Vëon
Do you know what time it is?
Cinco Filmes Favoritos Com Fëanor
Fëanor disse:Repito o que eu disse sobre minha lista dos livros: é sacanagem escolher somente 5. Sempre será injusto. Mas seria da mesma forma se fossem 10, 15... então eu deixei os medalhões de fora, e selecionei 5 filmes que considero especiais para mim, e que gostaria de compartilhar os motivos para tanto. Ah, e eles não estão em ordem de preferência.
Amnésia (Memento, 2000 - Christopher Nolan)
Uma pessoa que não pode se lembrar dos fatos recentes. Esse é Leonard. E a última memória fixa em sua mente é a de que sua esposa foi estuprada e assassinada. Então ele usa tatuagens e anotações no verso de fotografias que ele tira com sua Polaroid para juntar as peças que levam ao assassino. Mas até que ponto Leonard está certo dos fatos? Até onde ele pode confiar em si mesmo?
Memento é uma obra-prima, construída para fazer quem assiste sentir-se como o personagem principal. Cenas aparentemente desconexas, intercaladas entre P&B e cores, que deixam você perdido no meio da história. Essa é a pretensão do Nolan. E quando o filme acaba, você quer ver (e precisa ver!) de novo. E de novo. E de novo.
"I have to believe in a world outside my own mind. I have to believe that my actions still have meaning, even if I can't remember them. I have to believe that when my eyes are closed, the world's still there. Do I believe the world's still there? Is it still out there?... Yeah. We all need mirrors to remind ourselves who we are. I'm no different."
M, O Vampiro de Dusseldorf (M, 1931 - Fritz Lang)
A polícia alemã está atrás de um serial killer, cujo alvo são crianças. Entretanto, a população fica cada vez mais impaciente com o insucesso em capturar o assassino, e resolve agir.
M é o trabalho máximo do Fritz Lang, e seu primeiro filme falado. Também é meu favorito do expressionismo alemão. O assassino Hans Beckert é interpretado magistralmente por Peter Lorre. E ainda tem o leitmotif inesquecível dele assobiando In the Hall of the Mountain King.
"I want to escape, to escape from myself! But it's impossible. I can't escape, I have to obey it. I have to run, run... endless streets. I want to escape, to get away! And I'm pursued by ghosts. Ghosts of mothers and of those children... they never leave me. They are always there... always, always, always!, except when I do it, when I..."
O Profissional (Léon, 1994 - Luc Besson)
Léon (Jean Reno) é um assassino profissional, que se vê envolvido com o destino da pequena Mathilda (Natalie Portman), que mora no apartamento ao lado. Isso acontece quando a família de Mathilda é assassinada por um policial corrupto e seus capangas. Quando ela pede abrigo a Léon, acaba descobrindo sua profissão. E resolve pedir ajuda para vingar a morte de seus familiares. Mas Mathilda não tem como pagar Léon. Tudo o que ela tem para convencê-lo são sua simpatia, a comoção que causa com sua história e uma ajuda com letras, já que Léon é analfabeto.
Esse filme é pura beleza. Os personagens conseguem sua simpatia com facilidade, e com isso você passa a realmente se preocupar com eles. Tudo isso em filme que sabe contrastar momentos de ação ótimos com um drama de marejar os olhos.
"Mathilda: Leon, I think I'm kinda falling in love with you.
[Leon chokes on his milk]
Mathilda: It's the first time for me, you know?
Léon: [wiping himself off] How do you know it's love if you've never been in love before?
Mathilda: 'Cause I feel it.
Léon: Where?
Mathilda: [stoking her stomach] In my stomach. It's all warm. I always had a knot there and now... it's gone.
Léon: Mathilda, I'm glad you don't have a stomach ache any more. I don't think it means anything. "
Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957 - Ingmar Bergman)
Isak Borg (Victor Sjöström) é um professor e médico viúvo, egoísta e rabugento. Quando ele é agraciado com um prêmio, precisa se deslocar até outra cidade para recebê-lo. Em sua viagem, ele é acompanhado por sua nora Marianne (Ingrid Thulin), que está grávida e pretende se separar de Evald, único filho de Isak - de quem ela não gosta. Ao longo da viagem, Isak é assombrado por pesadelos, pelo peso da velhice, e passa a refletir sobre seu passado infeliz. Cada evento da viagem o leva a reavaliar sua vida, como as conversas com sua nora e um grupo de caroneiros que eles conhecem.
Certamente um dos melhores do Bergman. Cheio de significados e emoções, com uma história que não precisa fazer força alguma para fisgar sua atenção e estima. É a última atuação do Victor Sjöström, que não poderia ser mais bem executada. E ainda tem a Bibi Anderson, que interpreta a esposa do Isak em seus sonhos e lembranças.
"The question is no longer whether God is dead. The question is whether man is dead."
Stalker (Сталкер, 1979 - Andrei Tarkovsky)
O Stalker (Alexander Kaidanovsky) é um sujeito que trabalha como guia que leva pessoas para "A Zona", uma área rural de acesso proibido, que foi abandonada após a queda de um asteróide, que supostamente alterou as leis da física no local. As pessoas que vão à Zona pretendem chegar até "A Sala", um lugar que materializaria os desejos mais profundos de cada pessoa. Os próximos clientes do Stalker são o Escritor (Anatoli Solonitsyn) e o Professor (Nikolai Grinko). Conforme eles avançam no território da Zona, mantêm conversas filosóficas a respeito dos motivos pelos quais querem chegar até A Sala.
Stalker é uma obra de ficção científica alegórica. Cada personagem representa facetas humanas, guiadas por desejos que nem eles conhecem em sua plenitude, mescladas por memórias, temores, fantasias. Enquanto você é levado a refletir, Tarkovski prende você com um jogo de cores fantástico, usando closes por vezes em tons de sepia, outros em um cinza de um tempo nublado com um contraste repentino para um verde que é pura expressão de vida. Visualmente fantástico e hipnótico.
E uma curiosidade macabra: um dos locais de gravação do filme, onde atores e equipe permaneceram algum tempo, era em uma hidroelétrica. Rio acima havia uma indústria química, que despejava resíduos no rio. Várias pessoas envolvidas com o filme desenvolveram reações alérgicas na época. Poucos anos mais tarde, Tarkovsky e sua esposa Larisa, que também trabalhou no filme, morreram de câncer, assim como o ator Anatoli Solonitsyn.
"Let everything that's been planned come true. Let them believe. And let them have a laugh at their passions. Because what they call passion actually is not some emotional energy, but just the friction between their souls and the outside world. And most important, let them believe in themselves. Let them be helpless like children, because weakness is a great thing, and strength is nothing."
Última edição: