Thais Tûk
(avulsa)
Qual a relação de Tolkien com a música?
O que Tolkien quer dizer com "música"?
Influência, retórica, magia?
A música para ele é transcedental?
Por exemplo, no Ainulindalë, quando Melkor entra em dissonância com a harmonia inicial de Ilúvatar, há o seguinte trecho:
Ele não se manifestou imediatamente; era como se até certo ponto a música de Melkor lhe fosse agradável, ou estivesse admirando a sua ousadia no ato de criação de música. Ele parece gostar do confronto musical-ideológico que se seguiu, mesmo que tenha sido para mostrar-se superior. Ele levantou-se sorrindo, apesar de depois dizer zangado:
... Mas qual era a sua vontade? Mesmo porque mais tarde ele permitiu diversos atos maléficos de Melkor, sem tomar qualquer atitude. O que havia por trás da música?
Além disso, passa-me a impressão de que os Ainur foram apenas instrumentos nas mãos de Ilúvatar:
E mais adiante:
A harmonia musical era, nesse sentido, para Tolkien, um sentido de "ordem" no caos?
E o que seria então a "dissonância" de Melkor, sendo que a princípio Ilúvatar duelou musicalmente com este, para provar que era superior? Se era dissonante, Ilúvatar teve que entrar em dissonância para restaurar a harmonia que havia criado? Isso pode significar que Ilúvatar não era sempre harmonioso?
Caímos então no conceito de bem (harmonia) X mal (dissonância), e já até existe um tópico aqui no fórum discutindo a possível "ambigüidade" de Ilúvatar.
Quais eram as intenções de Tolkien ao comparar tais conceitos ideológicos com conceitos musicais? Simplesmente poesia? Ou havia algo além?
Pois mesmo adiante, ele diz:
Parece existir algo mais.
É neste sentido, então, que eu pergunto novamente: O que era a "música" para Tolkien?
O que Tolkien quer dizer com "música"?
Influência, retórica, magia?
A música para ele é transcedental?
Por exemplo, no Ainulindalë, quando Melkor entra em dissonância com a harmonia inicial de Ilúvatar, há o seguinte trecho:
"Ilúvatar, entretanto, escutava sentado até lhe parecer que em volta de seu trono bramia uma tempestade violenta..."
Ele não se manifestou imediatamente; era como se até certo ponto a música de Melkor lhe fosse agradável, ou estivesse admirando a sua ousadia no ato de criação de música. Ele parece gostar do confronto musical-ideológico que se seguiu, mesmo que tenha sido para mostrar-se superior. Ele levantou-se sorrindo, apesar de depois dizer zangado:
"Ninguém pode alterar a minha música contra a minha vontade."
... Mas qual era a sua vontade? Mesmo porque mais tarde ele permitiu diversos atos maléficos de Melkor, sem tomar qualquer atitude. O que havia por trás da música?
Além disso, passa-me a impressão de que os Ainur foram apenas instrumentos nas mãos de Ilúvatar:
"Contemplem a sua música!"
E mais adiante:
"(...) os Ainur viram que ela continha coisas que eles não haviam imaginado (...) perceberam que eles próprios, na elaboração de sua música, estavam ocupados na construção dessa morada, sem saber, no entanto, que ela tinha outro objetivo além da própria beleza."
A harmonia musical era, nesse sentido, para Tolkien, um sentido de "ordem" no caos?
E o que seria então a "dissonância" de Melkor, sendo que a princípio Ilúvatar duelou musicalmente com este, para provar que era superior? Se era dissonante, Ilúvatar teve que entrar em dissonância para restaurar a harmonia que havia criado? Isso pode significar que Ilúvatar não era sempre harmonioso?
Caímos então no conceito de bem (harmonia) X mal (dissonância), e já até existe um tópico aqui no fórum discutindo a possível "ambigüidade" de Ilúvatar.
Quais eram as intenções de Tolkien ao comparar tais conceitos ideológicos com conceitos musicais? Simplesmente poesia? Ou havia algo além?
Pois mesmo adiante, ele diz:
HoME 10 disse:"Sauron não era um iniciante de discórdia; e ele provavelmente sabia mais da 'música' que Melkor, cuja mente sempre havia estado tomada por seus próprios planos e dispositivos, e prestado pouca atenção a outras coisas."
Parece existir algo mais.
É neste sentido, então, que eu pergunto novamente: O que era a "música" para Tolkien?