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Autor da Semana George Gordon Noel, Lord Byron

George Gordon Noel, Lord Byron

Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...


(Tradução de Castro Alves)


Quem aceitar o convite de Lord Byron, autor destes "Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio", vai penetrar no universo profundo, escuro, satânico, ao mesmo tempo lírico e sarcástico, de um dos maiores poetas do Romantismo.

Procurei, pesquisei e descobri que a nossa boa Wikipédia, tem um relato bastante proveitoso sobre a origem e agruras do nosso poeta rebelde.

A Família Byron
Ameaçado de excomunhão, pelo assassinato de Tomas Becket, o Rei Henrique II prometeu ao Papa fazer penitência e donativos aos mosteiros. Ordenou que árvores fossem tombadas e que se construíssem no local abadias, dedicadas à Virgem, que receberam o nome de Newstead.
Os monges que viviam em Newstead obedeciam a regras simples, tais como: não possuir nada, amar a Deus e ao próximo, vencer as tentações carnais e não fazer nada que provocasse escândalos. Além disso, distribuíam aos pobres esmolas anuais em memória de seu Fundador.
Os abades sucederam-se durante três séculos, até o reinado de Henrique VIII. Este, com a intenção de se casar com Ana Bolena, pediu ao Papa para que anulasse seu casamento com Catarina de Aragão. O Papa recusou.
Foi então, decretado o confisco de todos os conventos religiosos que não dispusessem de renda maior que 200 libras. A abadia de Newstead foi atingida pelo decreto e, os cônegos que ali viviam, foram expulsos com mínimos benefícios concedidos pelo Rei.
Os camponeses, frustrados, viram partir os monges. Imaginaram que eles iriam assombrar as celas vazias e que a abadia causaria desgraças a quem ousasse comprá-la. Um ano depois, o Rei Henrique VIII vendeu o mosteiro ao seu fiel súdito Sir John Byron, conhecido como o “Pequeno Sir John da Barba Grande”.
Sir John pertencia a uma família que possuía inúmeras terras. Ele transformou a abadia num imenso e belo castelo e seus descendentes apegaram-se àquela casa. Ninguém, exceto os camponeses, imaginava que a influência dos monges viesse a afetar tanto a família Byron.

A Influência dos Monges
O quarto lorde Byron, que viveu no século XVII, teve dois filhos que iriam marcar pela eternidade as influências negativas dos monges sobre a família: O mais velho, quinto lorde Byron, teve seu destino marcado pelo assassinato que cometeu. Ele estava em uma taverna, conversando sobre caça, quando iniciou uma ignóbil discussão com Mr. Chaworth, que havia debochado do quinto lorde por suas desvantagens de caça.
Ambos enfrentaram-se, e Mr. Chaworth foi rasgado pela espada de Byron. O quinto e desgraçado lorde Byron foi julgado e absolvido. Porém carregou consigo o eterno peso de ser encarado como um assassino. Talvez, por isso, tenha desenvolvido um comportamento estranho durante sua vida, o mesmo comportamento que o qualificou com o apelido de “lorde mau”.
Durante a noite, ele abria as represas dos rios para destruir as usinas de fiação; esvaziava os lagos dos vizinhos; mandou construir na margem de seu lago dois pequenos fortes de pedra, e mantinha uma frota de barcos de brinquedo, os quais fazia flutuar no lago; organizava sobre seu próprio corpo corridas de grilos que, segundo seus criados, obedeciam-no.
Já seu irmão (avô do Byron poeta) não conseguia fugir da semelhante sina. “Jack Mau-Tempo”, como era chamado, era um azarado almirante, que morreu como vice-almirante em 1786. Seu apelido não era ocasional. Diziam que toda vez que Byron preparava o barco e posicionava-se sobre ele, uma forte tempestade armava-se. “Jack Mau-Tempo” teve dois filhos: o mais velho, John, pai do Byron poeta, era soldado. O segundo, Georges Anson, marinheiro.

O nascimento de Augusta e a união com os Gordon
John Byron era um soldado violento e que acumulava monstruosas dívidas, fato que o apelidou de “Jack o Louco”. Casou-se com a, até então, Marquesa de Carmarthen, uma linda jovem que abandonou seu marido, Lord Carmarthen, para ficar com Byron, tornando-se assim, a Baronesa Conyers.
Com Lady Conyers, Byron teve uma filha: Augusta Byron. Logo após o nascimento de Augusta, Lady Conyers morre. Alguns dizem que ela foi vítima de maus-tratos de John Byron. Os Byron se defendem, alegando que sua morte foi ocasionada por imprudência da mesma, ao caçar a cavalo ainda de repouso do parto.
Logo depois da morte de Lady Conyers, John Byron foi “afogar suas mágoas” em Bath, um balneário em moda na época. Lá conheceu Catherine de Gight, uma órfã e herdeira escocesa. Catherine era feia: pequena, gorda, com pele corada demais e nariz comprido. Porém, possuía algo em que John Byron se interessava: era herdeira de 23 mil libras, destas, três mil liquidas e o resto representado pela propriedade de Gight, direitos de pescas de salmão e ações de um banco em Aberdeen.
Apesar de bem nascida, Catherine era herdeira de uma família que carregava em sua história trágicos acontecimentos. Os Gordon, representados pelo primeiro senhor de Gight, Sir William Gordon, eram realmente marcados por sinas: William Gordon morreu afogado, Alexandre Gordon assassinado, John Gordon enforcado, e por aí segue.Os membros da família possuíam um temperamento semelhante aos bárbaros. Bastava alguém se intrometer em seus caminhos, que de imediato eram atacados e mortos pelos mesmos.
A ira dos Gordon não foi suficiente para impedir o casamento de Catherine com John. Desse casamento, marcado pela desgraça, nasce George Gordon Byron, o poeta que mudaria as vertentes dos movimentos literários e submeteria fiéis seguidores às suas peripécias.
Não demorou muito para a rica Catherine, se submeter às perdas irreparáveis possibilitadas pelo marido. John tratou de gastar não só a fortuna liquida, como todos os bens de Catherine. Como se não bastasse, o mesmo tinha amantes por todos os cantos, maltratava Catherine, era audacioso para conquista de suas vontades e viveu muito bem! Até morrer às mínguas: John suicidou-se pela miséria que o mesmo construiu. Tal miséria não era apenas uma conseqüência subjetiva, ela se alastrou também à vida de Catherine. Foi essa a herança deixada por John Byron, até então.

O poeta começa a descobrir o mundo
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George Gordon Byron cresceu graças ao sacrifício custoso da sofrida mãe. Sozinha, Catherine se desdobrou para criar o pequeno Byron. Procurou sempre as melhores referências para que Byron fosse alguém melhor que seu pai. Porém, não era apenas de virtudes que se esbaldava Catherine: Constantemente, era abordada por um sentimento de ira e infelicidade, os quais descontava em seu filho, batendo-lhe. Além da mãe, o pequeno Byron contava com a ira incógnita de sua governanta, cujo nome era May Gray.
Sob o teto de uma criação instável, Byron ainda portava uma pequena enfermidade que o marcaria com forte veemência: ele possuía um defeito em uma das pernas, era coxo. Tal defeito foi um obstáculo enorme no desenvolvimento do garoto, que se sentia envergonhado perante os outros. O tratamento, exaustivo, também o irritava muito!

Mas sua infância não se resumia a isto. Ele era marcado pelo amor. Aos sete anos, Byron se apaixonou perdidamente por sua prima, Mary Duff. Aos nove, sua babá o introduziu aos prazeres da carne. (precoce o rapaz..)

Com 10 anos, Byron herda o título nobiliárquico de um tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. As finanças minguavam. Tudo o que remetia ao nome dos Byron era motivo de processos por dívidas. O pequeno Byron foi enviado para a academia do doutor Glennie, em Dulwich, e logo em seguida, para Harrow. Durante um Natal, ele retornou para Newstead, que havia sido alugada por Lorde Ruthyn, que o iniciou no bissexualismo. Apaixonou-se perdidamente por Mary Ann Chaworth, uma vizinha. Ficou tão obcecado que se recusou a voltar. Ruthyn praticamente o obrigou a retornar.

Em sua adolescência, Byron foi tomando consciência de seu poder. Possuidor de carisma, beleza e poder de sedução, ele logo começou a aproveitar seus dons. Envolveu-se com colegas, empregadas, professores, prostitutas e garotas que adoravam um título de nobreza.
Contudo, os anátemas destinados a esse Byron, não fariam tanto efeito como pensado.
O garoto possuía características peculiares que o destacavam. Apaixonou-se por literatura ao primeiro contato - ainda bem novo - com a história de Caim e Abel contada por um professor de História de sua escola. Além de tudo, foi conquistando amigos no colégio de maneira bastante surpreendente, cito: Uma certa vez, um garoto - primeiro amigo de Byron - apanhava de um tirano marmanjo. Byron, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas, perguntou para o autor, quantos socos pretendia dar em seu amigo. Surpreendido, o garoto perguntou o motivo dessa “estúpida” pergunta. Byron, disse: “Se não se importar, gostaria de receber a metade”.
Byron conquistou, também, o diretor de seu colégio, o Doutor Joseph Drury, que - de tanta afeição - ofereceu-se para ensinar latim e grego a Byron. O Dr. Drury foi um grande condutor do menino Byron, porém ganhou diversos momentos de enxaquecas pela ousadia disciplinar do garoto.
Em 1805, Byron teve um grande choque. Mary Ann casou-se. Logo, ele se torna mais rebelde ainda. Arrumou um emprego em Cambridge mas nunca trabalhava, já que esta era a moda para os descolados da época. Era o tédio, o "spleen". Era a forma que os, então, românticos viviam a vida, e da qual Byron foi o mestre supremo. Escrevia versos e mais versos e gastava muito dinheiro.

A decisão de ser poeta e a posse na Câmara dos Lordes

Byron havia se irritado com as audácias malignas da mãe. Com isso, resolveu deixar a cidade de Southwell e partiu para Londres. Lá, enquanto esperava alcançar a maioridade, Byron decidiu ser poeta, embalado pelos literatos que, durante toda sua adolescência, leu.

Escreveu uma série de poemas e, apoiado por uma amiga de Southwell - cujo nome era Elizabeth - publicou o seu primeiro livro: Horas Ociosas. Byron havia dedicado grande parte de seu tempo para concretizar o projeto. Deixou ao encargo de Elizabeth a organização e a impressão_Os primeiros exemplares impressos foram distribuídos a amigos e conhecidos. Logo então, os conseqüentes exemplares foram entregues às livrarias e propostos a consignação. Byron, ansioso, visitava o máximo possível de livrarias para conferir a vendagem, que por sinal era boa! Logo, começaram as críticas: as pessoas de Southwell não haviam gostado do livro, faziam críticas frias ao trabalho de Byron e se sentiam ofendidas com suas manifestações de ódio ao lugar (Southwell). Já a crítica se ocupou da duplicidade de opinião de sempre: uns elogiavam, outros arrasavam.
Byron recebia elogios de seus amigos e de familiares distantes. Porém, um aviso sobre um artigo hostil e violento que seria publicado na Revista de Edimburgo - principal órgão liberal escocês, lhe chegou aos ouvidos.Ele esperava com grande ansiedade, mas não esperava tanto: “A poesia desse jovem Lord pertence àquela cuja existência nem Deus e nem os homens admitem. Para diminuir seu crime, o nobre autor apresenta sobretudo o argumento de sua menoridade. Provavelmente pretende dizer: vejam como um menor pode escrever! Este poema foi feito por um rapaz de 18 anos... e este por um de 16!...”, e por aí prossegue, com um tom igualmente cruel. Byron ficou arrasado!

Pensou em replicar, mas decidiu calar-se - por enquanto. Relevou o fato de que todos os escritores passam por isso em suas respectivas carreiras e prosseguiu com a mesma empolgação.

Byron respondeu mais tarde em 1809, com o poema satírico English Bards and Scotch Reviewers (Bardos ingleses e críticos escoceses).

Lord Byron decidiu partir para uma viagem incógnita, na qual ele pretendia descobrir as belezas dos países vizinhos a Inglaterra. Visitou vários países e despencou seu gosto à beleza contrastante entre as obras góticas e as produzidas pela guerra. Byron achava lindas as paisagens de uma cidade destruída pelos corpos moribundos jogados pelos cantos. Obteve diversas experiências e voltou renovado para Inglaterra.

Foi, então, convocada sua presença na Câmara dos Lordes para tomar posse de seu cargo. Byron agiu completamente contra as tradições que assolavam a Câmara: primeiro, foi acompanhado apenas de um amigo, enquanto a presença da família nunca deixou de existir como princípio aos Lordes. Depois, agiu como um indiferente ao receber os cumprimentos do “presidente da Câmara”. Seu amigo espantou-se ao presenciar tamanha arrogância: Byron ofereceu ao “presidente” apenas as pontas dos dedos como forma de, segundo ele, “não iludi-lo em relação ao seu possível apoio, pois não o daria a ninguém deste lugar”.
Em 1811, publica os dois primeiros cantos de Childe Harold's Pilgrimage (Peregrinação de Childe Harold), longo poema em que narra as andanças e amores de um herói desencantado, ao mesmo tempo em que descreve a natureza da península ibérica, Grécia e Albânia. O livro contava suas aventuras durante a viagem pela Europa e foi concebido pela sociedade como um novo fenômeno literário.
A obra alcançou sucesso imediato e sua fama se consolidou com outros trabalhos, principalmente The Corsair (O Corsário) em 1814 e Lara no mesmo ano; além de The Siege of Corinth (O Cerco de Corinto) em 1816. Nesses poemas, de enredos exóticos, Byron confirmou seu talento para a descrição de ambientes.

Byron, de início, não acreditava que seu livro fosse capaz de causar tanto frisson; contudo, foi o que aconteceu. A obra explodiu como uma bomba prestes a iniciar novos tempos na vida de um homem que, por sua vez, estava prestes a viver algo bem mais explosivo que o sucesso: o incesto.

Nasce o Dom Juan e a eterna tormenta...

Em 1815 casa-se com Anne Milbanke.
A nova vida se instalava com ares de idolatria. Um rei suspenso de seu posto por toda vida e que definitivamente tomava seu devido lugar. Byron era aclamado em todos os cantos da grande Inglaterra. Intelectuais, políticos, artistas e - principalmente - mulheres, proclamavam seu nome em todas as discussões imagináveis.
O pequeno jovem coxo, antes recusado por inúmeras garotas, era então o ideal imaginário de nove entre dez mulheres inglesas. Todas fantasiavam suas feições, imaginavam seus dotes e deslumbravam-se aos versos de uma literatura excêntrica e real.
Como não poderia deixar de ser, Byron enfeitiçou a alma de inúmeras mulheres - em sua maioria, casadas - e viveu romances pitorescos, condenados ao fim pelo desprezo e pela indiferença do poeta. Assim, diversas mulheres, cujos casamentos estavam condenados às ruínas, se esbaldavam e deixavam-se cobrir pelos braços do poeta querido.

Mas Byron, frágil e propenso à desgraça, não escaparia do peso maior que carregaria por toda sua vida: Augusta, sua irmã, estava em condições iguais das mulheres casadas que se renderam aos encantos de Byron. Seu casamento não ia bem, e se refugiou na casa do irmão para aliviar a tensão que a perseguia desde então. Byron recebeu-a de braços abertos e toda sua admiração se legou em cordialidade. Entretanto, algo bombástico alimentava sua ânsia. Começou a enxergar a irmã com outros olhos: via-a como uma semelhança, um espelho raro petrificado por idêntica sina, como uma possibilidade de encontrar o Byron escondido pelo ser anti-social e cético. Além, enxergava-a como uma mulher de exorbitante beleza e que precisava de algo a mais do que os braços seguros de um irmão. Não pensou lucidamente, quando esqueceu a semelhança sangüínea, a hereditariedade e as anátemas profetizadas em nome de um ato incomum e estonteante. Contudo,seguiu controlando-se, até as asas de uma vida errante produzirem névoas bruscas e não fornecerem apoio para a negação! Nada propunha a Byron um caminho contrário ao do seguido. Não obstante, Augusta voltou para casa grávida.
Muda-se para a Suíça em 1816, após o divórcio de Lady Byron, causado pela suspeita do incesto com a irmã.
Byron partiu para o exílio, de onde nunca mais retornaria.

Na Suíça escreve o canto III de Childe Harold's Pilgrimage, The Prisoner of Chillon (O prisioneiro de Chillon) e o poema dramático Manfred, enigmático e demoníaco. Em Genebra vive com Claire Clairmont e faz-se amigo de Shelley. Passam horas discutindo filosofias e poesias. Navegavam pelo lago e visitam os cenários da Nova Heloísa, de Rousseau. Chegaram, inclusive, a trocar rosas e carícias.
Numa noite chuvosa em Diodati, o grupo decidiu compor histórias macabras. Nasceu ali Frankenstein de Mary Shelley ( olha aí Morfindel) e O Vampiro de Polidori.

Fato curioso:

Existe um filme desse episódio, “Frankenstein Unbound (1990) de Roger Corman, com Raul Julia no papel do honorável doutor, Jason Patrick como Byron e Michel Hutchence(vocalista do INXS) como Shelley, Bridget Fonda com Mary , e o John Hurt como um viajante do tempo. Um pouco bizarro.

Mudou-se para Veneza, onde passou a levar uma existência mundana e a freqüentar os salões da Condessa Albrizzi e de Benzoni. Sua vida extravagante, repleta de aventuras, amantes e bebida, foi documentada em suas "Cartas".
Compôs então, em 1818, o canto IV de Childe Harold's Pilgrimage e Beppo - A Venetian Story (Beppo - Uma história veneziana), poema em oitava-rima, de tom ligeiro e cáustico, em que ridiculariza a alta sociedade de Veneza. Em 1819 começou o poema herói-cômico Don Juan, sátira brilhante e atrevida, à maneira do século XVIII, que deixaria inacabada. No mesmo ano ligou-se à condessa Teresa Guiccioli, seguindo-a a Ravena onde, juntamente com o irmão dela, participou da conspiração dos carbonários, movimento nacionalista que procurava libertar a Itália, parcialmente sob o domínio austríaco e em parte sob a autoridade da Igreja católica.
Em novembro de 1821, tendo fracassado o movimento revolucionário dos carbonários, Byron partiu para Pisa. Em 1822 fundou, com Leigh Hunt, o periódico The Liberal. Foi a seguir para Montenegro e daí para Gênova. Nomeado membro do comitê londrino pela independência da Grécia, embarcou para aquele país em 15 de julho de 1823.
Lá combateu ao lado dos gregos contra os turcos, conseguindo financiamento para a guerra ao lado dos gregos, contra os turcos, onde escreveu o drama com traços biográficos, The Deformed Transformed (O Deformado Transformado), em 1824.

No início de 1824 foi para Missolonghi, acompanhado de um adolescente grego, Loukas, a quem dedicou seus últimos poemas. Acometido de uma febre, acabou morrendo, aos 36 anos.

Seus restos mortais foram transladados para a Abadia de Westminster, que recusou abrigar o poeta, devido à sua reputação de libertino e imoral. Byron foi sepultado perto
da Abadia de Newstead, onde estão seus ancestrais.

A obra e a personalidade romântica de Lord Byron tiveram, no início do século XIX, grande projeção no panorama literário europeu e exerceram enorme influência em seus contemporâneos, por representarem o melhor da sensibilidade da época, conferindo-lhe muito de sedução e elegância mundana. Lord Byron teve uma vida pessoal bastante conturbada: na juventude foi acusado de abuso sexual pela prima, homossexualismo e também foi um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha. Em meio a toda essa agitação existencial, que se tornou o paradigma do homem romântico que busca a liberdade, Byron escreveu uma obra grandiloqüente e passional. Encantou o mundo inicialmente com seus poemas narrativos folhetinescos, em que não faltam elementos autobiográficos, como Childe Harold's Pilgrimage, e depois o assustou com a faceta satírica e satânica que apresenta em poemas como Don Juan. Foi um dos principais poetas ultra-românticos. O cinismo e o pessimismo de sua obra haveriam de criar, juntamente com sua mirabolante vida, uma legião de jovens poetas "byronianos" por todo o mundo, chegando até o Brasil na obra de grandes escritores, como Álvares de Azevedo.
Na recém-fundada Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, o byronismo influenciou diversos alunos que se destacariam em nossas letras e procuravam reproduzir - nos estreitos limites que a província permitia - a boêmia amorosa e alcoólica byroniana.

Obras:

Horas de ócio – 1807
Poetas ingleses e críticos escoceses – 1809
A peregrinação de Childe Harold – 1812 -1818
O prisioneiro de Chillon – 1816
Manfred – 1817
Beppo 1818
Don Juan – 1819-1824

Poemas:

Oh! Na flor da beleza arrebatada
Sol dos insones
Trevas
Estâncias para música
O Oceano
Adeus
Estrofes para uma dama
Soneto de Chillon
O crepúsculo da tarde
À M. S. G.
Eutanásia
Ela caminha em formosura
Tu me chamas
Estrofes para música
Versos escritos numa taça feita de um crânio
À Inês

Dá para ler alguns aqui, na versão império.

http://pt.wikisource.org/wiki/Autor:Lord_Byron

Contos:

O Enterro
Pode ser lido aqui, por cortesia do Snaga.

http://contosdocovil.wordpress.com/2008/06/26/o-enterro/

Don Juan (inacabado)
The Giaur

Peças:

São na verdade monólogos dramáticos

O mistério de Caim => que contém o Monólogo de Lúcifer
Manfred
Heaven and earth
Marino faliero
Sardanapalus
The two Foscari

Em inglês:
http://www.monologuearchive.com/b/byron_lord.html

Frases e Pensamentos de Lord Byron


“Quando o homem deixa de criar, deixa de existir.”

“O melhor profeta do futuro é o passado.”

“O ódio é a loucura do coração.”
“Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida.”
“Os espinhos que colhi, são da árvore que plantei.”

"não falo, não suspiro, não escrevo seu nome. Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo"

"A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal."

“Porque deveria eu pelos outros sofrer
quando ninguém por mim irá suspirar?”

Outro fato muito curioso sobre a filha de Byron

Ada Augusta Byron King, Condessa de Lovelace (10 de Dezembro de 1815 -27 de Novembro de 1852) é principalmente conhecida por ter escrito um programa que poderia utilizar a máquina analítica de Charles Babbage.
Lady Lovelace, única filha legítima do poeta britânico Lord Byron e sua esposa, Annabella (Anne Isabella Milbank) , é reconhecida como a primeira programadora de toda a história.
Durante o período em que esteve envolvida com o projeto de Babbage, ela desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas, além de publicar uma coleção de notas sobre a máquina analítica.

Viveu uma vida modelo para as senhoras da corte inglesa do começo do século XIX. Seu pai nunca a viu antes de completar o primeiro ano.
Casada aos vinte anos, assumiu o nome do marido e o título de condessa, tornando-se a Condessa de Lovelace, a Sra. Augusta Ada King. E com o nome de Ada Lovelace entrou para a história como a primeira programadora.
Durante um período de nove meses entre os anos de 1842 e 1843, Ada Lovelace criou um algoritmo para o cálculo da sequência de Bernoulli usando a máquina analítica de Charles Babbage.
Ada foi uma das poucas pessoas que realmente entenderam os conceitos envolvidos no projeto de Babbage e durante o processo de tradução de uma publicação científica italiana sobre o projeto de Babbage incluiu algumas notas de tradução que constituem o primeiro programa escrito na história da humanidade.

Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registrou a linguagem de programação Ada, em sua homenagem.

Ada faleceu em Londres no dia 27 de Novembro de 1852, aos 36 anos, de câncer de útero, deixando dois filhos e uma filha, conhecida como Lady Anne Blunt. Em 1953, cem anos depois da sua morte, a máquina analítica de Babbage foi redescoberta e seu projeto e as notas de Ada entraram para história como o primeiro computador e software, respectivamente.

Fontes

wikipedia, spectrumgothic,educação.uol,contosdocovil.wordpress,suapesquisa.com,universosombrio.blogspot,
pensador.uol,, miniweb,ladydark-darkness.blogspot,monologuearchive



Espero ter atendido
 
Byron está no meu Top 3 de poetas. Tenho uma queda pelo byronismo mesmo antes de saber o que era isso. Quando tive meu primeiro contato com o Romantismo (brasileiro), lembro de ter sentido raiva da primeira fase, a Indianista, e de ter, imediatamente, me apaixonado pela segunda, a byroniana. Da terceira, eu não preciso dizer que gosto, porque todo mundo sabe que a poesia social me fascina.

Gosto, muito, de "O Corsário", e confesso que já sonhei muito em poder ver o ballet, só por causa da minha paixão por Byron. Falar sobre "O Corsário" me lembra, também, do livro "Senhora", do José de Alencar. Lembro que o Seixas chegou a falar algo como "um dos mais belos poemas de Byron é O Corsário". Lembro que ele citou Parisina, também (que foi traduzido pelo salve, salve Álvares de Azevedo). E, lembro, com riqueza de detalhes, da Aurélia (toda trabalhada na ironia) falando com o Seixas: "não traduza Byron, não. O poeta da dúvida e do ceticismo, só o podem compreender aqueles que sofrem dessa enfermidade cruel, verdadeiro marasmo do coração. Para nós, os felizes, é um insípido visionário".

Uma certa vez, um garoto - primeiro amigo de Byron - apanhava de um tirano marmanjo. Byron, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas, perguntou para o autor, quantos socos pretendia dar em seu amigo. Surpreendido, o garoto perguntou o motivo dessa “estúpida” pergunta. Byron, disse: “Se não se importar, gostaria de receber a metade”.
Já li isso mil vezes, e sempre fico tocada quando releio. Acho tão foda.
 
Que vida interessante! Com todas essas características, talvez um diagnóstico que eu li uma vez sobre ele seja mesmo verdade, dizia que ele muito provavelmente (já que não dá para fazer diagnósticos a distância) fosse um psicopata.

Ótimo post, Patrícia, e obrigado pela referência.
 
Olha Morfindel, até concordo com você. Esse povo da época acho que tinha defeito genético de tanto se casarem entre eles nas famílias. E no fim das contas viviam se metendo em confusão.
Mesma coisa Oscar Wilde, passou por um monte de atribulações por ser homossexual. O Byron era tudo e mais um pouco.
Apesar que o talento dos dois é inegável.

Melian, se você tiver oportunidade de assistir o ballet não se arrepende não.
Existem duas versões, uma coreografada por Nureyev e outra com Baryshinikov.
Ambas são maravilhosas e os solos são incríveis.
Misha foi aplaudido 20 minutos por uma platéia em pé a última vez que solou.
Faz jus ao poema.
 

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