo injusto onde ele também vivia... :think:
Na verdade ele se tornou ateu justamente por pensar que SE existisse um Deus, Ele não teria feito um mundo cheio de falhas, partindo do pressuposto que esse Deus seria perfeito, e um ser perfeito não criaria um mundo imperfeito. Mas depois que ele voltou ao cristianismo, ele desistiu dessa ideia e até escreveu em algum livro (que eu ainda não li) sobre por que um deus perfeito criou um mundo imperfeito.


Esta parte me deixou um tanto confusa, nas crônicas de Narnia, sim, sou um tanto leiga para falar de Lewis, apenas li "As crônicas de Narnia", enfim, nesse já citado livro, ele não parece essencialmente "relutante"...Em certos momentos dá a entender muitas coisas do cristianismo diretamente indireto. ^^

Quando ele escreveu as Crônicas ele já era cristão e apologista, essa relutância se refere apenas ao momento da sua passagem de ateu pra teísta e depois pra cristão. Inclusive nas Crônicas a intenção dele era realmente fazer um paralelo da história do cristianismo, ele imaginou como seria se existisse uma terra como Nárnia e como seria se o Filho de Deus encarnasse por lá. Como era uma terra de animais falantes e o leão é o "rei dos animais", ele o fez em forma de um leão falante.
 
A fé deve vir como complemento de algo já racionalmente aceito.

Acho isso sublime. Sim, a fé é irracional, mas quem vive a experiência da fé, não. Quem vive essa experiência é, ironicamente, chamado de animal racional. Então, eu acredito que o exercício da racionalidade ao invés de enfraquecer a fé, a fortalece, porque nos ajuda a lidar com a nossa cegueira, torna a fé mais consistente.

Não sei se é da minha personalidade forte, impulsiva, mas não consigo conceber a fé vivida de forma passiva. Eu comungo da ideia dos filósofos, às vezes, o mais importante é o questionar, não o responder. É preciso já saber muita coisa para se conseguir formular perguntas. E eu acho que com o devido bom senso, o exercício da fé deve vir sempre acompanhado do exercício do questionamento.
 
Acho isso sublime. Sim, a fé é irracional, mas quem vive a experiência da fé, não. Quem vive essa experiência é, ironicamente, chamado de animal racional. Então, eu acredito que o exercício da racionalidade ao invés de enfraquecer a fé, a fortalece, porque nos ajuda a lidar com a nossa cegueira, torna a fé mais consistente.

Não sei se é da minha personalidade forte, impulsiva, mas não consigo conceber a fé vivida de forma passiva. Eu comungo da ideia dos filósofos, às vezes, o mais importante é o questionar, não o responder. É preciso já saber muita coisa para se conseguir formular perguntas. E eu acho que com o devido bom senso, o exercício da fé deve vir sempre acompanhado do exercício do questionamento.
Ótimo tópico, Nihal. E belo post, Arringa.

Sou totalmente da opinião da Melian e, por conseguinte, do Lewis. Toda minha vida de fé se pautou pela busca racional do sentido. É claro que a fé não se reduz a filosofia e ciência, existe toda uma vivência espiritual que é de fato o cerne, mas este não existe sem que todo o seu ser aceite as verdades da religião APÓS muita reflexão e um estudo verdadeiro dessa fé. Admiro quem vive a fé assim em vez de um fideísmo cego.
 

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