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Em defesa da real beleza, Dove mira nos profissionais que retocam fotos

Eu vejo mulheres que eu sei serem "normais" no quesito peso e até acho bonitas, mas as mulheres que costumo achar mais bonitas são as magras. É o corpo delas que eu "invejo" e espero chegar em algum momento... Então sim, grande parte dessa idealização da magreza, eu acho que vem de nós mesmas. É incrível ver pessoas acima do peso orgulhosas do corpo que têm e felizes assim, mas eu, infelizmente, não consigo ter esse desprendimento.

E o pior ainda, acho que isso é muito, mas muito mais focado quando falamos de corpo feminino.
Pq quando vemos um homem "gordinho", percebemos que ele está acima do peso, mas se ele for charmoso, a chance de deixarmos o peso de lado é imensa...

Isso de 'pessoas acima do peso orgulhosas do corpo que têm e felizes' também é muito relativo. Felizmente, há uma boa parcela daquelas que são realmente satisfeitas consigo mesmas, mas boa parte dessas 'gordinhas felizes' sonham em ser magras sim. Assim como existe a bitola de 'ser magra' acima de tudo, há a bitola de que, se você está acima do peso, 'tem de se aceitar como tal e ser uma gordinha feliz'. Me lembro de um caso de Nigella Lawson, chef e apresentadora de programas culinários do Reino Unido (adoro os programas dela) que decidiu emagrecer. Por ter sido ícone da beleza 'cheinha' por uma grande fatia de seu público, ela foi duramente criticada porque decidiu - e conseguiu - emagrecer, e de certa forma 'traiu o movimento'. Antes de emagrecer, ela também era criticada por estar acima do peso, e aparentemente não se preocupar com isso. Agora, é criticada por ter emagrecido demais, e engordado um pouco novamente. Gorda ou magra, Nigella continua linda.

O que estou querendo dizer é que o que deve contar é a felicidade e a satisfação da pessoa consigo mesma. Se está feliz acima do peso, ótimo. Se está acima do peso e quer perder, se esforce para tal, mas que não o faça para os outros, mas para si.

Chega a ser bizarro o patrulhamento da mídia sobre o peso das pessoas. Já me deparei com fatos a exemplo de que a Ana deu, de a mídia criticar a barriga flácida de uma atriz que tinha acabado de dar à luz, ou as estrias na barriga de outra atriz que tinha sido mãe recentemente. Sério, isso é ridículo e absurdo. São fatos e consequências naturais no curso da vida feminina - engravidar, egordar depois dos 30, ter estrias na gravidez, flacidez abdominal pós parto - que são corrigidas com os devidos cuidados, mas não deveriam ser tratadas como um crime ou relaxo. É esse tipo de comportamento obssessivo desses padrões surreais que alimenta a neura de milhares de mulheres, superfatura os tratamentos estéticos e acaba levando à depressão aquelas que não têm condições econômicas de corrigir o que a mídia aponta como incorreto, inadequado e feio em seu corpo de forma implacável e dura.

E a ultima observação da Laks foi precisa. É muito mais fácil ver uma mulher com um cara acima do peso do que o contrário. Infelizmente, salvo exceções, os homens ainda são seres muito visuais.

Fatores como bom papo, boa pegada, carinho e bom humor são muito mais atraentes para uma mulher do que somente uma barriga de tanquinho, peitorais e braços musculosos e um ego nas nuvens. E não é segredo pra ninguém que pessoas focadas na forma física, beleza e na própria imagem são extremamente autocentradas, o que as tornam, com o passar do tempo, chatas e desinteressantes.
 
Última edição:
Um adendo ao post da Seiko: essa coisa de levar a estética da mulher tão a sério é também um pouco de reflexo daquele mote já antigo, mas não totalmente superado, da mulher ser "enfeite", ou só servir pra fins sexuais ou reprodutivos, como se além daquela mulher "acima do peso" não existisse um ser humano completo, e somente um "corpo acima do peso".

O fato de não levarem a estética do homem tão a sério parece mostrar que o homem é mais visto como "pessoa completa" e não "acessório" ou "enfeite". Apesar de a mulher já ter conquistado muitos direitos, há muitos "ranços" antigos sobre como ela deve ser ou se comportar.

Sobre os homens, pelo que eu observo, eles aceitam mais a mulher um pouco acima do peso porém "gostosona", ou seja, peito grande, quadril grande etc... muitos "paqueras" e até ex namorados me falaram pra eu não perder seio pq "homem gosta"... e já ouvi isso de algumas mulheres tbm. Mas a minha coluna detesta, rs.

Já uma mulher que esteja acima do peso na: barriga, culotes, braços, rosto muito cheio etc... aí todo mundo "calca" em cima, manda emagrecer e etc...

É bem questão de estética, porque pelo menos em meu caso, eu decidi emagrecer por saúde (sempre achei mais bonito corpos "cheinhos" tanto em homem quanto em mulher), porque as crises do ciático tavam acabando com minha coluna... e teve gente falando "Mas é de peito grande que homem gosta".

Enfim...

Alguma de vcs, estando acima do peso (eu ainda estou um pouco, e já estive bem mais, cheguei aos 85 kg numa época, pra minha altura é muito), já ouviu algo semelhante sobre emagrecer (ou deixar de emagrecer) por estética, as pessoas deixando claro que era muito mais questão de "estar bonita" do que de "estar saudável"?
 
Última edição:
Alguma de vcs, estando acima do peso (eu ainda estou um pouco, e já estive bem mais, cheguei aos 85 kg numa época, pra minha altura é muito), já ouviu algo semelhante sobre emagrecer (ou deixar de emagrecer) por estética, as pessoas deixando claro que era muito mais questão de "estar bonita" do que de "estar saudável"?

Mas claro. Eu era uma questão de 3 quilinhos. Estava com 55 e consegui voltar aos 52 em questão de 2 meses. Todo o pessoal do trabalho, amigos, etc, me diziam que eu estava bem, mas me olhava nas fotos e me achava "cheinha", com rosto redondo (sou mega bochechuda), e quadril.

Mas o que me fez tomar jeito mesmo foi a insistência da minha mãe em me chamar de gorda :roll:

E hoje, graças a isso, faço academia e sou muito mais saudável - como adendo, me olho nas fotos e vejo o rosto fininho e fico assim: :joy:
 
Desculpe falar assim das pessoas de seu trabalho (e até um pouco da sua mãe tbm), mas 55 quilos é magra! Rs! Eu chegando aos 57, 55 quilos, tou feliz da vida!

E tbm tenho tendência a ter rosto "bolachudo", mas esse sempre tive, mesmo quando pesava 50 e poucos quilos. Mas isso, creio, é da genética tbm. Conheço várias que são gordinhas, tem quadril bem largo, e o rosto é fininho.
 
Mas o que me fez tomar jeito mesmo foi a insistência da minha mãe em me chamar de gorda :roll:

Olha, Mellime... Me desculpe a sinceridade, mas falar a sério que alguém está gorda por causa de 3kg soa um tanto quanto estapafúrdio, pra dizer o mínimo.
Espero do fundo do coração que tenha sido só brincadeira - e que você tenha levado na brincadeira também. Porque isso simplesmente não tem lógica.
 
E tbm tenho tendência a ter rosto "bolachudo", mas esse sempre tive, mesmo quando pesava 50 e poucos quilos. Mas isso, creio, é da genética tbm. Conheço várias que são gordinhas, tem quadril bem largo, e o rosto é fininho.

o problema era o perigo de aumentar dos 55 quilos. e tem o fato de que minha mãe sabia que eu era perfeitamente capaz de voltar a ser como eu era, então ela pressionou e deu certo.

e essa questão do rosto é o formato do rosto da pessoa mesmo, não tem o que fazer. o problema é que se eu saio um pouco da linha minha cara fica uma bola :rofl::rofl:
 
Vai parecer flood, mas...

Tou falando... me chamavam de gorda qdo eu entrava numa calça 40... hoje vejo fotos daquele tempo e penso: meodeos, eu tava bem pra caramba...

Não sei se é vontade das pessoas de "trollar" ou se a sociedade onde vivemos é realmente anoréxica. Mas a gente ouve cada coisa...

Detalhe que quando fiquei realmente gorda, as pessoas ficaram quietas... talvez porque houvesse realmente do que falar, e quando há um problema real, se calam, se abstêm de dar pitaco...
 
Espero do fundo do coração que tenha sido só brincadeira - e que você tenha levado na brincadeira também.

não era brincadeira e não levei na brincadeira :P

mas é bom que te coloquem na linha enquanto o problema ainda é pequeno...
 
3 kg não é um pequeno problema. É um problema inexistente. Enfim, vai ver não manjo.

para uma nanica de 1,59 de altura faz uma diferença brutal.

deu 5 cm de cintura e 10 cm de quadril.

E o rosto menos bolo fofo.
 
Só acho que "gorda" é um mau uso da palavra. Podemos ficar o dia inteiro discutindo semântica sem chegar a lugar algum. A moral da história aqui, pra mim, é:

O que estou querendo dizer é que o que deve contar é a felicidade e a satisfação da pessoa consigo mesma. Se está feliz acima do peso, ótimo. Se está acima do peso e quer perder, se esforce para tal, mas que não o faça para os outros, mas para si.

Acho que no seu caso foi mais um "ajuste estético", já que em termos de IMC, por exemplo, a diferença é pequena. De qualquer forma, se você ficou satisfeita, então tá ótimo.
 
Mellime, tenho 1,55 de altura e nunca, nunca mesmo, depois da puberdade, pesei menos de 55 quilos.

Se eu chegar nesses benditos 55 quilos, pulo de alegria - e não emagreço mais, apenas mantenho.

Problema realmente era o meu, que fiquei 30 quilos acima do peso. Agora estou no meio do caminho: peso 70 kg, ainda faltam menos 15 quilos pra atingir a minha meta, mas prefiro pensar: 15 quilos já se foram - e não voltaram, o que é uma vitória.

Mas se eu chegar nos 55 quilos, paro por aí e boa. Podem me chamar de "gorda" que eu darei risada.

E sim, a obesidade é um problema, é uma entrave - mas eu digo, como obesa (espero que futura ex obesa em breve rs) que é muito mais social que físico. Como ainda sou nova, nunca tive problemas de saúde quanto a estar acima do peso. Mas os outros falam da gente como se a gente estivesse cometendo um crime: "Nossa, como vc foi ficar assim?"

E ainda tem a questão do padrão estético. Tem homem que gosta de mulher "cheinha", mas tem de ser nos peitos, na bunda e etc. Como nunca tive muita barriga e sempre tive bastante seio, tudo proporcional, aí tem homem que não vê problema... e acha q tenho q perder tudo, menos seio, e que seria "uma pena" - por mais que minha coluna fique arrasada com isso...

O povo é irracional qdo se trata de discutir perda ou ganho (ou ainda manutenção) de peso. Ao menos comigo sempre foi assim.

No mais, já vi umas loucuras em site de relacionamento que pqp. O cara coloca no perfil dele: peso desejado da pessoa que busco é de 40 a 75 quilos. Dá vontade de mandar uma mensagem esculachando: alow, 40 quilos é o peso MÍNIMO que uma menina púbere (sou leiga no assunto, mas imagino que seja com idade média entre 10 e 14 anos) para menstruar.

Uma mulher adulta com 40 quilos menstruaria com dificuldade (Pim e demais membros que entendam um pouco mais de medicina que me corrijam caso eu esteja errada, mas creio que o peso mínimo seja 40 quilos).

Sério que o povo tá colocando "40 quilos" como peso aceitável? Eu se fosse homem jamais namoraria uma mulher que pesasse 40 quilos. Ia pensar que a pobre ia adoecer em breve.

No mais, penso que um "toque" quando alguém engorda demais é até importante, mas caso apresente emagrecimento em demasia também. Creio que é um problema não só das pessoas obesas, mas das pessoas com peso muito abaixo do normal- qualquer peso além ou aquém do normal deveria ser combatido.

E como eu já fui gorda e comecei processo de emagrecimento, dá pra entender (um pouco) a dinâmica da anorexia, principalmente em meninas muito jovens e afoitas por aceitação. Você emagrece, suas calças começam a ficar largas, todo mundo te elogia, o mundo te vê com olhos diferentes. Aí a sua mente associa emagrecimento com aceitação social - e meio que "vicia" nisso.

Eu particularmente não me considero correndo esse risco, pois sempre fui fã de pessoas mais cheinhas (inclusive já namorei gordo - gordo MESMO, pesando mais de 100 kg) e namoraria de novo, desde que não chegasse no limite da obesidade mórbida e não causasse problemas de saúde. Há inúmeros gordinhos que se exercitam regularmente e o sobrepeso não os impede de ter saúde. Mas e uma menina/mulher que considere lindo ser magra e esteja carente ao extremo por aceitação? Que vai acontecer com essa pessoa? Se ela só é bonita magra (pra ela e pros outros), a mente dela entra em "tilt" e ela vai querer perder mais e mais peso.

Sem querer dar pitaco na sua história Mellime (sempre que eu dou pitaco dá em M, rs), mas esse pessoal que te falou isso estava às raias disso aí... 55 quilos, para uma mulher de 1,59m, é um peso normalíssimo.

Tomei a liberdade de calcular seu IMC com 55 kg e deu peso normal. Até 63 kg, segundo o site que consultei, seria normal.

Então tudo que passe disso é implicação do povo e quase uma paranóia. CLARO que se vc se sente bem com 52 kg, vc deve entrar nesse peso e ficar feliz dessa forma, já que esse peso tbm é considerado normal pra sua altura. Mas qdo a coisa já começa a beirar a "paranóia" de te chamarem de "gorda" com 55 kg... aí já começa a entrar num âmbito complicado, mas não julgarei as pessoas que te disseram isso, pois não as conheço.
 
Mas o que me fez tomar jeito mesmo foi a insistência da minha mãe em me chamar de gorda :roll:

Olha, Mellime... Me desculpe a sinceridade, mas falar a sério que alguém está gorda por causa de 3kg soa um tanto quanto estapafúrdio, pra dizer o mínimo.
Espero do fundo do coração que tenha sido só brincadeira - e que você tenha levado na brincadeira também. Porque isso simplesmente não tem lógica.

não era brincadeira e não levei na brincadeira :P

mas é bom que te coloquem na linha enquanto o problema ainda é pequeno...

3 QUILOS?

:ahhh:
 
Quando eu tava com 55kg minha mãe me chamava de gorda tbm. Eu não escutei e hoje to com 60 :loserdance:
Daí ela achou fotos de quando eu tinha 15 anos e 48kg (puro osso) e parou de me chamar de gorda, só falou pra eu me controlar e me manter nos 60kg.
Concordei com ela e acho que to muito melhor agora, com 105cm de quadril e vestindo tamanho 40, do que quando as calças 36 ficavam largas.

Obs: tenho 1,60m de altura. Não sou gorda, só me preocupo com a sobrinha na barriga :timido:
 
A barriga da princesa - e o que ela tem a ver com a sua

A jornada da heroína de um conto de fadas: conhece o príncipe, se apaixonam, se separam por um tempo, se reconciliam, se casam e, dizem, vivem felizes para sempre. Se houver uma gravidez e um herdeiro, melhor ainda. É assim em livro, em último capítulo da novela e nos sonhos não realizados da maioria das garotas. Kate Middleton vive isso. Há pouco mais de uma semana, a Duquesa de Cambridge apareceu radiante com o filho George no colo e o marido ao lado. Eles apresentavam à imprensa o bebê nascido após onze horas de trabalho de parto.

Um momento maravilhoso na vida de uma princesa da ficção, e das mães da vida real que desejaram parir.

Mas o problema foi a barriga de Kate.

Pela reação das pessoas nas redes sociais e de muitos jornalistas, não é de conhecimento público que mulheres que acabaram de dar à luz continuam barrigudas. No mínimo surreal, pois todos nós saímos da barriga de alguém, visitamos novas mamães na maternidade, acompanhamos irmãs, amigas e esposas neste momento. Mesmo assim, o fato de Kate Middleton aparecer gloriosamente vestindo uma roupa que não escondia sua barriga causou polêmica.

Porque em geral as celebridades escondem. Elas se refugiam logo após o parto, aparecendo somente depois de perder a "gordura da gravidez". Fotos? Só de rosto ou segurando o bebê no colo, escondendo a barriga. Muitas já fazem a primeira aparição nas passarelas. De biquíni. A imprensa vibra.

"Gisele Bündchen desfila de biquíni no Havaí dois meses após o nascimento de Vivian"

"Dieta de Juliana Paes: como atriz faz para entrar em forma depois da gravidez"

"Corpões pós-parto: Mamães internacionais exibem físico impecável após dar à luz"

"Dieta pós-parto de Beyoncé tem exercícios às 5h da manhã, omeletes e muita água gelada"

Todas as manchetes acimas são reais, e há incontáveis delas à distância de uma busca no Google. É uma corrida sem linha de chegada. As mulheres precisam ser bonitas para serem amadas. Sendo amadas, precisam ser mães. Sendo mães, precisam continuar bonitas para não serem abandonadas por aquele homem lá que lhe dá valor. Porque o valor está nele, claro, e não nela.

Essa busca insana e doentia por um padrão de beleza machuca pessoas, especialmente mulheres. Nós representamos 90% dos casos de transtornos alimentares. O índice de mortalidade de pacientes com anorexia nervosa chega a 20%. Uma mulher comum não pode levantar às 5h da manhã para fazer ginástica, a exemplo da cantora Beyoncé, simplesmente porque não dormiu a noite inteira com o bebê chorando. No entanto, a pressão por corpos perfeitos atinge todas nós, celebridades ou não, porque estamos permanentemente sendo julgadas por nossa aparência.

Se nem Kate Middleton, uma princesa, conseguiu, como é que você, plebeia, conseguiria?

A quem serve essa paranoia?

Naomi Wolf, em O Mito da Beleza, responde: "ideais não caem do céu. Eles vêm de algum lugar e servem a um propósito. Este propósito é geralmente financeiro, notadamente para aumentar os lucros das empresas que anunciam na mídia, que, em contrapartida, cria tais ideais. O ideais servem a um fim político. Quanto mais fortes as mulheres estavam se tornando politicamente, mais pesados ficaram os ideais de beleza, com o fim de distrair a energia dessas mulheres e derrubar seu progresso".

Precisamos destruir estes padrões e focar no que é realmente necessário para a mudança do mundo. Devemos repensar como o mito da beleza é exatamente uma ficção, assim como os tais contos de fadas. Mostra-se urgente que mulheres compreendam seu papel político na sociedade, entendendo que nosso valor está em nós mesmas, e não no olhar do outro, tampouco no tamanho das nossas barrigas.

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Perfeito esse texto!! :clap:

E digo "perfeito" porque realmente o padrão louco, quase inancançável de beleza, distrai as pessoas do que realmente interessa. Muita mulher morrendo de medo de chegar solteira aos 30 (ou aos 25, ou aos 35, ou aos 40, whatever, a "idade de corte" depende muito de lugar pra lugar) ou de ficar solteira/abandonada/divorciada após essa idade, quando temos estatísticas terríveis de 7 em cada 10 mulheres sendo mutiladas, feridas ou violentadas no mundo (no MUNDO, não só em países subdesenvolvidos), 10 mortes femininas diárias para a violência doméstica somente no Brasil e muitos outros abusos que são psicológicos dentro de uma relação. Ainda hoje, vêm mais do homem que da mulher, em relacionamentos heterossexuais.

Não é questão de "militar" ou "queimar soutien" (que a propósito nunca foram queimados de verdade), mas enquanto essas coisas acontecem, os padrões realmente nos desviam das disparidades que ainda ocorrem, não só dentro de uma relação como dentro de qualquer contexto homem/mulher onde a mulher ainda seja subjugada.
 
Última edição:
legal a ideia da revista tpm para este mês >> https://www.facebook.com/photo.php?...25711044259.196413.87453954259&type=1&theater

aqui, link para o editorial: http://revistatpm.uol.com.br/editorial/134/uma-verdade-inconveniente.html

Se o Procon lesse as revistas femininas, não sobraria quase nenhuma nas bancas.
Em defesa do consumidor, ou melhor, da consumidora, mandaria recolher as toneladas de papel pintado com imagens e palavras que prometem mas não cumprem. Em bom português: imagens e palavras mentirosas.
Exagero?
Mesmo a Pollyanna Moça com um detector de mentiras escangalhado desconfiaria daquelas frases em letras garrafais. Dá uma olhada em apenas três exemplos, todos reais e publicados recentemente por aí, um de cada categoria cinicamente explorada pelo universo editorial feminino – beleza, trabalho e relacionamento:
CORTES DE CABELO PARA SER PROMOVIDA
(Em vez do MBA na Harvard Business School, uma tarde com Celso Kamura: “Seu cabelo ficou incrível, que tal assumir a presidência da empresa?”.)
DOBRE O SEU SALÁRIO. JÁ!
(Se o truque funciona de fato e a equipe da publicação segue seus próprios conselhos, está explicada a crise financeira da mídia.)
COMO ENCONTRAR O HOMEM QUE VOCÊ MERECE
(Ironia involuntária: seu novo namorado não vale o prato que come? Bem, é o homem que VOCÊ merece. Fica com isso e não reclama.)
Alguém ainda há de descobrir o instante exato em que tantas publicações femininas deixaram de lado a informação e optaram pelo ilusionismo. Esse big bang de araque deu origem a uma expansão infinita de mentiras, meias-verdades, 1/3 de verdade e outras pequenas frações da realidade.
Tudo isso é vendido em forma de dicas e truques supostamente infalíveis, que só não falham em destroçar a autoestima das mulheres. Nem de todas as mulheres. Só daquelas que ainda creem em fórmulas mágicas, capazes de resolver todo e qualquer problema já enfrentado pela humanidade desde que a gente boiava na sopa primordial. Quando elas se dão conta de que a pessoa amada, ao contrário dos 3 quilos, não volta em 7 dias, ainda se convencem de que o problema está nelas próprias – e não naquela maluquice disfarçada de reportagem.
A coisa toda se tornou perigosamente comum, tão comum que esta capa-paródia da Tpm, com a Alice Braga hiperphotoshopada e cercada por chamadas bizarras, se mimetiza perfeitamente na paisagem artificial das bancas. Para a passante desavisada, vai ser mais uma mulher que não existe vendendo promessas que não se realizam.
Mentira só tem perna curta porque não lê nenhuma revista feminina. Ou saberia que, com apenas 10 minutos do novo exercício revolucionário e o exclusivo chá estica-coxa, suas pernas ficam iguaizinhas às da Anitta.
Fernando Luna, diretor editorial
 
Faltaram ainda as capas da Cosmopolitan NOVA com suas receitinhas infantis de 'sexo lacrado' que prometem orgasmos sísmicos.

Mas isso ninguém comenta, senão vão pensar que ela tentou, não conseguiu e agora quer o dinheiro de volta. :lol:
 

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