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Comissão de Feliciano aprova dois projetos contra homossexuais

Porque não há separação entre político e espiritualidade. Pelo contrário.

Cultura, religião, filosofia, ciência, tradicionalmente, não são esferas separadas como os entendem os modernos, mas formam um todo consubstancial e orgânico, tendo a política como seu princípio unificador e transcendente.

Não há política que não seja a expressão superior e mais perfeita da espiritualidade solar e não há verdadeira Tradição em organismos políticos que não sejam a mais pura expressão da mesma espiritualidade solar, celeste, aristocrática. Eis o Imperium.

E é dessa mesma unidade que partimos ao considerar que um Estado que abrace os ideais da era moderna, os ideais de dissolução, nada mais faz que fragmentar, decompor e dissolver toda a sua cultura e vida mesma.

Não há separação entre metafísica e política porque metafisicamente elas se identificam.
Mas ela não fragmenta, decompõe ou dissolve, ela dá apenas liberdade de escolha.
Ou a liberdade de escolha é algo indesejável para se atingir uma perfeita espiritualidade?
 
Mas ela não fragmenta, decompõe ou dissolve, ela dá apenas liberdade de escolha.
Ou a liberdade de escolha é algo indesejável para se atingir uma perfeita espiritualidade?

Ela não dá liberdade de escolha alguma, ela fragmenta, corroi e destroi exatamente por ser uma 'liberdade' que concede a escolha não aos melhores, os mais espiritualmente preparados, a uma elite que prima pela santidade e perfeição espiritual, mas todos, ignorando as imensas diferenças qualitativas de indivíduos, estados sociais, castas.

O mundo moderno ignora tudo isso, sua 'liberdade' nada mais é que uma paródia grotesca de liberdade. É a liberdade da massa, facilmente manipulável enquanto prakrti, substância impessoal e amorfa, enquanto incapaz de se firmar, se unificar sem princípios transcendentes, vindos de cima.;
 
@Paganus , tudo isso que você falou justifica, sim, você ser contra o casamento gay. Mas lembrando que se trata de crença e que crenças não podem ser impostas, muito menos a alguém que não crê nelas, não faz sentido proibir algo cujas conseqüências nem podem ser provadas. Leis contra o homicídio não existem porque ele é proibido por um dos Mandamentos.

Você leu o que eu postei? Essa é a TUA definição de crença, a definição moderna de religião, como algo que não só e separável da esfera política e até mesmo cultural como tem de ser limitado ao máximo, reduzido a algo menor que um hobby ou um nome vazio.

Crenças não podem ser mesmo impostas, mas a visão de mundo (weltanschuung) tradicional nada tem a ver com esse apequenamento da religião. Nossa luta busca exatamente DEMOLIR o divórcio entre crença e vida, cultural e política.

Para nós não pode ser menos que satânica um Estado cujos princípios não sejam regidos pelas verdades tradicionais, independentemente da religião de seus membros.

Não é o Estado que define a religião nem a religião que define o Estado, é a Tradição que define ambos e delimita seus respectivos lugares e pontos de intersecção e comunhão orgânica.

Estado laico tem é que arder no inferno.

Eu só rezo para que esse tipo de pensamento que o Paganus anda demonstrando não se espalhe. É o tipo de pensamento que legitima atrocidades como nazismo, apartheid e outras monstruosidades. Espero que essa onda de ultraconservadorismo seja mais uma modinha de internet de crianças que ainda nem sabem limpar o rabo direito.

Tava demorando, começou aqui também a putaria de 'reductio ad hitlerum'? He, eu acho daora vocês acharem fascismo, nazismo e outros nomes piores ou melhores pra tudo aquilo que não caia nos esquemas mentais liberais e progressistas.

E a realidade mostra que sua esperança não vai muito longe: mais e mais cresce no mundo a militância conservadora.

Agora em outra ordem de considerações:

@adrieldantas

Há muita sabedoria nesse seu conto, muita verdade prática também. O que se chama de revolução, ideologia, luta política, enfim, todos esses sonhos que nós alimentamos ao longo da vida, principalmente na juventude, tende mesmo a ser mais uma idealização da realidade, idealização que, por ser ideal, chega mesmo a negar a realidade. Isso é tudo verdade.

Por vezes a ideologização vai acompanhada de uma negação tão radicalmente ingênua da realidade e das coisas e dos seres humanos que chega a engendrar as piores decepções que quebram um ser humano ao meio, ou podem incitar, em nome de ideais de justiça, as piores injustiças e fanatismos. Nunca neguei isso, aliás, eu sempre denunciei mais isso no socialismo que a sua fantasia coletivista e outras coisas de que discordo.

Será que essa 'revolução' que defendo, esse tradicionalismo 'radical', não é apenas mais uma grande tara, um desvio da verdadeira espiritualidade, outro Leviatã, mais sutil que as idolatrias materialistas, mais insidioso que os projetos liberais, mais 'etéreo' que o socialismo cristão? EU me sinto tentado a dizer que não, que nossa visão é mais concreta, que assume unicamente os dados revelados pelas tradições, que não cai em idealizações toscas nem em compromissos vazios, que assume unicamente a pura Luz Incriada, mas... será mesmo verdade?

Tudo o que eu sei, Adriel, é que toda luta em prol de um ideal, mesmo um ideal que consideramos não ser nenhum ideal mas a manifestação da vontade de Deus, envolve medo, fracasso, postergação, renúncia, covardia, toda a multidão dos pecados e paixões humanas. Por isso que nada, para nós, pode escapar ao crivo da noção de falibilidade, a consciências de nada podermos fazer por nós mesmos, enfim, a humildade, a renúncia, a ascese do corpo, da alma e do espírto, a contínua transfiguração do homem para que possamos transformar projetos e ideias em realidades concretas que sejam verdadeiras imagens dos Reinos celestiais.

Talvez seja mais uma desculpa que uma resposta, mas talvez não tenhamos as respostas para tudo, talvez só tenhamos Deus mesmo, Deus, a Tradição, a ascese, a humildade.

Não é falta de humildade e de caridade fingir que não há mal e pecado no mundo, para não desagradarmos nossos amigos e pessoas caras. Seria se concordássemos em um clima de falsa cordialidade.

Entenda que é monstruoso para mim, hoje, sequer conceber renegar uma realidade tão clara e presenta pra mim, um compromisso tão radical, ainda mais em função de coisas contingentes. Seria trair Deus. Seria me trair, e me trair é uma forma de trair meus amigos. Trair o que eles conhecem, toleram e mesmo discordam de mim. Seria me falsificar.

Você preferiria um Paganus menos radical, menos 'fascista', menos conservador, tradicionalista? Mas isso não só é possível mais, como seria uma falsidade, seria um falso Caio que você teria consigo. Ele seria infeliz e você também.

É por isso também que NADA do que eu possa fazer, dizer, pelo que posa lutar que não possa deixar de passar pelo crivo da humildade e da oração. Só assim podemos ter alguma chance de vencermos.
 
Você leu o que eu postei?
Sim.

Essa é a TUA definição de crença, a definição moderna de religião, como algo que não só e separável da esfera política e até mesmo cultural como tem de ser limitado ao máximo, reduzido a algo menor que um hobby ou um nome vazio.
A MINHA definição de crença é a mesma do dicionário e não se refere unicamente a religião.

Para nós não pode ser menos que satânica um Estado cujos princípios não sejam regidos pelas verdades tradicionais, independentemente da religião de seus membros.
O que são as verdades tradicionais?
 
Tava demorando, começou aqui também a putaria de 'reductio ad hitlerum'? He, eu acho daora vocês acharem fascismo, nazismo e outros nomes piores ou melhores pra tudo aquilo que não caia nos esquemas mentais liberais e progressistas
Nada a ver, eu não chamei ninguém de nazista, até porque para ser nazista tu tem de compartilhar as ideias deles, bocó.

Eu disse que esse tipo de mentalidade (essa aversão e ranço contra o que é diferente do que pensamos ser aceitável) legitima coisas como Nazismo, Fascismo "entre outras".

Mas dar uns pega no banheiro da balada tá de boa? Só pq é com mulher? E a fornicação, não corrói o espírito etcetcetc?

-q.
Jesus falava dos sepulcros caiados que eram bonitos por fora, mas por dentro estavam cheios de ossos de mortos e imundícies. E também dos hipócritas que queriam fazer as pessoas carregarem grandes fardos e não tocar neles nem com a ponta do dedo.
 
Ela não dá liberdade de escolha alguma, ela fragmenta, corroi e destroi exatamente por ser uma 'liberdade' que concede a escolha não aos melhores, os mais espiritualmente preparados, a uma elite que prima pela santidade e perfeição espiritual, mas todos, ignorando as imensas diferenças qualitativas de indivíduos, estados sociais, castas.

O mundo moderno ignora tudo isso, sua 'liberdade' nada mais é que uma paródia grotesca de liberdade. É a liberdade da massa, facilmente manipulável enquanto prakrti, substância impessoal e amorfa, enquanto incapaz de se firmar, se unificar sem princípios transcendentes, vindos de cima.;
Ainda assim, até onde entendi seu raciocinio, a sua briga deveria ser por iluminar e esclarecer estes individuos menos dotados, ou sabios.
Mas não privá-los da livre escolha.
Não consigo imaginar como poderia-se alcançar esse objetivo que você defende na base da obrigação, do estreitamento da visão, ao invés de ser pela escolha.
 
Se Deus mesmo, que é onipotente, onisciente etcetc deixa às pessoas a livre escolha, que se dirá de seres humanos julgando uns aos outros?

Às vezes alguns cristãos esquecem de princípios básicos do cristianismo.
 
O pior é que nem adianta reclamar, espernear ou xingar. Eles estã lá representando uma parcela grande, influente e ativa políticamente, os evangélicos e carismáticos.

Pouco importa colocar petições online para colher assinaturas; a galera tem é de participar da política e não fugir dela. De outra forma, eles vão continuar jogando o jogo do Trono e limando quem tentar se opor.
 
O que eu acho de errado com a ideia do Paganus, de um ponto de vista puramente metafísico, é que ele se concentra tanto em consertar a Terra que ele esquece de ascender aos Céus. Ele se concentra tanto em olhar pra Baixo que não olha pra Cima! O ensinamento mais importante de Jesus é que os judeus pensavam que o Reino dos Céus era Jerusalém, mas o Reino do Céus não era Jerusalém. O Reino dos Céus é “Lá Em Cima”.

Em jargão futebolístico, o Planeta Terra é o “peneirão”, enquanto o Paraíso é o lugar para onde os que passaram no peneirão chegam.

Ou seja: a Terra é o Inferno. Quem tenta ver ela como o lugar que tem de se tornar o Paraíso é só uma pessoa que ainda não entendeu a mensagem. Este lugar foi criado para que um bando de gente bruta, como nós, aprenda a ser Gente De Verdade. Por isso que o casamento gay, embora eu saiba que é considerado metafisicamente errado por quase toda tradição religiosa no mundo, não me afeta do ponto de vista de união civil.

A homossexualidade, na minha educação religiosa, é considerado como uma descompensação energética, uma pessoa Yang/Yang, uma não-aceitação da forma física em que se encontra. É algo que, fosse eu gay, religiosamente eu deveria agir contra essa tendência, através de uma tal de “ascese” que o Paganus tanto fala, se eu quisesse seguir aquilo que me foi determinado nesta encarnação. Mas isso caberia a mim. Caberia a mim fazer o que eu acho que seria correto dentro daquilo que eu aprendi. Independente do país, da raça, da criação, de qualquer coisa, é responsabilidade só minha de me “salvar”, como os religiosos falam.

Mas vou te dizer o que não é a minha função no meu caminho de crescimento: não é minha função punir ninguém por ter feito a escolha que eu aprendi ser a “errada”. É a minha função, caso seja minha incumbência nesta vida, estudar as causas da homossexualidade do ponto de vista metafísico e informar para quem estiver buscando informações. Disseminar o conhecimento de uma maneira empática, responsável e caridosa; não com ódio, raiva, nojo, nem forçar a minha visão garganta abaixo de uma nação inteira.

As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil. Portanto, nenhuma lei que passar aqui vai fazer uma nesga de diferença no que é Fundamentalmente Certo e Errado, e qualquer discrepância entre elas, eu vejo como um teste. A lei da Ilha de Man, no Reino Unido, diz até hoje que você pode matar qualquer escocês que estiver a 20 metros do mar. Tu vai matar um escocês a 20 metros do mar só porque as leis da ilha permitem? Vê o que tu recebe de “recompensa” lá nos Portões de São Pedro, quando tu morrer! (Se tu acredita em São Pedro, claro.)
 
De forma bem resumida: O argumento do Paganus só serve pra ele, pq eu aposto o toba do @Morfindel Werwulf Rúnarmo que não existe UM ÚNICO político no Brasil que, mesmo intimamente, paute sua decisão anti-casamento gay nesses argumento metafísicos.
Eu concordo que nenhum político está se baseando no argumento do Paganus. Eu concordo que o argumento é só dele e talvez de uma meia-dúzia de gato pingado aqui no Brasil. Contudo, existe um velho ditado popular que é “Deus escreve certo por linhas tortas”. Lembra dele? Acho que é nessas coisas que a meia-dúzia de gato pingado acredita.

Ao menos ele também acredita que esse projeto não vai passar pelo Congresso. Se o Paganus não está certo sobre o assunto, eu torço ao menos que esteja certo sobre o resultado, porque eu não sou tão crente. :sacou:
 
Muita gente pra responder...

@Tek : A questão não está em buscar definição de 'crença' em dicionários, como você deve saber bem, já que está longe de ser burra. Sendo inteligente como é, deve saber que, por mais que você e outros aqui e acolá pensem que suas definições de 'religião', 'espiritualidade', 'ciência', 'progresso', 'política', dentre tantas outras concepções, sistemas e ideias de forma geral... enfim, que tudo isso não nasceu nos dicionários, que estes não caíram do céu, mas que foram construídos por homens e tradições filosóficas, científicas, culturais, enfim, que foram e são produto de muita investigação, elaboração, ideologização etc. Que isso é tudo muito humano, demasiado humano.

Logo, não vejo motivo para se questionar que a sua definiçã de 'crença' é simplesmente... uma definição. Não é neutra, está carregada da sua forma de ver o mundo, e consequentemente das tuas concepções sociais, políticas.

Isso é meio claro pra mim.

Como é claro que minha definição de 'crença', há-de ser diferente da dos céticos, por exemplo, dos materialistas, dos protestantes, dos budistas etc.

@Éomer : Mas muito se pode dizer que se é entendido como fascismo hoje em dia, tivemos prova disso durante essas manifestações. Até liberais foram taxados de fascistas e frequentemente não se sabe muito bem do que se está falando nem em associar vários tipos de extremismo ao nazi-fascismo.

Sobre os 'sepulcros caiados', você tem muita razão. Por isso não se pode sequer pensar em erigir o Imperium sobre alguma figurinha esquálida, populista, algum parasita que se alimenta das energias impessoais da prakrti, da multidão shúdrica para se promover, como um Mussolini ou um Napoleão. Um imperator, toda uma casta de kshatryias não pode ser erigida senão for uma ordem estritamente formado por homens ínclitos, santos, mestres de si mesmos, dotados de verdadeiro agir-sem-agir, agir transcendente e que mais encarnam em si a Tradição e a manifestam para toda uma civilização como um Sol que espalha seus raios de vida.

@FUSA: Novamente é preciso entender o que você quer dizer com 'escolha pessoal'. De que 'pessoa' estamos falando? Se for a mera pessoa individualizada, o ser composto de corpo, alma e espírito, mas cujo espírito está de tal forma obscurecido pelas paixões que essas pessoas são governados pela alma, ou seja, pelos resíduos psíquicos baixos ou pior: seres que vendem sua alma ao corpo e são governados pelos instintos baixos e impessoalidade da substância matriz? Certamente isso dificlmente pode ser considerado uma 'pessoa', não no sentido eminente de pessoa, de alguém que equilibra em si os poderes psíquicos, a vrilidade física e a maturidade espiritual.

Decerto que bem poucos se enquadram no segundo exemplo e a grande maioria no primeiro. Logo, quem deveria ter a responsabilidade, o grande dever, o destino de transcender a própria pessoa e sua individualidade, encarnando um papel divino transcendente a si? É exatamente enquanto encarna o Sol que o imperator distribui seus raios fulgurantes de divindade, de transcendência, de pura Luz e Ato puro que aqueles que, em maior ou menor grau, participam dessa mesma Luz. Dessa forma, e unicamente dessa forma foram criadas e se desenvolveram as civilizações tradicionais: poucos governam, mas apenas os melhores (aristocracia), enquanto os piores caminham sob esses raios, mortificando (ascese) suas paixões e purificando a sociedade, tornando cada vez mais ícone e retrato, prenúncio, do Reino que há de vir.

Aí chegamos no @Slicer :

De fato você não está errado no que fala do que entendo por 'ascese' e 'Tradição', mas, a meu ver, se equivoca em um aspecto metafísico básico.

Não há um muro inquebrantável entre o Reino de Deus e esse mundo, aprendemos que as civilizações tradicionais e suas respectivas tradições religiosas e esotéricas o atestam, que existe uma verdadeira comunhão e inter-relação entre os diversos níveis da existência, seja o da Existência Universal, seja o do estado particular da nossa existência individual humana. Entre a pura ascendência do homem às esferas puras, às estrelas fixas, existe toda uma comunhão, em níveis intermediários (e, contrariamente, inferiores, mesmo tenebrosos) da existência, e é nesses termos que o mundo tradicional comprovou que esse muro cartesiano entre corpo e alma, como a confusão entre razão e espírito (nous) é que são os responsáveis por essa muralha ilusória entre o homem e as mais diversas formas de realidade cósmica e espiritual.

Parece que você nesse post parece cair em um certo dualismo, crendo nessa separação, ao mesmo tempo que me acusa de fazê-lo. As minhas críticas à diferença entre o Ser-alémdo-Ser e as incapacidades absurdas do homem em chegar até Ele não falam do homem em sim, nem do mundo, do estado manifestado em si.

Sem admitir qualquer dualismo, a crítica tradicionalista ao mundo moderno é uma crítica ao estado atual da existência, a Kali Yuga.

A Kali Yuga se refere a uma etapa determinada da manifestação corporal cíclica, a uma época determinada de decadência da influência dos centros espirituais, a um determinado ambiente de fechamento e dissolução de toda a diferenciação ideal, a uma fase de confusão entre o psíquico e o espiritual, a uma era de fuga das tradições e imersão das grandes massas nos cultos e ideologias massificadores e negadores de toda transcendência e aristocracia do espírito, à fase da regressão das castas, da morte de Deus, da animalização do homem, mesmo sua daemonização.

De resto, lembro aqui que a Kali Yuga não é eterna, mas será sucedido pela pralaya, a dissolução cósmica, que encerrará esse ciclo e iniciará outra Satya Yuga, a nova Era do Ouro, que inaugura um novo ciclo, uma nova humanidade, um novo mundo. Isso é inevitável.

Mas o que é evitável é que as últimas caminhadas da deusa Kali sobre a Terra sejam tão catastróficas e caóticas quanto poderiam ser se o mundo, nessa etapa dissolutiva, permanecer como está, devorado por si mesmo. É na esperança de resguardar algo de útil, um tesouro 'escondido no Céu' que se baseia toda militância metapolítica, todo o ativismo tradicionalista. Não é mudar o inevitável, é torná-lo menos traumático e transmitir algo de positivo ou, pelo menos, menos inférnico para a próxima humanidade.
 
Não há um muro inquebrantável entre o Reino de Deus e esse mundo
Eu reconheço isso e, por isso, terminei minha mensagem com a observação de que: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.”

Não existe muro.

Parece que você nesse post parece cair em um certo dualismo, crendo nessa separação, ao mesmo tempo que me acusa de fazê-lo.

Errado. Errado. Errado.

Novamente: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.”

Paganus, antes que tu te converta para o hinduísmo, tornando ela a tua quarta religião na vida, deixa eu te explicar exatamente o que eu vejo, através dos meus estudos, tá? Vamos voltar pro teu quintal da casa: a Kaballah.

Arvore_da_Vida.jpg
Tá vendo lá embaixo, um círculo chamado “Malkuth”? É o planeta Terra.

Os judeus reconhecem, como aparentemente todo mundo aqui exceto tu reconhece, que o planeta Terra está na esfera mais baixa de evolução espiritual. Tem nove esferas sobre a Terra, o que nos dá um dado maravilhoso: uma porcentagem. Aparentemente, no planeta Terra, tu só pode esperar uns 10% de evolução.

E é isso que eu espero da raça humana: 10%. Nada mais. Eu espero que qualquer ser humano que tenha uma preocupação puramente profana esteja apenas 10% certo sobre tudo, e 90% do tempo completamente enganados.

Isso me dá desculpa para estar enganado 90% do tempo? Absolutamente não. Como eu disse: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.” Mas eu tenho de reconhecer que a raça humana vai fazer 90% de leis que são totalmente erradas, e que é minha responsabilidade não segui-las e não abusá-las.

Mas eu também fui ensinado que eu não vim para ser o Judge Dredd divino. Eu não vim aqui para ser professor, mas sim para ser aluno e colega. Não é minha função ser juiz, juri e executor. Portanto, a união civil brasileira de homossexuais não me afeta do ponto de vista em que a minha função como colega é dizer, por exemplo “olha Fulano, tu me perguntou o que eu pensava de tu te casar com o Sicrano: a minha educação é que tu veio como homem e tu deveria respeitar que o sexo que tu nasceu, e que as tuas vontades são diferentes do que deveriam ser porque tu está descompensado energeticamente, e isso se conserta nesta vida desviando o teu desejo sexual para uma outra área da tua vida (como Fernando Pessoa fez, por exemplo); porém, se tu quiser casar com o Sicrano, eu aceito a tua decisão e espero que vocês sejam felizes, e que juntos vocês consigam fazer muito bem pelos que os cercam.”

Pronto. Deus é que tem de julgar os atos dele, não eu. É o Fulano que tem de escolher o caminho certo, não eu que tenho de ditá-lo.

Eu acho que essas ideias de que o governo tem de forçar uma pessoa a fazer as escolhas religiosas “corretas” é uma babaquice paternalista absurda. Um ser humano não aprende nada ficando embaixo da barra da saia da mamãe e do papai; é só quando o ser humano diz “eu sou um adulto, e eu tenho responsabilidade de fazer o meu caminho” que ele realmente cresce. Em nenhum momento a raça humana se beneficiou de leis profanas mais restritas, mas se beneficiou sim de uma educação mais qualificada. Eduque bem uma pessoa e ela dificilmente vai transgredir uma lei, seja profana ou espiritual. Então, ao invés de brincar de transformar em vão o Brasil no Reino de Deus, te preocupa em educar as pessoas e perdoar se elas não fazem o que devem.

Não que eu acredite que tu vai fazer isso, Paganus, mas eu te perdoo. ;)
 
Eu reconheço isso e, por isso, terminei minha mensagem com a observação de que: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.”

É claro que as Leis do céu não são as brasileiras, é por isso mesmo que as Leis brasileiras TEM QUE MUDAR. Uma sociedade, ainda mais todo um mundo que não seja regido pela manifestação do mundo humano das leis eternas e transcendentes tem de ser negada, enfrentada, derrubada e outro Mundo erguido em seu lugar.

Eis o mote da Revolução Conservadora.

Não existe muro.



Errado. Errado. Errado.

Novamente: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.”

É claro que as leis divinas continuam a agir, independente das leis profanas que estiverem em vigor no Brasil, mas é um fato que quão mais profanas e antitradicionais forem tais leis, mais elas afastam da Via do Céu aqueles, grandes e pequenos, que a ela poderiam aspirar.

Inversamente, não fosse o estado de degenerescência espiritual, tal profanização nem se daria.


Paganus, antes que tu te converta para o hinduísmo, tornando ela a tua quarta religião na vida, deixa eu te explicar exatamente o que eu vejo, através dos meus estudos, tá? Vamos voltar pro teu quintal da casa: a Kaballah.

Arvore_da_Vida.jpg
Tá vendo lá embaixo, um círculo chamado “Malkuth”? É o planeta Terra.

Os judeus reconhecem, como aparentemente todo mundo aqui exceto tu reconhece, que o planeta Terra está na esfera mais baixa de evolução espiritual. Tem nove esferas sobre a Terra, o que nos dá um dado maravilhoso: uma porcentagem. Aparentemente, no planeta Terra, tu só pode esperar uns 10% de evolução.

E é isso que eu espero da raça humana: 10%. Nada mais. Eu espero que qualquer ser humano que tenha uma preocupação puramente profana esteja apenas 10% certo sobre tudo, e 90% do tempo completamente enganados.

Isso me dá desculpa para estar enganado 90% do tempo? Absolutamente não. Como eu disse: “As leis do Céu não são as leis brasileiras. Elas estão em vigor, não importa a lei que esteja em vigor no Brasil.” Mas eu tenho de reconhecer que a raça humana vai fazer 90% de leis que são totalmente erradas, e que é minha responsabilidade não segui-las e não abusá-las.

Mas eu também fui ensinado que eu não vim para ser o Judge Dredd divino. Eu não vim aqui para ser professor, mas sim para ser aluno e colega. Não é minha função ser juiz, juri e executor. Portanto, a união civil brasileira de homossexuais não me afeta do ponto de vista em que a minha função como colega é dizer, por exemplo “olha Fulano, tu me perguntou o que eu pensava de tu te casar com o Sicrano: a minha educação é que tu veio como homem e tu deveria respeitar que o sexo que tu nasceu, e que as tuas vontades são diferentes do que deveriam ser porque tu está descompensado energeticamente, e isso se conserta nesta vida desviando o teu desejo sexual para uma outra área da tua vida (como Fernando Pessoa fez, por exemplo); porém, se tu quiser casar com o Sicrano, eu aceito a tua decisão e espero que vocês sejam felizes, e que juntos vocês consigam fazer muito bem pelos que os cercam.”

Pronto. Deus é que tem de julgar os atos dele, não eu. É o Fulano que tem de escolher o caminho certo, não eu que tenho de ditá-lo.

Eu acho que essas ideias de que o governo tem de forçar uma pessoa a fazer as escolhas religiosas “corretas” é uma babaquice paternalista absurda. Um ser humano não aprende nada ficando embaixo da barra da saia da mamãe e do papai; é só quando o ser humano diz “eu sou um adulto, e eu tenho responsabilidade de fazer o meu caminho” que ele realmente cresce. Em nenhum momento a raça humana se beneficiou de leis profanas mais restritas, mas se beneficiou sim de uma educação mais qualificada. Eduque bem uma pessoa e ela dificilmente vai transgredir uma lei, seja profana ou espiritual. Então, ao invés de brincar de transformar em vão o Brasil no Reino de Deus, te preocupa em educar as pessoas e perdoar se elas não fazem o que devem.

Não que eu acredite que tu vai fazer isso, Paganus, mas eu te perdoo. ;)

Mas nada do que você coloca cá embaixo contradiz uma vírgula do que eu falei. O problema está em que você confunde a coragem viril que é o motor do perdão e da humildade que se deve ter como princípio de toda ascese com pura violência materialista, sendo que estou falando exatamente o contrário.

Da mesma forma você associa o moralismo mais pacifista, covarde e, por isso mesmo, materialista e daemônico, a algum tipo de grande empreendimento espiritual, renascimento espiritual.

É muito visível que nesse post se passa por alto todo o valor da metafísica da guerra, da transcendência da luta, da batalha, da verdadeira espiritualidade solar como tendo por fundamento a coragem e bravura heroicas, sendo estas a base de todo empreendimento iniciático, de toda conquista ascética de estados superiores do ser, de toda transfiguração do homem em Deus. Associa-se o dessemelhante ao semelhante cá por uma questão moralista, pacifista, à qual você não quer largar por puro hábito.

A Revolução não possui nada de orgulhoso, arrogante, e mesmo de violento, até porque tal Revolução não se luta unicamente pelas armas, mas antes a luta armada nada mais é que a 'pequena Guerra Santa' a que faz menção o Alcorão, a manifestação mais exterior e contingente da 'Grande Guerra Santa', a saber, a luta contra os demônios das paixões, o poder inférnico e subpessoal dos instintos baixos, da animalidade das ideias e dos costumes, da antitradição. da contra-iniciação, como uma força dispersiva que distorce o equilíbrio entre o Céu e a Terra.

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E isso é particularmente interessante, Slicer, porque lança novas luzes sobre a questão que você traz à baila sobre os estados múltiplos do Ser. De fato, o estado individual humano ser apenas um dos inúmeros estados possíveis do ser, e ser possuidor de uma determinada contingência não invalida minhas colocações.

Partindo do ponto da metafísica pura (em vez de algum ponto de vista mais particular, envolvendo este ou aquele estado de manifestação e aplicações 'mágicas' particulares), o nosso estado humano é sim, contingente, pela distância que o separa do Centro, como o raio da circunferência está distante do centro do círculo, desenhado pelo compasso que, enquanto símbolo conhecido na maçonaria e tradições iniciáticas ocidentais, representa propriamente o Céu, ou seja, o Centro de onde provém toda a manifestação, seja de que estado for, em um movimento descendente. É desse mesmo Centro que, em um movimento ascendente, que se procede a gradual transformação do homem, com o fim de transcender o estado individual humano para ase atingir tais estados superiores.

Desnecessário dizer que apenas transcender o estado humano não implica na pura Identidade com o Princípio, mas antes se encaminha nessa direção, ou não, conforme a tentação do 'mundo dos deuses' se apresenta para seduzir os 'homens superiores' que 'estacionam' nesses estados angélicos e olímpicos. Mas de qualquer forma, o homem que se alça a essas realidades começa pelo mundo humano, ele não deixa de ser homem, antes atualiza em si todas as potencialidades do seu ser homem, latentes no seu estado específico. Nessa caminhada ascensional, o que quero dizer, é que não se trata de um movimento anárquico como pressupõem as ideologias modernas pseudo-esotéricas do reencarnacionismo e congêneres, mas de uma verdadeira ascese contemplativa e da ação pela qual os condicionamentos são gradualmente conquistados pela força, uma força mística, iniciática.

E não é apenas pela via contemplativa, que você aponta, que essa conquista se opera, mas também pela via da ação, a via sexual e marcial, a vida do guerreiro asceta, do monarca, a vida aristocracia, do Imperium.

Logo, não importa que você queira se contentar a um papel de mero espectador sem brio diante das convulsões antitradicionais, isso á antitradição que se apodera dos estados diversos de manifestação, segundo a marcha descendente do ciclo, que é a natural marcha da manifestaçaõ, contrariamente á via ascensional. Nós, mesmo pela via simplesmente contemplativa que você aponta, o caminho do sacerdote do brâmane, da Lua, não aceitamos jamais tal Yuga de Ferro como algo normal, mas antes vemos nela sua verdadeira face Kálica e toda renúncia ascética não é nenhuma fuga do mundo, ou acovardamento pseudo-místico, mas uma verdadeira guerra espiritual contra ela. O asceta renuncia ao mundo para lutar contra as forças de dissolução no deserto, que é seu campo de batalha. Suas armas são a oração e a ascese.

Assim como a espada, a ação impessoal, a luta contínua contra toda forma de pecado e submissão aos aspectos inferiores da existência é o caminho do nobre, do guerreiro, do kshatrya, a via do Sol.

Não há nada de fortuito e que peça nenhuma covardia, nenhuma inércia por uma 'humildade' que nada tem de viril e transcendente, dentro da manifestação corporal, por contingente que esta seja. O caminho metafísico é o que coloca no homem o centro da caminhada ascensional, como o termo de sua jornada.

É por isso que o tradicionalista ainda crê na sua luta: não pretendemos impedir a inevitabilidade da Kali Yuga, muito menos da grande pralaya, a Grande Dissolução, mas pretendemos, dos escombros das grandes civilizações tradicionais, plantar as sementes do novo ciclo pós- dissolução. É por não perdermos de vista a via do Céu que se percorre desse baixo estado rumo aos superiores que não cruzaremos nossos braços, seja com o fuzil na mão, seja com o rosário. Em ambos os casos, não somos nós que lutamos, mas o Absoluto luta em nós, através de nós, Krishna através de Arjuna.

E isso nada tem que contradiga o cristianismo ortodoxo, como nenhuma de suas objeções contradiz a Unidade Transcendental de Todas as Tradições.
 

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