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Autor da Semana Paulo Coelho

Lissa

Chocolatier Honoris Causa
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Paulo Coelho

Nascido em 24 de agosto de 1947 numa família de classe média do Rio de Janeiro (filho do engenheiro Pedro Paulo Coelho e de Lígia Coelho), aos sete anos Paulo Coelho ingressa no tradicional Colégio Santo Inácio da então capital do Brasil, o Rio de Janeiro.Desde muito novo, gostava de escrever e mantinha um diário. No colégio, participava de concursos de poesia e cursos de teatro. No entanto, seu pai queria que ele fosse engenheiro, e sua mãe desestimulava Paulo a seguir a carreira de escritor. As brigas com os pais eram constantes e Paulo teve muitas crises de depressão e raiva na adolescência, tendo sido internado três vezes em uma clínica de repouso, onde foi tratado por psicólogos.
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Na década de 1960 entra para o mundo do teatro, como diretor e ator, jornalista e compositor, criando peças voltadas ao teatro experimental e de vanguarda, mas obtendo pouca expressividade. No início da década seguinte, em 1970, Paulo entra de cabeça no movimento hippie, ao mesmo tempo em que conhece o mundo das drogas e do ocultismo, incluindo o chamado Caminho da Mão Esquerda. Profissionalmente, além de diretor e ator teatral, exerce também a função de jornalista em publicações alternativas com as revistas "A Pomba" e "2001", e o jornal ''Express Underground'', quando em 1972 conhece Raul Seixas, então executivo da gravadora CBS. Os dois se tornam parceiros em diversas músicas (''Eu nasci há dez mil anos atrás'', ''Gita'', ''Al Capone'' e mais outras 60 composições com o grande mito do rcok) que exerceriam influência no rock brasileiro (consta na biografia de Paulo Coelho, "O Mago", do escritor Fernando Morais, que Raul Seixas, para incentivar o amigo a compor, colocou-o como parceiro em sua participação na trilha sonora da novela O Rebu da Rede Tupi - erroneamente confundida com a Rede Globo no livro - sem que Paulo escrevesse uma única linha). Nessa época, Paulo Coelho envolve-se com Marcelo Motta e torna-se um seguidor de Aleister Crowley e da chamada "Sociedade Alternativa", que apresenta a Raul e da qual se desliga pouco tempo depois de ingressar oficialmente com o pseudônimo de Luz Eterna. Compõe também para diversos intérpretes, tais como Elis Regina, Rita Lee e Rosana Fiengo.
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Seu fascínio pela busca espiritual, que data da época em que, como hippie, viajava pelo mundo, resultou numa série de experiências em sociedades secretas, religiões orientais etc.
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A edição do seu primeiro livro foi em 1982, Arquivos do inferno, que não teve repercussão desejada. Lançou o seu segundo livro O Manual Prático do Vampirismo em 1985, que logo mandou recolher considerando o trabalho de má qualidade. Conforme suas próprias palavras, confessa: “O mito é interessante, o livro é péssimo”. Católico não-praticante, em 1986, Paulo Coelho fez a viagem de peregrinação pelo Caminho de Santiago. Percorreu quase 700 quilômetros a pé do sul da França até a cidade de Santiago de Compostela na Galícia, experiência que relata em detalhes no livro O Diário de um Mago, editado em 1987. No ano seguinte, publicou O Alquimista, que - apesar de sua lenta vendagem inicial, o que provocou a desistência do seu primeiro editor - se transformaria no livro brasileiro mais vendido em todos os tempos; O Alquimista é um dos mais importantes fenômenos literários do século XX. Chegou ao primeiro lugar da lista dos mais vendidos em 18 países e vendeu, até o momento, 65 milhões de exemplares.
Nos anos subsequentes foram lançados os seguintes livros : Brida (1990), As Valkírias (1992), Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei (1994), Maktub (1994), O Monte Cinco (1996), Manual do Guerreiro da Luz (1997), Veronika Decide Morrer (1998), O Demônio e a Srtª Prym (2000), Histórias para Pais, Filhos e Netos (2001), Onze Minutos (2003), O Gênio e as Rosas (2004), O Zahir (2005) e A Bruxa de Portobello (2006) (2005) e Rede de Mentiras (2007) (2005) e O vencedor está só (2008)
Como escritor, ocupa as primeiras posições no ranking dos livros mais vendidos no mundo. Vendeu, até hoje, um total de 100 milhões de livros, em mais de 150 países, tendo suas obras traduzidas para 66 idiomas e sendo o autor mais vendido em língua portuguesa de todos os tempos, ultrapassando até mesmo Jorge Amado, cujas vendas somam 54 milhões de livros.
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Sua obra O Zahir foi lançada primeiramente no Irã, para que lá pudesse ser registrada como obra local e que fossem processados aqueles que fizessem cópias ilegais do livro em língua persa. Para escrever O Zahir, Paulo Coelho instalou-se por uma temporada no Casaquistão, país onde a obra se desenvolve.
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No fim de 2006 o autor lançou A Bruxa de Portobello, que figura na lista dos mais vendidos no Brasil desde então. A história é construída apenas por depoimentos das personagens fictícias a respeito da protagonista da história, respeitando a parcialidade de cada uma.
Em 2008, lançou o livro O vencedor está só, que fala sobre uma série de assassinatos no Festival de Cinema de Cannes. Nesse livro, Paulo faz uma forte crítica social sobre como a elite se comporta e como somos manipulados por suas ações. Sendo esse o primeiro livro em que Paulo sai do mundo da magia e da religiosidade e entra no mundo do suspense policial, o tema não agradou a boa parte dos fãs, mas isso não fez com que o livro também não fosse um sucesso.

Paulo Coelho conseguiu ter três títulos ao mesmo tempo nas listas de mais vendidos na França, Brasil, Polônia, Suíça, Áustria, Argentina, Grécia, Croácia. De acordo com a revista francesa Lire, foi o segundo escritor mais vendido do mundo em 1998. Autor de um trabalho polêmico, tem críticos apaixonados – a favor em contra. O escritor italiano Umberto Eco elogiou Veronika Decide Morrer na revista alemã Focus. Sua obra foi traduzida em 69 línguas e editada em mais de 150 países. Fato notável em sua vida foi o de ter sido o primeiro escritor não muçulmano que visitou o Irã desde a revolução islâmica de 1979.
Fez também a adaptação de O Dom Supremo (Henry Drummond) e Cartas de Amor de um Profeta (Khalil Gibran).
O Alquimista é um dos mais importantes fenômenos literários do século XX. Chegou ao primeiro lugar da lista dos mais vendidos em 18 países. Tem sido elogiado por pessoas tão diferentes como o Prêmio Nobel de Literatura Kenzaburo Oe, o prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, a cantora Madonna e Julia Roberts, que o consideram seu livro favorito. A edição ilustrada pelo famoso desenhista Moebius (autor, entre outros, dos cenários de O Quinto Elemento e Alien) já foi publicada em vários países. The Graduate School of Business of the University of Chicago recomenda o romance no seu currículo de leitura. Também foi adotado em escolas da França, Itália, Brasil, Estados Unidos, dentre outros países.


FONTE DE INSPIRAÇÃO (PROJETOS/FILMES/TEATRO)
Em 2009, é lançado no Brasil o filme Veronika Decides to Die, o primeiro filme baseado numa obra de Paulo Coelho. O filme recebeu fortes críticas negativas, afirmando que o roteiro se distancia demais do livro. Vale lembrar que Paulo Coelho nada teve a ver com a adaptação do livro para filme. Existe um projeto para transformar em filme o "best-seller" O Alquimista. Coelho foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009.
Em agosto de 2010 lançou o livro O Aleph, que desde então é o líder de vendas no país.
Já foi fonte de inspiração de vários projetos – como um musical no Japão, peças de teatro na França, Bélgica, EUA, Espanha, Portugal, Taiwan, Turquia, Itália, Suíça. É tema de duas sinfonias: na Itália, uma peça clássica pelo italiano Irlando Danieli para o Scala de Milão, e nos EUA, onde a BMG Classics lançou o CD “A Sinfonia do Alquimista”, pelo compositor Walter Taieb, inspirada em seu enredo.
Os direitos de filmagem de O Alquimista foram adquiridos pela Warner Brothers, que está desenvolvendo o roteiro do filme Onze Minutos pela Hollywood Gang Production e Verônika Decide Morrer pela Muse Productions (VS); e Monte Cinco pela Capistrano Productions.
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MENSAGEIRO DA PAZ
Em setembro de 2007, a ONU nomeou o escritor Paulo Coelho seu novo Mensageiro da Paz, ao lado da princesa jordaniana, Haya, do maestro argentino-israelense Daniel Barenboim e da violinista japonesa Midori Goto. O anúncio foi feito durante a cerimônia de comemoração do Dia Internacional da Paz na sede da ONU em Nova Iorque presidida pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon.
"Aceito com gosto esta responsabilidade e me comprometo a fazer o máximo para melhorar o futuro desta e das próximas gerações", declarou o escritor brasileiro ao saber de sua nomeação. Os Mensageiros da Paz são designados pessoalmente pelo secretário-geral das Nações Unidas, com base em seu trabalho em campos como artes plásticas, literatura ou esporte, e seu compromisso de colaborar com os objetivos da ONU.
Paulo Coelho pertence ao Board do Instituto Shimon Peres para a Paz, é Conselheiro Especial da UNESCO para “Diálogos Interculturais e convergências espirituais” e membro da diretoria da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, que distribuiu anualmente um prêmio de U$ 1 milhão para empreendedores sociais.
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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Não deixou de causar grande surpresa sua eleição, em 25 de julho de 2002, para a academia. A instituição tinha um histórico de rejeitar autores de sucesso, ditos "populares" - e dela ficaram fora Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Mário Quintana e outros tantos autores reconhecidos.
Mas o autor, que se candidatara outras vezes, foi eleito em 25 de julho de 2002 na sucessão de Roberto Campos e recebido em 28 de outubro de 2002 pelo acadêmico Arnaldo Niskier como o oitavo ocupante da cadeira 21, cujo patrono é Joaquim Serra.
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OBRAS

Livros
-O Teatro na Educação
-Arquivos do inferno (1982) (não foi publicado em Portugal)
-Manual prático do vampirismo (1986) [recolhido pelo autor] (não foi publicado em Portugal)
-O Diário de um Mago (1987)
-O Alquimista (1988)
-Brida (1990)
-As Valkírias (1992) (publicado em Portugal com o título As Valquírias)
-Na margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei (1994)
-O Monte Cinco (1996)
-Veronika Decide Morrer (1998)
-O Demônio e a Srta. Prym (2000) (publicado em Portugal com o título O Demónio e a Senhorita Prym)
-Onze Minutos (2003)
-O Zahir (2005)

Adaptações
-O Dom Supremo (1991) (Henry Drummond)
-Cartas de Amor do Profeta (1999) (Khalil Gibran)
-Veronika Decide Morrer- Adaptação para filme (2009)

Compilações
-Maktub (1994) - Compilação de suas melhores colunas publicadas na Folha de São Paulo
-Frases (1995) - Compilação das melhores frases de 5 livros de Paulo Coelho (não foi publicado em Portugal)
-O manual do guerreiro da luz (1997) - Compilação de textos para nos fazer lembrar que em cada um de nós vive um guerreiro da luz
-Palavras essenciais (1999) - Compilação de mensagens extraídas das obras de Paulo Coelho (ilustrado) (não foi publicado em Portugal)
-Histórias para pais, filhos e netos (2001) - Compilação de contos tradicionais (não foi publicado em Portugal)
-O Gênio e as Rosas (2004) - Compilação de 24 histórias tradicionais (ilustradas por Maurício de Souza) (não foi publicado em Portugal)
-Ser Como O Rio Que Flui (2009) - reunião de textos e pensamentos

Músicas

Música com Anahi

-Aleph

Músicas com Raul Seixas
-Canto para minha morte
-Eu nasci há dez mil anos atrás
-Gita
-Al Capone
-Sociedade Alternativa
-A maçã
-Medo da chuva
-Eu também vou reclamar
-As minas do Rei Salomão
-Tu és o MDC da minha vida
-Como vovó já dizia (óculos escuros)
-Não pare na pista
-Tente outra vez
-Meu Amigo Pedro
-A Hora do Trem Passar
-Rockixe
-Se o rádio não toca
-Ave Maria da Rua
-O Homem
-Quando Você Crescer
-Judas
-A Verdade Sobre a Nostalgia
-Rock do Diabo
-Cachorro Urubu
-Super Heróis
-Moleque Maravilhoso
-Cantiga de Ninar
-Os Números
-Magia de Amor
-Loteria de Babilônia
-As Profecias

Outros

-A versão da música em português "I will Survive", cantada pela Vanusa, "Eu Sobrevivo", foi composta por ele. Alem da versão de "Sou Rebelde" , "Soy Rebelde" Clássico dos anos 70.
-A versão em português de Me vuelves loco, de Armando Manzanero (Me deixas louca, cantada por Elis Regina) foi escrita também por Paulo.

PRÊMIOS E CONDECORAÇÕES

-"Mensageiro da Paz" (ONU, 2007)
-“I Premio Álava en el Corazón" (Espanha, 2006)
-“Wilbur Award” (Estados Unidos, 2006)
-Premio Kiklop pelo O Zahir na categoria “Hit of the Year” (Croácia, 2006)
-Premio “DirectGroup Inrternational Author” (Alemanha 2005)
-“Goldene Feder Award” (Alemanha, 2005)
-“The Budapest Prize” (Hungria, 2005)
-“Order of Honour of Ukraine” (Ucrânia, 2004)
-"Order of St. Sophia" (Ucrânia, 2004)
-“Nielsen Gold Book Award" pelo O Alquimista (Inglaterra, 2004)
-Premio “Ex Libris Award” pelo livro Onze Minutos (Serbia, 2004)
-Premio “Golden Bestseller Prize” do jornal "Večernje Novosti" (Serbia, 2004)
-Oficial de Artes e Letras (França, 2003)
-Premio Bambi de Personalidade Cultural do Ano (Alemanha, 2001)
-Premio Fregene de Literatura (Itália, 2001)
-"Crystal Mirror Award" (Polônia, 2000)
-"Chevalier de L'Ordre National de la Legion d'Honneur" (França, 2000)
-“Golden Medal of Galicia” (Espanha, 1999)
-"Crystal Award" World Economic Forum (1999)
-"Comendador de Ordem do Rio Branco" (Brasil, 1998)
-Finalista para o "International IMPAC Literary Award" (Irlanda, 1997)
-"Golden Book" (Yugoslavia '95, '96, '97, '98)
-“Super Grinzane Cavour Book Award” (Itália, 1996)
-"Flaiano International Award" (Itália '96)
-"Knight of Arts and Letters" (França '96)
-"Grand Prix Litteraire Elle" (França/95)

Fontes
Coelhofamosodaredetempropriositeoficial
Cuniculturanawikipédia
 
Achei esta reportagem aqui, e resolvi compartilhar no tópico. :)


Paulo Coelho e a polêmica sobre o sucesso

Parece existir um senso comum de que qualidade da produção literária deve estar necessariamente desvinculada de grande sucesso. Aquele sentimento existente de artista marginal que se sobrepõe às próprias mazelas e produz obra excepcional. Mas, mais do que isso, se recusa a colher os louros do próprio trabalho e aceitar o sucesso. Talvez essa seja uma das possíveis explicações do preconceito existente contra o autor do livro brasileiro mais vendido e que está no Guinness Book como o autor mais traduzido no mundo, o escritor Paulo Coelho.
Nascido em 1947 no Rio de Janeiro, Paulo Coelho foi diretor e autor de teatro antes de se dedicar à literatura. Porém, a atividade pré-literária que o tornou famoso foi a parceria com o cantor e compositor Raul Seixas (1945-1989), um dos ícones da contracultura brasileira. Sucessos como “Eu nasci há dez mil anos atrás”, “Gita” e “Al Capone” se originaram desta parceria. Também escreveu letras para outros expoentes da música brasileira como Elis Regina e Rita Lee.

Seu primeiro livro, editado por ele mesmo, foi “Arquivos do Inferno” e não obteve nenhuma repercussão. Após percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, publicou “O Diário de um Mago” e em 1988 “O Alquimista”, que se tornou o livro brasileiro mais vendido de todos os tempos e o 5º livro mais vendido no mundo. Foi com ele que Paulo Coelho ganhou projeção internacional. O ex-presidente norte-americano Bill Clinton e outras celebridades mundiais foram vistas com o livro. Estava dado o passo para o sucesso internacional e simultaneamente para a rejeição de alguns.

Mas a rejeição ao autor é predominantemente brasileira - em outros lugares do mundo o autor é altamente aclamado. Já foi publicado por 64 editoras de 59 países. A publicação de seu livro Onze Minutos, lançado em 2003, já havia sido acertada por mais de vinte editoras estrangeiras antes de seu lançamento. Recebeu a comenda de cavaleiro das artes e das letras na França em 1996 onde ouviu do ministro da cultura francês: "Seus livros fazem bem porque estimulam a capacidade de sonhar, nosso desejo de buscar e de encontrar a nós mesmos nessa busca." Já quando foi homenageado na 60ª Feira Internacional do Livro de Frankfurt em 2008 e convidou o então ministro da cultura para participar, este não compareceu. Seu livro “Veronika decide Morrer” recebeu elogios do consagrado escritor italiano Umberto Eco. O autor também foi inspiração para um musical no Japão e peças de teatro na França.
Unanimidades não existem, é claro, mas os números e as críticas comprovam que os brasileiros tendem a ser menos receptivos com a obra de Coelho. Fernando Morais, autor da biografia do escritor, “O Mago”, cita no livro a seguinte frase de Tom Jobim, "Sucesso, no Brasil, é ofensa pessoal".

Se isso não é totalmente verdade, é uma meia-verdade aparente. Alguns artistas brasileiros que ganham projeção internacional tendem a ser alvos de crítica negativa. Talvez seja o que o também escritor brasileiro Nelson Rodrigues descrevia como complexo de vira-lata. Rodrigues dizia que por “complexo de vira-lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Dos principais prêmios que recebeu, poucos, em seu site aparecem apenas 4 de 65, são brasileiros e a metade relacionada a seu empreendedorismo e não à sua obra de fato.
Os que criticam negativamente o trabalho de Coelho creem em outras questões. Argumentam que sua narrativa é fraca e superficial, que seus textos são permeados por erros gramaticais e que possuem um quê de auto-ajuda. O Phd em Letras Janilto Andrade, publicou o livro ''Por que não ler Paulo Coelho'' onde refere-se à obra de Coelho como ''um excitante vulgar procurando qualificar-se como arte sofisticada''. Coelho não responde às críticas à sua obra. Na verdade, ele só responde a críticas negativas quando estas se referem a seus leitores.
A sua eleição em 25 de julho de 2002 para a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras reacendeu a polêmica acerca da qualidade de seu trabalho. Mas sua fama só cresceu: sete anos depois, seu livro “Veronika decide morrer” foi transformado em filme por Hollywood. Convidado a participar da produção, o autor recusou, dizendo que era escritor e não roteirista. Seu último livro, “O Aleph”, publicado em 2011, que aborda a peregrinação como auto-descoberta, é um retorno à ideia presente em “O Alquimista” e tornou-se mais um grande sucesso do autor. Além da dedicação à literatura, o escritor idealizou o Instituto Paulo Coelho, que apoia financeiramente crianças e idosos menos favorecidos.

Coelho ainda faz excelente uso das mídias sociais, interage com seus leitores e fãs e chamou a atenção quando liberou o download gratuito de seus livros em um site da internet e ainda disse "Fiquem à vontade para baixar meus livros de graça e, se vocês gostarem deles, comprem uma cópia física - o jeito que nós encontramos de dizer à indústria que ganância não leva a lugar nenhum". Sérgio Machado da Editora Record sobre Coelho "Ele virou um craque na negociação e pensa sua carreira sempre três passos adiante" O mago da literatura é também mago do marketing.
A grande questão não é que deva existir uma unanimidade quanto à obra de Coelho, nem aqui se estabelece que quem o crítica o faz majoritariamente por preconceito já que a experiência literária é algo estritamente pessoal. Apenas aborda-se a comprovação de que seu sucesso é um fato e que sua estrondosa projeção internacional gera visibilidade para a cultura brasileira. (Em um país que se destaca prioritariamente por esportistas). Além disso, o escritor costuma ser o carro-chefe da editora em que se estabelece, assim para muitas editoras que tinham necessidade de publicar predominantemente narrativas estrangeiras, por serem mais lucrativas, ele cria a possibilidade de investimento em novos escritores nacionais, que pela lógica anterior não conseguiriam esta chance. O sucesso de Coelho começou na editora Rocco, o lucro obtido por ela com as obras do escritor possibilitou que a editora crescesse e investisse em novos talentos.
As narrativas de seus livros, tidas como simples e o tom de autoajuda presente tornam seus livros mais acessíveis e atraentes aos brasileiros, mas próximos ao seu cotidiano, uma vitória em um país que luta para tornar a leitura hábito entre sua população. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência em 2011 o número de brasileiros considerados leitores- aqueles que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa – em 2011 era de 88,2 milhões, apenas 50%da população.
O único autor vivo mais traduzido que Shakespeare, com obra publicada em 160 países, traduzida para 73 idiomas, autor do livro brasileiro de maior vendagem de todos os tempos. Esse é Paulo Coelho. Você pode não gostar, mas ainda irá ouvir falar muito dele.
 
O unico livro que eu peguei para ler do Paulo Coelho foi Diário de um Mago. Não gostei não, achei meio chato e muito pretencioso. Isso me desanimou de pegar qualquer outra coisa dele para ler.
 
Na adolescência eu já fui fã dele. Numa época em que queria ser bruxa e não existia Harry Potter pra isso, então apelei pro bruxo que tinha em mãos.

De um modo geral, dos livros que li dele (todos até Veronika Decide Morrer, se não me engano), soa-me um pouco como auto-ajuda espiritualizada. Há alguns pensamentos interessantes, algumas frases de efeito que, com boa vontade, te fazem repensar algumas coisas, mas tudo com uma linguagem bem simples (às vezes simplória, com uns erros de português meio grosseiros) e acessível... Talvez daí o sucesso com o grande público, mas não acho um grande nome da Literatura e tal (aliás, definam "Literatura", porque não sei se ele se enquadra). Pra quem gosta de esoterismo, ocultismo, e tem pouco conhecimento sobre o assunto, os primeiros livros podem ser um bom começo (ele faz uma enorme mescla de técnicas de meditação, relaxamento, rituais, etc), mas não passa muito disso. Ele é bem raso.
 
Gosto muito do autor, é profundo, místico, sua literatura beira da loucura ao equilíbrio contendo muitas verdades sobre o espírito humano, o que acredito eu vem da pluralidade das suas experiências e da sua estranha fé. Sua obra não se trata de esoterismo barato como estamos tão acostumados a ver por ai em livros de auto-ajuda, ela contém impressões de um homem que nada tem de arrogância ou presunção, traz consigo um intenso conhecimento sobre o mundo e que de certa forma tenta escrever de que matéria é feita a alma das pessoas.
 
vc me desculpe, mas só essa tentativa de "escrever de que matéria é feita a alma das pessoas" já me parece bastante arrogante e presunçosa. :dente:

Hahaha, bem essa é uma interpretação, tá meio idealista.

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E as religiões até hoje não tentam definir ''alma''?
:dente:

Então quando escrevi "alma" pensei na bagagem emocional que trazemos, as impressões das experiências, não necessariamente a alma que habita o corpo, no sentindo de tentar explicá-la, isso dá muito pano pra manga pra explicar.
 
E as religiões até hoje não tentam definir ''alma''?
:dente:

achar uma definição para o que chamamos de alma é uma coisa. outra completamente diferente é querer escrever "de que matéria é feita a alma das pessoas". de qualquer forma, meu problema com paulo coelho não é o enredo (ou pelo menos só esse), mas o escritor sofrível que ele é. pessoal enche a boca para criticar uma stephenie meyer da vida e depois elogia paulo coelho. não entendo.
 
Curiosidade... Eis a questão!
E com certeza, aliada àquela linguagem simples que ele usa. Acredito que a grande maioria dos leitores esperam conhecer algo mais.
Quem nunca se fez perguntas? Alguns continuam nesse caminho e outros se acomodam sem precisar de mais respostas. Admito que nunca consegui terminar um livro sequer de Paulo Coelho, ele da pitaco sobre religiões e religiões, teorias mais teorias. Ocultismo é sim um assunto muito forte e envolve, de qualquer modo, todos que leem. Quem nunca leu algo de Lobsang Rampa? :roll:
Mas não creio que ele mereça tanto o crédito que lhe dão, achei o seu modo de escrever um tanto desleixado, ele diferencia no conteúdo, mas ocultismo, religião, pra mim, não é assunto de livros, assim, como quem conta histórias. ^^
Se ele tenta dar cabo de explicar, definir a alma, soma-se aos demais que também tentam, se faz sentido, é de cada um.

Minha opinião, um tanto banhada num cabernet sauvignon, mas válida. :yep:
 
Última edição:
Só li um único livro dele, "Verônika Decide Morrer". E talvez meu próprio preconceito me fez não achar tão ruim, porque eu já fui ler esperando algo pelo menos umas 10 vezes pior. :lol:

Ele aborda questões profundas de um modo raso, não chego a dizer que escreve mal, mas de modo simples, simples demais. Mas como só li esse livro, não posso fazer uma análise melhor, e esse livro acabou me marcando muito, por alguns motivos particulares que nada tem a ver com qualidade literária, mas contam pra mim. Juro que já tentei/pensei em ler outros livros dele, mas minha lista de futuras boas leituras é grande demais pra isso.
Eu até cheguei a tentar defendê-lo pra uma ex professora minha, mas depois dessa frase dela
Quando li "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", eu sentei e chorei, de tão ruim.
eu que me convenci a não ler mais nada dele tão cedo.
Mudei parte da imagem que eu tinha dele, passou de "autor que eu nunca vou ler" pra "autor que talvez eu leia se não tiver nada melhor"

E olha que eu gostei até de Crepúsculo. :dente:
 
Gosto muito do autor, é profundo

Profundo? Não sei nos livros mais recentes, mas pelo menos nos primeiros (O Alquimista, Diário de um Mago e Brida - especialmente no último) ele reproduz práticas e exercícios básicos de meditação como se fossem grandes segredos do mundo esotérico. Ainda sobre Brida, ele faz uma mescla de Wicca (que, aliás, vira nome de personagem) com Cristianismo que eu estou até hoje tentando entender a ligação. Sem contar aquele papo de "Outra Parte" que até hoje não encontrei NENHUMA linha mística (pagã ou não) que acredite nisso. Tudo muito bonito, muito romântico, mas né? Cinderela, Branca de Neve e outros contos que a gente leu quando criança e nos fizeram crer em príncipes encantados já usaram essa ideia, e de real ela não tem nada.

Na minha adolescência ele foi importante pra mim, por isso não me arrisco a falar mal da fonte onde bebi - fato que muito da minha curiosidade começou com as informações encontradas nos livros dele. Mas é superficial demais, sério. É bom pra começar, mas é tipo tabuada de 1.
 
Mas não creio que ele mereça tanto o crédito que lhe dão, achei o seu modo de escrever um tanto desleixado, ele diferencia no conteúdo, mas ocultismo, religião, pra mim, não é assunto de livros, assim, como quem conta histórias. ^^

ah pera aê, né. Porque ele não usa um vocabulário rebuscado (desde quando isso prova que alguém é superior?), uma maneira mais aristocrática de escrever ou uma história cheeeeeia de tramas e dramas, ele não tem o mérito devido? Ele fala muito de religiões, seitas, magias, meditações... coisas que ele viu, conheceu. Uma vez eu vi no jornal O Dia, de muito tempo atrás, uma coluna que ele foi convidado e escreveu que, ao produzir um livro, ele pensava nos antigos pergaminhos que eram os jornais antigos, o modo que as pessoas tinham de divulgar as coisas.
Acho que as mentes deveriam ficar um pouco mais abertas aqui. Nunca poderão dizer que ele não é original, ou que inventa historinhas pra vender. Eu acho a forma de escrita dele bem objetiva e sucinta, sem muito rodeio, afinal, o que ele escreve já é complexo por si só, já precisa de certa reflexão, pra que raios ficar enrolando em chegar logo no ponto? Para mim, que sempre gostei muito do mundo místico, foi muito interessante obras como Diário de um Mago e Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei. Mas até hoje minha obra preferida dele é O Manual do Guerreiro da Luz, que é o ÚNICO livro considerado de auto ajuda que eu jamais gostei (detesto demais livro de auto ajuda), porque não é bem um livro de auto ajuda, ou pelo menos, ele disfarça de uma maneira incrivelmente pitoresca e interessante.
 
Gosto muito do autor, é profundo, místico, sua literatura beira da loucura ao equilíbrio contendo muitas verdades sobre o espírito humano, o que acredito eu vem da pluralidade das suas experiências e da sua estranha fé. Sua obra não se trata de esoterismo barato como estamos tão acostumados a ver por ai em livros de auto-ajuda, ela contém impressões de um homem que nada tem de arrogância ou presunção, traz consigo um intenso conhecimento sobre o mundo e que de certa forma tenta escrever de que matéria é feita a alma das pessoas.
Eu lia as colunas dele na Folha e sempre achei o contrário: tremendamente superficial, bobo e ingênuo. Mas pra quem está no dia-a-dia estressado e não tem tempo de ler os Vedas, é um interessante lugar para quebrar a rotina de lassidão espiritual.
E as religiões até hoje não tentam definir ''alma''?
:dente:
Elas não tentam, elas afirmam e com argumentos racionais para sustentar suas visões. Esse 'tentar' tende a parecer como se alma fosse objeto de ciência e não é, é objeto da filosofia

Bom, eu nunca cheguei perto dos livros de ocultismo, acho de uma superficialidade gritante, pelo que leio sobre e pelo que li nas colunas dele, mas... eu li Onze Minutos. É sua obra mais... diferente. Talvez por isso eu gostei tanto. É basicamente um conto que traça paralelos filosóficos e simbólicos da vida de Maria Madalena com a de centenas de milhares de mulheres no mundo, a vida do sexo como fonte de renda, o valor do sexo enquanto força libertadora, a importância da sexualidade e seus extremos de hedonismo egoísta e negação doentia do prazer sendo confrontados por uma apóstola do sexo que vai se aproximando de poços mais profundos e mergulhando neles, buscando por um significado na dor e no amor, buscando se encontrar.

Conhecendo o que conheço hoje de magia sexual, sentido místico da sexualidade além de tudo que já vi de mística e filosofia da Índia, Oriente Próximo, cristianismo oriental e ocidental, etc, tendo a dizer que se lesse esse livro hoje eu o acharia bem mais pretensioso. Mas não achei, amei o livro na época. Talvez o Paulo seja uma questão de se abeirar despretensiosamente, pra depois beber de águas mais profundas, de alimentos mais sólidos.
 
ah pera aê, né. Porque ele não usa um vocabulário rebuscado (desde quando isso prova que alguém é superior?), uma maneira mais aristocrática de escrever ou uma história cheeeeeia de tramas e dramas, ele não tem o mérito devido?

se vc está falando de literatura como arte, não. não tem mérito algum. e eu li alguns livros dele e sei do que estou falando. como literatura de entretenimento o maior mérito dele é saber dizer o que as pessoas querem ouvir, basicamente.
 
Na modesta opinião de quem já leu PC ele é ruim de doer. Não se faz um bom livro sem um bom texto. E a forma dele escrever é ruim de dar dó. Tentei ler o Alquimista e desisti. Li Diário de um Mago e não gostei. E olha que tinha uns 16, idade onde nós costumamos nos deixar impressionar por exoterismo e outras bagaças desse tipo. O último que li foi Veronika Decide Morrer e a única coisa que me lembro é de uma cena pseudoerótica da personagem tocando uma siririca na frente do piano. Ou seja, não foi por má vontade que não gostei do modo de escrever do cara. É uma pena que ele tenha entrado para a ABL enquanto poetas do quilate de Mário Quintana ficaram de fora.
 
Tô muito cheia de amor no coração que não tenho, hoje. Mas isso, certamente, é culpa das taças de vinho que bebi. Mas, ó, vou ser sincera co'cês, não consigo analisar o Paulo Coelho como um todo, não; preciso fragmentá-lo, para não ser injusta. Sou MUITO fã do Raul Seixas. Assim, muito, mesmo. A santíssima trindade, para mim, é Pixies, Raul e Clara Nunes. Digo santíssima trindade porque eu ouço isso aí todos os dias da minha vida. Então, curto o Paulo Coelho como parceiro do Raul nas composições. Minha música preferida, que eu gostaria que tocasse no meu velório, é Canto para minha morte. Pronto, já dei ao Coelho o que é do Coelho.

Já li O Alquimista, Brida, As Valkírias, Maktub e O demônio e a senhoria Prym. Olha, posso ter mil motivos para não curtir a "literatura" do Paulo Coelho, mas o fato de ele ser brasileiro NÃO É um desses motivos, ok? Eu gosto de bons livros, e isso independe da nacionalidade dos escritores. Todo mundo sabe a paixão que tenho pela literatura brasileira, tanto que os dois autores que indiquei, no Autor da Semana, são brasileiros, e são autores que eu já disse adorar (João Cabral é meu poeta preferido e Murilo Rubião é meu contista BRASILEIRO preferido).

Dito isso, vamos ao que interessa: super me diverti com o lance da LENDA PESSOAL em O Alquimista, viu. Não sei se era para ser humor, certeza que não, mas achei engraçado, e sempre falo na LENDA PESSOAL. Ok, vou mudar a estratégia, eu falaria sobre cada um dos livros dele que já li, separadamente, mas não há necessidade. A questão é a seguinte: livros bem deterministas, hein? Ok, o ponto não é esse. O que me incomoda no Paulo Coelho (não, não é, mesmo, a questão com a ortografia ou com a sintaxe) é que as obras dele tendem a passar a ideia de completude, tentam passar a ideia de que "se você fizer isso, vai conseguir ser feliz". Gente, na boa, não dá. Isso, para mim, é inadmissível, isso, para mim, quebra uma das principais funções da literatura: a literatura, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é charlatã, não vende um lugar no céu, a literatura nos ajuda a lidar com a falta, mas não nos promete acabar com ela. Qualquer obra que se proponha a ser literatura, que tente passar a ideia de completude, não tem o meu respeito como leitora. Nós somos seres de falta, incompletos, a arte nos ajuda a lidar com a falta, mas não tem a pretensão de extingui-la.

Por isso, a ideia de completude, a ideia de sanar a falta, Paulo Coelho me satisfaz literariamente tanto quanto uma bula de remédio, me mostra os passos que devo seguir para tomar o medicamento e acabar com a minha dor, mas não me ensina a lidar com essa dor, não me ensina que a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
 
Uhum.
Ele tem participação em Gita, Judas, Quando você crescer, etc.
 

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