• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

[Call of Cthulhu] As Máscaras de Nyarlathotep (ON)

Jeff Donizetti

Quid est veritas?

CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Prólogo
Nova Iorque, janeiro de 1925

scaled.php


A Big Apple nos anos 20

A Primeira Guerra Mundial trouxe para Nova Iorque o dinheiro da Europa. Investidores europeus haviam financiado a expansão dos Estados Unidos por quase 60 anos. Mas a direção do capital mudou após a eclosão da guerra na Europa. Agora, o continente necessitava de fundos para financiar os seus exércitos, e para as casas de investimento em Nova Iorque foi um “prazer” ajudar. Com os quatro anos da Grande Guerra, NYganhou uma batalha que durou mais de cem anos: substituiu Londres como a capital econômica do mundo. A New York de 1920 liderou um boom econômico que durou até 1929.

Geografia Urbana: Nova Iorque tem cinco distritos: Manhattan (New York County), Bronx (Bronx County), Queens (Queens County), Brooklyn (Condado de Kings) e Richmond (Richmond County). Nos anos 20, todos tinham sido ligados por pontes, túneis e linhas de metrô. A exceção foi Richmond, que ficava a trinta minutos de viagem de trem da baixa Manhattan através do East River.
Dos cinco distritos, Manhattan é aquele com a maior concentração de população e indústria. Nova-iorquinos costumam dividir a ilha em três seções: Midtown, Downtown, e Updown.

Passear pela cidade: Mesmos nos anos 20 já era comum em NY a imagem dos nova-iorquinos andando apressados e se empurrando-se em metrôs e calçadas, enquanto as ruas e avenidas havia longas filas de carros e caminhões. Nas manhãs e tardes um milhão de pessoas cruzavam a cidade para ir ao trabalho. Eles podiam usar o metrô, o trem elevado (o "TE"), ônibus ou carro. Além disso, o automóvel (que havia substituído quase que por completo a carruagem puxada por cavalos) tornou o deslocamento urbano uma atividade de lazer para muitos e levou à formação de congestionamentos mesmo nos finais de semana.
 
Última edição por um moderador:
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 0: "Jackson Elias"
Local: Universidade Miskatonic, Arkham-MA, 12 de janeiro de 1925 - ~ 11:00
Investigador: Prof. Cowleys


Depois de mais uma proveitosa aula dissertando sobre as recentes descobertas no Vale dos Reis, no Egito (Tutankhamon, por exemplo), o Prof. Cowleys está em sua sala para preencher alguns relatórios burocráticos enquanto beberica um uísque em sua garrafinha protátil de metal. Antes que tivesse começado esse trabalho enfadonho, batem a sua porta. O acadêmico manda que entrem e se apresenta a ele um dos estafetas da universidade que lhe entrega um envelope, saindo logo em seguida. É um radiograma com data daquela manhã. A mensagem fora transmitida a partir de algum navio não-identificado, em viagem, e diz o seguinte:

attachment.php

Jackson Elias e Cowleys vêm mantendo correspondência há um bom tempo, tendo se tornado bons amigos. No entanto, faz alguns anos que o arqueólogo não vê Elias pessoalmente e nem recebe alguma notícias dele, sabendo apenas que ele está em viagem pelo mundo fazendo pesquisas para seu novo livro.

Sobre a Expedição Carlyle, toda pessoa razoavelmente educada se recorda do grupo organizado em 1919 pelo playboy Roger Carlyle para investigar tumbas e pirâmides no Egito, que contava com grandes estudiosos. Lembram melhor ainda que todos os membros dessa expedição haviam desaparecido em algum lugar da África meses depois. Foi um escândalo na época, já que Carlyle era herdeiro de uma das maiores fortunas dos Estados Unidos e os corpos dele de seus amigos nunca foram encontrados. Entre os desaparecidos, o Prof. Cowley se lembra particularmente de Sir Aubrey Penhew, um importante (e arrogante) arqueólogo, fundador de diversos ramos da Egiptologia e patrono da Fundação Penhew, responsável por muitas investigações na Inglaterra e em outros países e financiadora do estudo de jovens acadêmicos carentes.

attachment.php
 
Última edição:
O Prof. Cowleys para por uns instantes pensando no que Jackson Elias estaria planejando e o que ele queria dizer com "equipe de investigadores prontos para longfas viagens". De toda forma, seria bom rever seu amigo e ajudá-lo no que fosse possível. Com essa ideia, o acadêmico abre uma de suas gavetas e tira dali uma agenda com nomes, endereços e telefones que sempre lhe foram úteis. Depois de algumas horas de ligações e diversos telegramas, Cowleys fecha uma lista com alguns nomes indicados por colegas ou contatos das mais diferentes áreas:

- Adam Sullivan, um detetive particular de Nova Iorque;

- Alex M'cDonnel, um brilhante jovem inglês que por diversas vezes ajudou a polícia londrina, em viagem aos EUA;

- Antonio Serpeloni, um contador com conhecimentos no talvez inevitável submundo;

- Phineas Ward, um renomado médico psiquiatra;

- Qiang Zhi, um antiquário chinês com bons contatos no exterior.

Não dispondo de mais informações sobre o destino ou objetivos de Elias, o professor se limita a comunicar-se com essas pessoas sondando o interesse e possibilidade de cada um em tomar parte de uma "expedição arqueológica" no exterior. Ele respira fundo, pega mais uma vez o telefone e começa as chamadas, pedindo à telefonista:

- Por favor, senhorita, eu preciso de uma chamada para Nova Iorque. O número é...
 
Última edição:
Serpeloni estava mais inquieto que de costume. Seu psiquiatra desapareceu repentinamente, e dizem as más línguas que ele foi assassinado. Os ansiolíticos estavam acabando, o que o deixava ainda mais angustiado, e ele jurava estar sendo seguido por um homem baixinho num terno de risca azul marinho.

O episodio mais recente de pânico ocorreu no dia do telefonema. Antonio jurava ter visto novamente o homem do terno azul marinho, e então se trancafiou dentro de seu casarão. Entupiu-se de whisky, fumo e antidepressivos, e Walter, seu mordomo, não respondia seus chamados. Suas mãos e pés começaram a formigar e seu corpo a tremer. Escondeu-se no quarto, e no ápice de sua paranóia, atirou acidentalmente em seu mordomo, arrancando-lhe o dedo mindinho da mão esquerda.

“- Figlio de una cagna! Stronzo! Veja o que você me fez fazer. Devia ter-lhe estourado os miolos, seu velho sorrateiro.”

Enquanto socorria Walter o telefone tocou, quase causando outro disparo... era Ross, um antigo professor e amigo, que preocupado com as paranóias de Antonio, o indica para a tal expedição, alegando que seria bom “tomar um ar” e ocupar a cabeça com outras coisas, e pedindo, além, algumas drogas e bebidas alcoólicas que sempre foram de fácil acesso ao Gângster.

Antonio deveria esperar um tal de Prof. Cowleys entrar em contato e dar-lhe mais informações.

“Va bene! Que esse maledito ligue, então.”

Ross, provavelmente, é amigo ou conhecido de Cowleys e lecionou algumas materias para Antonio no curso de Contabilidade. Ross e Antonio tornaram-se amigos graças aos vicios que o professor tinha, e que Antonio podia alimentar. Quanto ao episódio do tiro no mordomo, se houver oportunidade contarei mais detalhes.
 
Última edição:
*O telefone toca três vezes antes de ser atendido. A característica voz acelerada e acostumada ao sotaque mandarin entrega que é Qiang Zhi, mesmo que breve:*

-Só um momento, sim?

*A voz de um jovem avançando em direção ao telefone é bem audível, seguida de um baque, um "ouch" e, por fim, um corpo batendo no chão. O chinês volta ao telefone, ainda calmo como se nada tivesse acontecido*

-Qiang Zhi falando, em que posso ajudá-lo?

*A conversa dura poucos minutos, e pouco tempo dela é voltada para a vida pessoal dos dois conhecidos. Assim que ele desliga o telefone, seu aluno senta e toma ar, recuperando o fôlego*


-Quem era, Sifu?

-Um conhecido, pequeno. Parte cliente, parte amigo. Ele me ensinou algumas coisas sobre a história de certos itens; um dia eu o apresento para ti, nunca se sabe quando teu conhecimento não é o suficiente. Agora levante e vá terminar de limpar o salão. E depois eu te entrego uma cópia da chave daqui; eu irei viajar em breve e preciso de alguém para cuidar disso aqui enquanto eu estiver fora.

*O jovem da família O'Carroll se sentiu honrado; receber as -várias- chaves para entrar na protegida residência de seu mentor não significa pouca coisa: a confiança que ele adquiriu de seu mestre o deixou contente. Tanto que ele não parava de sorrir e*

-Tire esse sorriso da cara e vai logo trabalhar! Vai, vai!

*Após apressar seu aluno, Qiang Zhi vai separar suas coisas, pensando no que vai precisar para tal viagem...*
 
Dr. Phineas Ward
Dr Phineas Ward.gif

Quando o telefone tocou na mansão Ward, Sra. Mosley, a governanta, informou que Dr. Ward se encontrava em casa no momento pois estava com um de seus "pacientes". - Ligue para a faculdade, ele está por lá! A voz da velha senhora estremeceu ao referir-se ao paciente do ilustre doutor. Só de pensar um arrepio lhe subia pela espinha. O que para Ward eram pacientes" outros não hesitariam em chamar de loucos, maníacos.

Estudar tais alterações de personalidade era o ramo de Phineas Ward. Renomado professor de psiquiatria, vivia entre as aulas faculdade e seus estudos em manicômios. No exato momento da ligação, Dr. Phineas Ward demonstrava a outros mestres a aplicação de um novo tratamento que estava desenvolvendo, a lobotomia.

Tal procedimento nada mais era que uma intervenção cirúrgica diretamento no cérebro, onde parte das ligações cerebrais eram seccionadas com o auxílio de uma broca cirúrgica. O paciente, deitado num leito, era mantido afivelado, e a broca era introduzida com a ajuda de um martelo logo acima do canal lacrimal. O paciente era mantido acordado, porém levemente sedado, durante todo o procedimento.

Alertado por um funcionário, o doutor enxuga o sangue de suas mãos e sai por alguns instantes para atender ao telefone.

- Desculpem senhores, é uma ligação importante. Volto já. Não se preocupem, ele não vai sair dali.

Minutos depois retorna e segue sua explanação.

- Onde eu havia parado mesmo? Ah sim... alguém poderia me alcançar o martelo, ali na bandeja...
lobotomia 1.jpg
 
O telefone toca no quarto 213 do The Waldorf Astoria. Alex está sentado na varanda fumando um cachimbo. Ele senta em uma poltrona que havia exigido estar lá. O Astoria lhe oferecera a cobertura, mas Alex não tinha intenção de ficar tão alto. O elevador lhe dava arrepios. Tinha uma aparência horrorosa. Scott não entendera uma vírgula de sua dissertação sobre o transporte. Ele pouco se importava. Em contrapartida não queria ficar no andar mais baixo. Os primeiros andares eram ótimos para velhos que não conseguem subir escadas e precisam da ajuda dos outros. Esta não era sua situação e nem queria que pensassem isso.

Pediu um quarto no segundo andar o 207, mas ao chegar lá achou que as paredes do quarto eram apertadas, que a cama não estava no lugar em que receberia melhor ventilação e nem filtraria a melhor luz solar. Passou ao quarto vazio seguinte e tampouco fora de seu agrado. Enquanto o gerente abria o Quarto 211 a camareira saíra do 213 e sentindo um bom cheiro entrara por ali. Rapidamente observara tudo no quarto e gostou. O casal nú na cama era apenas um pequeno inconveniente. O gerente se desculpou, mas Alex já estava decidido. Ficaria ali. No meio de um de seus discursos sobre como o homem certamente estava traindo sua esposa, que não estava no quarto, Scott interrompe e o gerente oferece o quarto de núpcias ao casal. Estava tudo resolvido. Depois de trocarem os lencóis, este seria o quarto de Alex. Ah, a poltrona. Não havia poltrona na varanda e houve uma pequena negociação para que estivesse, mas Alex podia ser convincente, quando queria... Sempre.

Alex estava ali para o casamento de uma prima distante. Era uma convenção sacal que ele odiava ter que fazer parte, mas ou ele viria ou deveria encontrar-se com a tal prima num evento em Londres com seu marido. Não tinha escolha. Os jornais de Nova York não ofereciam nada de interessante e já estava enfadado. Lera três jornais da região e alguns furrecas. Até a parte de esportes havia lido, estava entediado.
Mas o telefone tocava e Alex permanecia impassível em sua cadeira até que Scott resolve atender. Ele fala com a pessoa por alguns minutos e então vai até a varanda. Fica calado por vários minutos. Até que Alex resolve acabar com o jogo de gato e rato.

- Diga logo o que foi! Você não passaria tanto tempo conversando com algum funcionário do hotel...

- Era um tal de Cowley. Ele dizia querer se encontrar com você para uma expedição.

Com um gesto de mão, Alex afasta a idéia. Não veio aqui para encontrar ninguém.

- Ele falou que era uma expedição arqueológica.

Alex sequer se digna responder esta interdição.

- Ele disse um nome.. Carlyle.

Os olhos de Alex brilham e ele tira os olhos do jornal já lido, e confirma com a cabeça. Scott então volta a sala, pega o telefone e diz:

-Alô? Professor Cowley? Eu disse que podia demorar. Ele aceitou.
 
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 0: "Jackson Elias"
Local: Universidade Miskatonic, Arkham-MA, 12 de janeiro de 1925 (segunda-feira) - ~ 15:00
Investigador: Prof. Cowleys


Com a sensação de dever cumprido o Prof. Cowleys coloca o fone no gancho depois da última ligação. Mal sabia do que se tratava a proposta que seu amigo Elias ia lhe propor para essa tal viagem, mas o velho acadêmico já sentia a adrenalina correndo mais uma vez por suas veias, fazendo-o se sentir jovem de novo. Quem sabe não seria essa a oportunidade para fazer "Aquela" descoberta pela qual ele tanto anseia. E tudo parecia estar dando realmente certo, já que os homens a quem convidara para a reunião 3 dias depois, às 10:00, no hotel indicado pelo Sr. Alex McDonnel, o Waldorf Astoria, em Nova Iorque, haviam aceitado seu convite.

Agora era hora de descansar um pouco para depois começar a arrumar as malas e os equipamentos, comprar a passagem de trem até a Big Apple e conhecer o plano de Jackson Elias envolvendo a Expedição Carlyle. Aliás, antes de ir para casa, Cowleys pensa em dar uma olhada na hemeroteca da Miskatonic e pegar emprestadas algumas pastas com recortes dos jornais de 1919 sobre o malfadado grupo do playboy Roger Carlyle. Ele se levanta, enche a garrafinha com mais um pouco do ótimo uísque que guarda no armário e caminha para a Biblioteca atrás dessa informações.

Handouts sobre a Expedição Carlyle

Obs: Os vídeos são apenas resumos animados das notícias dos jornais impressos.



attachment.php


attachment.php


attachment.php
 
Última edição por um moderador:
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 1: "O Quarto 410"
Local: Hotel Waldorf-Astoria, Nova Iorque, 15 de janeiro de 1925 (quinta-feira) - ~ 9:30
Investigadores:
Todos


Os dias seguintes ao recebimento do radiograma de Elias e às chamadas do Prof. Cowleys passam rapidamente, com os investigadores ocupados com outros afazeres e também com as providências para uma possível viagem longa ao exterior. Os mais curiosos também checam as informações públicas sobre a Expedição Carlyle, sem descobrir nada além do que já fora divulgado pela imprensa 5 anos atrás.

Na manhã do dia 15, data marcada para o encontro do grupo em Nova Iorque, o acadêmico sai de Arkham e pega um trem até a grande metrópole, onde desembarca por volta das 9:00, rumando de táxi para o ponto combinado, o hotel Waldorf-Astoria. Cowleys tomara ainda o cuidado de deixar um recado com o Sr. Jonas Kensington, editor dos livros de Jackson Elias, para que este soubesse onde encontrá-lo quando estivesse em NY. Chegando ao hotel, por volta das 9:30, Cowleys se registra e pergunta pelo Sr. Alex Sullivan, que já estava hospedado ali, e se mais alguém tinha deixado algum recado em seu nome na recepção, como fora acordado para o contato inicial às 10:00.

Feito isso, o Professor Cowleys apenas aguarda os outros sentado em uma das confortáveis poltronas do HALL.


Off: Agora a cena é de vocês.
 
Última edição:
O professor permanecia sentado na poltrona confortável pensando a respeito da expedição e relendo os documentos que encontrara a respeito e que fez questão de levar consigo para o encontro dos demais companheiros de viagem.

Um pensamento também o ocorreu, enquanto toma um gole de uísque de sua garrafinha de prata:
Hum...Preciso comprar uma dessas poltronas, são realmente confortáveis.
 
*Qiang Zhi chega arrastando uma grande mala com desajeitadas rodinhas (uma inovação, talvez), trajando um vestido tang preto decorado em relevo, uma calça de mesmo tecido e detalhes, meia preta e calçando sapatilhas orientais, também pretas. Ele percorre o galpão do hotel olhando para todos os lados procurando algum rosto familiar, quase derrubando seu chapéu no processo.*

*Ao notar o professor, Qiang Zhi acena para que algum atendente pegue sua mala e vai em direção a Cowleys, sorridente*


-Professor Cowleys! Foi uma surpresa tua ligação, afinal a última vez que nos viemos já tem quase um ano, quando me ajudou com aquela pesquisa!¹
-Espero ser de utilidade nesta inesperada expedição, e que adicione muito ao meu conhecimento!

*A fala rápida do chinês continua a mesma, assim como sua pose ereta com os braços se segurando atrás do corpo*



[vestido tang e chapéu]
01102101.jpg


Chinese-Hats-PC1589-.jpg


[obs¹: Felarhix, considero que tu me ajudou a pesquisar a história e significado de alguns itens que Qiang Zhi viera a ter posse (seja por compra ou roubo, mas ninguém precisa ficar sabendo disso). Viva a improvisação!]
 
As 9:59 AM, Alex estava a porta do quarto 410. Compareceu com Scott, que tinha medo que ele resolvesse fazer qualquer outra loucura e não retornasse ao próprio quarto. Ele parecia aguardar algo. Scott perde a paciência e bate na porta. Três batidas. Alex olha com olhar de reprovação. A porta se abre. Scott aperta a mão de Cowley enquanto Alex continua parado impassível. Scott adentra o recinto e ao ouvir soar o gongo do relógio, Alex também entra no quarto.
- Bom dia.
Ao passar por Cowley, Alex observa tudo. O quarto, A disposição das cadeiras, cama, sofá, o outro visitante e o próprio Cowley. Apenas um olhar. Sua memória gravava todos os detalhes sem que ele precisasse ficar observando por muito tempo.
Spot Hidden (90):
Quarto:[roll0]
Cowley:[roll1]
Zhi:[roll2]
 
Na hora em que o telefone toca Adam já estava acordado, ou melhor, ainda não havia ido dormir fora mais uma noite de extensa pesquisa em velhos livros empoeirados sem muitos resultados, exceto o fato de te-lo feito ficar sem whisky e sem cigarros.

Adam se levanta do pequena casa em que vivia e olha ao redor: centenas de livros espalhados por toda a casa e quase a mesma quantidade de garrafas de bebida, mas o que ele realmente procurava naquele momento era algum dinheiro para poder comprar seus cigarros. Após alguns minutos vasculhando a imundice de sua residência ele encontra os últimos centavos que existiam naquela casa.

"Preciso encontrar um caso logo, ou vou acabar morrendo de fome."

Antes de sair ele se olha no espelho, era apenas um espectro do homem que já fora, a barba enorme e desgrenhada, o mesmo com o cabelo, as roupas sujas, mas nada disso incomodava Adam, nada disso poderia distrair-lhe de sua obsessão.

Segundos antes de sair o telefone toca. -"Pelo horário é impossível que seja notícia boa." - ele atende o telefone e ouve atentamente a oferta do tal Professor Crowley. -"Ahhh. Se ele soubesse que eu participaria disso por 1/10 do valor oferecido...além disso uma expedição que pode me levar para fora do país, quem sabe seja isso que me fará encontrar a verdade" - Adam chega a sentir uma ponta de contentamento quando descobre que poderia se hospedar no luxuoso Waldorf-Astoria até a reunião em 3 dias.

Após desligar o telefone, a vontade de fumar um cigarro deixa momentaneamente a cabeça de Adam, ele apenas pega uma velha bolsa de viagem onde enfia algumas roupas e as poucas tralhas que poderiam lhe parecer útil, tranca o velho e encardido muquifo no qual vive e sai em direção ao hotel pouco mais de meia hora depois do telefone.

"Não se pode perder uma oportunidade como essa.". Pensa Adam enquanto esboça uma leve expressão de contentamento.


==================================================


Após 2 dias se embebedando com o melhor whisky que já havia tomado, felizmente ele não seria um responsável pela conta, Adam muda completamente de postura, reduz drasticamente o volume de álcool ingerido, faz a barba e apara o cabelo. Adam possuía um código rígido, por mais banal que fosse o seu trabalho ele iria fazê-lo bem-feito, provavelmente foi por isso que foi chamado para essa investigação.

Na manhã do terceiro dia Adam estava tomava café enquanto fumava um cigarro no salão do hotel, quando ouve um dos recepcionistas procurando por um tal de Alex Sullivan, seria muita coincidência algum parente dele num hotel como esse, provavelmente confundiram seu nome. Adam se identifica para o recepcionista e é levado ao hall do hotel. Chegando lá dá uma boa encarada nos presentes e depois cumprimenta-os cordialmente tentando ser o mais polido que sua educação permitia.

-Bom dia senhores, Adam Sullivan, é um prazer.
 
Ansiedade... essa era a palavra que descrevia os sentimentos de Serpeloni nos dias antes da reunião. Não ansiedade por viajar e descobrir tesouros ou o verdadeiro paradeiro do tal de Carlyles, mas por essa reunião não passar de uma emboscada.

Antonio procurou se informar sobre a Expedição Carlyles e o Prof. Cowleys, pois, talvez até tenha ouvido falar de tais assuntos, mas sempre achou uma grande baboseira. Pessoas morrem todos os dias, e os assuntos que realmente lhe interessavam eram política, comercio e dinheiro. Fodam-se as minas do Rei Salomão!

Apesar de não ser uma pessoa muito supersticiosa, achou de muito mal gosto o local da reunião, além de o lugar ser muito movimentado, o que dificultaria perceber seus algozes.

Com Walter ao volante, estacionou seu Triumph 13/35, recém adquirido, cerca de 1 hora antes da reunião, para observar o movimento. Antonio estava muito bem disfarçado, apesar do enorme nariz de italiano, e a única pessoa que realmente lhe preocupou foi um chinês que adentrou o saguão do hotel.

Se de louco Walter só tinha a cara, pouco faltava para “desmiolar” com as reclamações e paranóias do Gângster, que resolveu sair do carro com 20 minutos passados do horário combinado.

Chegou sorrateiramente à recepção com as mãos prontas para sacar Delcenóra, imaginando que a qualquer momento poderia seria executado em publico ou que o maldito oriental o apunhalaria pelas costas, e procurou falar com o recepcionista com o mínimo de sotaque.

“ – Procuro pelo senhor Cowleys, sim!?”
 
Dr. Phineas Ward

Pontualmente às 10 horas Dr. Phineas Ward adentra o hall do Waldorf Astoria. Vestia um terno negro de linho e gravata vermelha. Ao chegar na recepção, não pode deixar de notar o homem ao seu lado, um italiano olhar apreensivo e maneiras estranhas, que perguntava por Cowleys.

Então, antes que o funcionário pudesse responder, fala:

- Pelo que vejo não fui o único convidado. Pelo que vejo o distinto senhor também está aqui à pedido do professor Cowleys, não?

Perdoem-me o post simples e feito às pressas. Passei o dia fora e amanhã será a mesma coisa. Postei apenas para dar continuidade e não ficar atrasando. Prometo fazer postagens mais dedicadas na sexta.

Já aproveito para avisar que viajarei entre sábado e segunda, retornando na terça, ficarei sem acesso à internet. Levem meu personagem como um transparente, se possível.
 
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 1: "O Quarto 410"
Local: Hotel Waldorf-Astoria, Nova Iorque, 15 de janeiro de 1925 (quinta-feira) - ~ 10:00-10:20
Investigadores:
Todos

Um a um os membros do grupo de investigadores vão chegando ao hall do hotel e se apresentando ao Prof. Cowleys e aos outros. Todos exceto o italiano Scarpeloni, que às 10:00 ainda não havia aparecido. Alex McDonnel e o Dr. Phineas Ward, como bons ingleses, já se mostravam impacientes com os 10 minutos de tolerância sugeridos pelos outros para aguardar o contador.

Às 10:10 os cinco homens se dirigem ao salão reservado pelo hotel para a reunião. O jovem inglês observa o local minuciosamente, fazendo um diagrama mental de cada objeto que ali estava, concluindo apenas que era uma sala de reuniões convencional para homens de negócios que se hospedavam naquele hotel, sem reparar em nada especial.

Estavam apenas se ajeitando nas cadeiras e ainda bebericando o café e degustando os petits fours servidos pela bela copeira, quando às 10:20 entra na sala, conduzido por umas das recepcionistas, o italiano Scarpeloni, olhando desconfiado para todos os lados e para as pessoas ali sentadas.

Tendo saído da sala a copeira e a recepcionista, os seis investigadores se encontravam sozinhos e prontos a começar a tratar propriamente do assunto que os levara até ali.
 
Última edição:
O Professor se levanta da cadeira e começa a falar:

Pois bem senhore...Devem ainda estar se perguntando porque diábos eu os chamei até aqui. Ou talvez já tenham as respostas. Mas o que importa é que recebi uma mensagem do Sr. Jackson Elias, dizendo que havia conseguido informações importantes a respeito da Expedição Carlyle.

Ele faz uma pausa olhando um a um, ele tinha certeza de que todos ali já ouviram falar da expedição Carlyle e continua:

Então, Jackson Elias pediu para que eu reunisse uma equipe de investigadores com habilidades diversas e aqui estão vocês. Se estão dipostos a seguir em frente com esta investigação, sujeita a vários perigos mas também a possíveis conquistas explendorosas, peço que cada um se apresente e diga o que faz de melhor.
 
Dr. Phineas Ward

Dando um passo à frente, inicia:

- Provavelmente todos aqui me conhecem, sou o Dr. Phineas Ward, professor e pesquisador acadêmico. Trabalho na área de distúrbios mentais e sou um profundo conhecedor do assunto. Compareci aqui hoje porque me interessei pelo convite, e estou disposto a seguir com tudo isso.

O tom garboso e cheio de si emana em cada palavra do médico, cuja humildade certamente não era uma de suas virtudes.
 
*Esperando o doutor terminar de falar, Qiang Zhi toma a palavra. Ainda com as mãos se segurando atrás do corpo, ele meneia a cabeça aos seus parceiros como forma de cumprimento, e começa a falar*

-Sou Qiang Zhi, colecionador e apreciador de antiguidades. Tive contato com o professor quando tive dúvidas sobre alguns... itens, e fico grato por isso, pois graças a tal evento eu pude me unir a esta expedição. Eu também sei... me defender. Inclusive eu posso dar aulas, se alguém precisar.

*A entonação da voz no final da frase foi mais como uma brincadeira, tentar tirar um pouco a tensão da sala. Com isso, dá a entender que passou a palavra adiante.*
 
CAPÍTULO 1: NOVA IORQUE
Cena 1: "O Quarto 410"
Local: Hotel Waldorf-Astoria, Nova Iorque, 15 de janeiro de 1925 (quinta-feira) - ~ 10:45
Investigadores:
Todos

Antes que os outros terminassem de se apresentar, batem à porta da sala de reuniões e após alguns instantes entra uma das recepcionistas, procurando ser agradável apesar da interrupção:

- Desculpem-me, senhores. É que temos uma chamada do Sr. Jackson Elias para o Prof. Cowleys na recepção. Por comodidade tomamos a liberdade de transferi-la para o aparelho que está na saleta ao lado, por aquela porta. Com licença e mais uma vez, desculpem-me...

A moça então sai e o telefone ao lado toca...
 
Última edição:

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.464,79
Termina em:
Back
Topo