Eu tava para criar um tópico do King Crimson faz tempo, mas sei lá... para essas bandas que eu gosto muito eu não tenho capacidade de criar um tópico já que eu ficaria dias trabalhando em cima dele até posta-lo aqui! Portanto a idéia do Daniel(Ash Nazg) de criar foi ótima para mim, porque assim eu não fico com esse "peso" de criar e de ficar tempos e tempos na construção do tópico! heheheh!
King Crimson é a minha banda favorita, juntamente com Genesis em sua época Progressiva. A diferente entre essas duas bandas, é que o King Crimson desde seu nascimento até os dias atuais vem fazendo Rock Progressivo do melhor, nunca produz material igual, ou seja, SEMPRE está evoluindo e renovando seu conceito sem perde a qualidade e mudar o estilo. E é de fato uma banda revolucionária, desde o seu primeiro álbum(In Court Of The Crimson King) que por sinal talvez seja o mais "explosivo". Uma banda que sempre esteve a frente do seu tempo.
A banda sempre esteve em transformação como já disse, e isso se deve aos membros da banda também que também sempre mudaram, como exceção daqueles que muito dizendo o "dono" da banda e o cerebro-mór do grupo: Robert Fripp. Um guitarrista de extrema qualidade, desde seu aparecimento figurando entre os melhores de todos e além dessa qualidade, a sua criatividade, que é tão colossal que pode se dizer genialidade. Ele simplesmente fez King Crimson ser o que é hoje, claro, não sozinho, sempre esteve acompanhado de virtusos músicos, que anteriormente tocaram em outras bandas famosas como o caso do baterista Bill Bruford que já havia tocado no Yes, Genesis. E outro que mais tarde vieram a formar bandas que hoje tem seu nome como o baixista e vocalista Greg Lake que após sair do KC veio a formar o Emerson, Lake & Palmer(ELP).
Gostaria agora que fazer uma resenha dos discos, mas como isso irá me durar tempo eu vou fazer por fases, a começar no final dos anos 60 com o In The Court até o disco Island, que já é está no meio do caminho, ou seja, entre a primeira fase da banda e a segunda. Um detalhe importante é que eu não darei nota aos trabalhos da banda, já que é impossível para mim, pois eu acho tudo que eu já ouvi feito pela banda excelente... vamos lá:
In The Court Of The Crimson King (1969)
Para muitos, esse é o melhor álbum não só da banda como seu Rock Progressivo. Não é por menos, um álbum que marcou sua época, que revolucionou os conceitos músicais não só do Rock, como da música numa maneira geral. Ninguém havia escutado algo como poderia ser ouvido no In The Court, o trabalho mais próximo na época pode ser o St. Peppers(1967) dos Beatles.
Lembrando que a banda tem um membro que apenas faz as letras dessa, Peter Sinfield, este que trabalha com a banda até o álbum Island.
O álbum começa com o destruidora
21st Century Schzoid Man, uma música que se eleva ao pico da progressividade, assim sendo, já inédita para o que se ouvia na época. É a canção mais pesada, com vocal marcante e instrumental que não fica atrás, enfim, um clássico. Tanto na banda quanto do Rock.
Seguindo com a experimental
Moonchild, mas antes da sua longa suite experimental, há uma introdução belissíma, marcada pela voz suave de Greg Lake e pelo beleza do instrumental.
I Talk To The Wind é uma balada suave e com belas harmonias e assim como Moonchild, Greg Lake consegue transpor sua voz e marcar a música com um instrumental bem-acabado.
O álbum segue praticamente direto com
Epitaph, minha música favorita do álbum atualmente. Com uma letra fantástica, e levada firme, consegue impressionar qualquer ouvinte, e o refrão que marca. Uma música com todo requinte do Progressivo.
A faixa-título fecha o álbum. Não é a maior música do álbum que fica a cargo de Moonchild, mas soa como a maior por suas passagens que parecem durar horas. Se eu pudesse escolher cinco músicas para representar o que é o King Crimson,
In The Court Of The Crimson King com certeza estaria na lista. Já que é a que mais marca no álbum, tanto pela letra como pela instrumental que consegue misturar uma música de época com um ar jazzístico e o Rock da banda de maneira harmonioza satisfazendo a todos aqueles que curtem o estilo. Um verdadeiro hino.
E assim acaba um álbum do qual não se deve ser escutado apesas uma vez, e sim quantas vezes for possível, pois não cansa, não enjoa, muito pelo contrário, cada vez que você o escuta você descobre novos detalhes que recheiam o disco fazendo ele ser um dos melhores de todos os tempos.
In The Wake of Poseidon (1970)
O segundo disco do King Crimson não soa com a mesma genialidade do primeiro, mas nem por isso fica atrás. É um álbum de qualidade e está entre os melhores da banda, com belissímas cancões como é o caso da faixa-título, ou então de Cadence and Cascade. E também revela música a qual são totalmente Jazz como é o caso da psicodelica Cat Food ou de Pictures of A City. Não esquecendo da experimentaçãoe grandiosidade como acontece em Devil's Triangle.
Após a introdução dada por
Peace - A Beginning, o disco começa com a pesada
Pictures Of A City, que nos faz recordar de 21st Schizoid Man, mas dessa vez com uma levada mais jazzística e mas ainda com um vocal rasgado e acompanhada de um naípe de metal e uma psicodelia da melhor qualidade, ótima letra, um solo maravilhoso que qualquer fã da banda nunca se esquece, e ainda tem momento para uma passagem mais "light" e novamente dá lugar a confusão de sons. Com certeza uma música de já consegue marcar seu lugar no álbum.
Cadence and Cascade, para mim figura dentre as mais belas canções do KC, primeiramente chamando a atenção pela suave e relaxante voz de Gordon Haskell, convidado de Fripp que consegue ter sua marca na banda pela fantástica música que ele canta, sem saber que mais tarde ele faria muito mais que uma participação na banda. Uma linda flauta soa ao fundo da música acompanhada do violão de Fripp. Uma composição de altissíma qualidade, que pode ser comparada a I Talk To The Wind.
In The Wake Of Poseidon é uma história em apenas 8 minutos citando 12 criaturas e uma naufragio. Difícil dizer a melhor letra da banda, já que muitas, muitas mesmo fazem jus a esse título, mas essa pode-se dizer que está entre as melhores. Com uma levada calma que assim pode dar seqüencia a música anterior. Consegue demostrar sem exagero a qualidade dos músicos da banda, tanta no peso da percursão, como nos melotrons e arranhadas(no bom sentido) do violão de Fripp, que toca os dois últimos instrumentos citados.
Segue assim o álbum com
Peace - A Theme, uma música que segue a introdução do álbum, apenas um minuto e dá lugar a excentrica e jazzísca
Cat Food. Com um força total no baixo e nos pianos que soam maravilhosos a música inteira completando o vocal de Greg Lake que nesse álbum apenas canta e o arremadas de Fripp no violão e na guitarra.
The Devil's Triangle começa como uma marcha alucinante que chega a dar medo aquele que o ouve com atenção, já que o melotron e o piano e sax se misturam causando uma emaranhado de sons confusos e doentios, e assim vem a ventania onde tudo se acalma. Mas novamente o som louco volta trazendo atona aquela excentricidade que só uma banda como King Crimson é capaz de fazer com qualidade... um ar de experimentação fica no ar juntamente com a maluquise da música. Absolutamente do nada no fim da música ouve-se um trecho de In The Court Of The Crimson King em meio a barulheira toda, é uma música única que qualquer um que gosta da banda e tem curiosidade pelo som deve ouvir.
O álbum acaba com
Peace - an end, uma faixa calma e dá seqüencia às "Peace" que tocam no ínicio e meio do disco...
Lizard (1970)
Nesse álbum, marca a partida de Greg Lake da banda e assim Gordon Haskell havia feito uma participação da música Cadence ans Cascade do álbum anterior assume o vocal tocando baixo também. Lizard é um álbum difícil de se ouvir, eu demorei tempos para me acostumar com ele. Mas nela há a melhor música do KC na minha opinião, aquela que representaria a banda se eu escolhesse apenas uma.
A primeira música do Lizard é
Cirkus, uma música que demonstra logo de primeira a virtuosidade dos músicos que trabalham no álbum mas sem perde o
feeling, mesmo assim é uma música que precisa de muita atenção para analisar toda a harmonia desta.
Indoor Games tem uma atmosfera sarcastica e excentrica. O que me faz lembra a banda Gentle Giant. Nessa música a banda mostra elementos de sopro e percussão como o ponto forte. A música termina com uma risada de Haskell que demonstra bem o que a música quer passar, algo engraçado.
A terceira faixa do disco é a doentia
Happy Family, onde o vocal de Haskell passa atravessa e cheio de efeitos distorcidos a música inteira. Psicodelia total. Onde dentre a levada da música pianos e outros instrumentos fazem seus experimentos fora da música, algo complicado de se explicar, só ouvindo com atenção que se entende. Uma música com elementos de Jazz bem posicionados.
Para recordar a lindissímas canções dos álbum anteriores, como Cadence and Cascade ou I Talk To The Wind, no Lizard há
Lady of the Dancing Water, uma música onde há flautas bem trabalhadas e um momento totalmente acústico, onde Gordon Haskell assim como em Cadende and Cascade consegue transpôr seu suave vocal, uma linda letra, bem marcante.
Enfim chega-se ao ponto alto do álbum, a faixa-título e que fecha este.
Lizard nada mais é que minha música favorita do King Crimson, uma das melhores de todos os tempos, foi complicado chegar a essa conclusão já que KC é recheado de belas cancões. Mas essa representa de maneira perfeita o que é o King Crimson. A música começa de forma surpreende para aqueles que o escutam pela primeira vezes, com a voz de Jon Anderson, do Yes, um dos melhores vocalista de todos. A primeira parte de Lizard chama-se
Prince Rupert Awakes. Tem ínicio bem calmo e com um primeiro refrão marcante e alegre.
Onde ao começar o momento instrumental, ínicia-se também a segunda parte
Bolero - The Peacock's Tale. Ouve-se uma percussão continua ao fundo que lembra uma marcha de guerra, então o piano e os instrumentos de sopro vão fazendo o resto, um resto com qualidade ao nível máximo, que passam de uma levada calma e um momento jazzistico, voltando a um dar lugar a um instrumental calmo, e isso se dá atraves de uma flauta.
Finalizando a segunda parte da música, segue
The Battle Of Glass Tears, onde Gordon Haskell assume os vocais num momento angustiante e triste...
mas logo essa dá lugar a uma mudança drástica da percussão que faz lembrar músicas como Epitaph e In The Court Of The Crimson King. Com isso ínicia-se uma "batalha" entre os instrumentos de sopro onde cada um tem o seu lugar. Onde há desde sax e cornetas frequeticas até solos de guitarra em meio a um acompanhamento de baixo até tudo desaparecer e assim a música volta para íniciar o curto último ato da música,
Big Top, enfim, Lizard é algo fantástico.
Island (1971)
Último álbum da primeira fase do King Crimson, apesar de ser considerado o fim da primeira fase pode se dizer que é um álbum único, por estar no meio de duas fases, num momento de transição. Para mim é o mais melancolico e depresivo, e além desses elementos ele é o mais orquestrado. Ele é marcado por duas partes: As três primeiras músicas mesmo sendo harmonisas tem um ar mais experimental. Já as três últimas tem uma melodia mais harmoniosa. Mas uma vez o vocalista muda e dessa vez é Boz Burrell.
A música que abre o álbum é
Formentera Lady, uma música que começa com uma levada compassada enquando Burrell canta. A música segue muito bem orquestrada e bem bonita, até que então sem você perceber ela segue para a segunda faixa...
...o momento instrumental se dá na música
Sailor's Tale onde os instrumentos de cordas soam como os compassos. A percussão enfeita e cria um clima. Os instrumentos de sopro dão harmonia e encaminham a música para um momento onde os vocais feitos atraves de quase uma opera começa a cantar novamente, algo totalmente orquestrado e muito bem feito. Eis que começa uma suite jazzistica frenética. Tomado logo por um momento calmo novamente, esse onde a guitarra de Fripp faz uma viagem psicodelica onde ele usa sua técnica batizada de
Frippertronics... quando a música volta a ficar frenética lembrando até Devil's Triangle do álbum In The Wake Of Poseidon e a confusão vai diminuindo até se tornar algo funebre e terminar.
The Letters é uma canção que ínicia bem suave, até se adentrar pelo momento onde há uma orquestra de sopros e gritos de guitarra, seguindo entre o suave e bruto por toda a música.
A quarta música é
Ladies of The Road, talvez seja a música mais influenciada por Beatles do KC. Se eu não soubesse que é do King Crimson eu falaria que é dos Beatles. Mas o que diferencia as bandas é a capacidade de misturar a virtuosidade, psicodelia e beleza sem perder o brilho, e o King Crimson faz isso bonito. Um refrão bem marcante, e vocal distorcido também marcam a música.
Prelude - Songs of The Gulls é uma maravilhosa composição somente instrumental, onde poderia se dizer que é ao nível das melhores músicas clássicas já feitas. Não sei muito o que comentar dela, é lindissíma, por isso o melhor jeito de sentir a beleza desta é escutando-a.
A última música do álbum é
Island. A faixa-título é bem ao estilo do álbum, melancólica porém bela. O piano de Keith Tippett é o instrumento marcante na música. Sem deixa os outros instrumentos sem mostrar suas qualidades. É de fato a faixa mais bonita do disco e marcante. Burrell, com sua belissíma voz faz lembrar a qualidade de Haskell e Lake, demonstrando que é tão bom quanto eles. A música é praticamente toda com a mesma levada, até que a se aproximar do fim, o sax faz um solo no qual deixa a música mais movimentada e ainda bastante climática encaminhando-a para o fim junto com os melotrons e o piano. Maravilhoso.
E assim eu posso dizer que terminar o primeiro momento de uma banda tão maravilhosa como King Crimson. Em breve a segunda parte...