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Fëanor, um potencial Senhor do Escuro

Fëanor, um potencial Senhor do Escuro?


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quando eu li a parte do fraticídio não consegui acreditar que feanor fosse capaz de fazer aquilo. Mesmo condenado com as mentiras de melkor ele traiu os elfos duas vezes e deixou um destino infeliz para seus descendentes.
até na hora da morte ele não recuperou a racionalidade e deixou os filhos responsáveis em recuperar as silmarils a qualquer custo.

ainda não terminei de ler o silmarillion, mas até agora pude perceber que feanor foi o elfo mais egoísta e alguns de seus filhos herdaram essa personalidade obscura. EX dos dois que negaram ajuda à filha de Thingol para procurar o amado nas terras de melkor. Eles foram capazes de capturá-la e chantagearam thingol e melian para recuperarem as silmarils.

da mesma forma como um valar pode se tornar escuro por causa da inveja, acredito que o mesmo poderia acontecer com um elfo poderoso e egoísta como feanor, ele já tinha o escuro em sua alma, tanto é que condenou futuras gerações de elfos à desgraça com seus atos e palavras.
 
Última edição:
Vendo por este lado, Fëanor sim é um potencial Senhor do Escuro.

Ele acreditava que seus atos tinham justificativa e ele lutava por um objetivo. Um objetivo torpe, mas um objetivo: ao meu ver, era a diferença entre os dois, porque a violência dos atos de Morgoth sempre me pareceu bastante despropositada e pulverizada. Para ele, o interessante era somente se opor à força criativa de Eru: destruir, corromper, não importa o que nem como.

Mas creio também que, para ele, se tornar igual a Morgoth seria um castigo ainda pior. Faltou-lhe apenas tempo, inteligência e paciência para tal.
 
Se há um elfo com este potencial, na mitologia criada por Tolkien, este elfo é Feänor. Algumas das postagens são tão boas, que me abstenho de maiores comentários.
 
Alguém aqui acha que Feanor ficaria satisfeito só em recuperar as jóias e destruir Mortogh e assim construir seu reino num lugar da TM e assim ficar isolado do mundo criando mais e mais jóias para satisfazer seus desejos materiais?

Duvido muito que ele ficaria em paz consigo mesmo e com os demais povos que habitavam a Terra media. Se um dia acabasse a matéria-prima de seu trabalho em seu reino, ele iria invadir terras de outros povos fazer o que fez no franticídio e roubar os minerais e continuar ávido por mais minerais. Quandos os recursos do reino invadido terminasse ele iria invadir outro reino, fazer guerra, matar só por causa do seu vício.
 
Eu acho que não, pois mesmo que ele tenha agido muitas vezes sem pensar o seu objetivo principal era sempre se vingar de Morgoth, porém alguns não compreendiam o lado dele e as vezes se enterpunham em seu caminho; e como feanor tinha, não só em seu nome, um "espirito de fogo" dentro dele estes terríveis atos acabaram por acontecer.
 
Se Fëanor fosse um humano, a opinião quase unânime seria de que ele tinha tudo para ser um dark lord da vida, mas como ele era um elfo de altíssima linhagem, o complexo de inferioridade se faz presente. A verdade é que ele, Fëanor, era ruim que só a peste e num destes casos muito interessantes, que também ocorrem na vida real, ele era, em termos de personalidade, muito parecido com Melkor, principalmente no aspecto caótico.

PS: Ele é o meu elfo favorito.
 
Última edição:
Fëanor jamais seria um Senhor do Escuro. O que movia Melkor não era da mesma natureza do que o que moveu Fëanor nas desgraças que provocou; o que Melkor desejava não poderia ser mais distante do que, parece, desejava Fëanor. Potencial pra ser um tirano megalomaníaco, poderoso e implacável o elfo tinha (no sentido que o Elessar Hyarmen escreveu acima, que casa bem com a avidez que Fëanor tinha por matérias-primas das quais pudesse criar coisas belas). Melkor queria destruir, subverter e governar todo mundo, Fëanor... parece que ele só se preocupava – além do pai -, com as maravilhas que criava e não estava nem aí pro resto, nem pra ser da realeza, nem pros costumes, nem pra nada (só foi brigar com o Fingolfin pela liderança dos Noldor por ciúmes do pai e porque detestava o irmão). Tanto não estava nem aí pra nada que foi um líder péssimo, pois usou todo mundo pra levar a cabo sua vingança, sem se preocupar minimamente com ninguém, nem mesmo com seus filhos que herdaram toda aquela tragédia pós-Juramento.

E, cara, pra mim, o Fëanor é a personagem CENTRAL do Silmarillion, é um dos supremos personagens do Tolkien, senão o MAIS supremo (talvez o Túrin possa parear :mrgreen:). A história dos Noldor me faz chorar sempre, é tão linda e triste...
 
Detalhezinho aqui: é verdade que, nas condições iniciais da Primeira Era, Fëanor, até o momento de sua morte, não seria jamais um Senhor das Trevas no sentido e maneira que Melkor e Sauron seriam, entretanto, é bem verdade que ele estaria propenso, pelo menos numa extrapolação razoável e não-mitigada/sanitizada de seu temperamento original, ( ele teria que amadurecer muito pra isso não ser possível) a cometer o mesmo tipo de deslize que Celebrimbor, seu neto, cometeu e a não querer largar a condição de suserania na Terra-Média, ao contrário do que Galadriel fez na Terceira Era.

Pelo que sabemos de Fëanor e seu temperamento, comparável no bom e no mal com Maeglin, Thingol, Thorin e Boromir, ele seria um dos mais suscetíveis a ceder à tentação de um artefato como o Anel do Poder.

Então, na época do crepúsculo dos elfos na Terra-Média é ,sim, possível que Fëanor evoluísse pra um Senhor das Trevas se a reunião de caracteres e motivações certas estivesse conjurada. Suponhamos, por exemplo, que Finwë ou algum de seus filhos tivesse sido morto por algum anão ou humano, ou, pior ainda, sua mãe.

Você consegue imaginar o que Fëanor pensaria ou viraria se tivesse sido traído por Uldor como Maedhros foi? Se ele já dava biziu por causa de Galadriel, o que ele faria se visse Lúthien? De posse de um silmaril e apaixonada por um humano?

Na saga Memory, Sorrow and Thorn, a Série do Trono de Dragonbone, o equivalente feänoriano élfico, Principe Ineluki,Rei da Tempestade, virou exatamente isso, um senhor das trevas morto-vivo, liche, disposto a fazer qualquer tipo de pacto e sacanagem pra se desforrar dos humanos ( entenda-se raça humana, as diferenças pra ele eram só detalhes) que mataram seu pai, o Rei dos Elfos.

Nota: aqui no Brasil dividiram o primeiro livro em 3 partes , publicaram as duas primeiras e omitiram a última. Os outros dois livros da série, a Pedra do Adeus e Para a Torre do Anjo Verde nunca saíram aqui mas , quem quiser acha fácil em inglês e castelhano por aí. Eu mesmo não li tudo ainda mas é fantástica a saga. Como já falei em outras ocasiões, Tad Williams foi muito influente em cima do trabalho do George R.R. Martin.

Admitidamente, inclusive em interviews e em interações diretas com fãs só por isso ele já ganhou pontos comigo:

Here is one question that may be unfair but I'll ask it anyway. For those writers who don't know your work very well, which of your contemporaries do you think match your style closest.
I don't know anybody who writes quite like me. There are other writers that readers would like if they like my work. Jack Vance... I used to strive to write like Jack but I don't think I succeeded. Tad William's fantasy series, that was very influential. It was good work. When I read his books,it was one of the things that got me to think of doing one of my own.

December 04, 1999
JOSUA AND ELYAS
I am a huge fan of Tad Williams. Although I loved Tolkien for many years, I had pretty much stopped reading modern fantasy, since so much of it was awful derivative stuff. Then I tried Tad's DRAGONBONE CHAIR, and sat up and said to myself, "Yes! This genre can be terrific, in the hands of a good writer."

I would likely never have written A SONG OF ICE AND FIRE without that inspiration
.

So, yes, "Josua and Elyas" are definitely a tip o' the hat to one of my favorite fantasy writers. And here's a hint... there are numerous similar homages to other favorites buried in the text, if you can find 'em.

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O Jeremy Irons como o Morlock mor do Máquina do Tempo passa bem a idéia.

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Na verdade, Aster, as motivações que Tolkien deu pra Sauron ser Senhor das Trevas eram bem parecidas com vários dos motivos que levaram Fëanor a se desvirtuar ( vide HoME X- Mitos Transformados).

Nesse contexto, devemos lembrar que Tolkien deixou bem claro que Melkor e Sauron, originalmente,tinham motivações até mesmo opostas, motivações que Melkor ocultava de Sauron e até dele próprio, que, infelizmente, conduziriam, por vias tortas, pro mesmo resultado final.

Sauron cobiçava "ordem e progresso", o bem estar material de seus súditos e a imposição de sua vontade sem restrições ou atrasos. Exatamente igual a Fëanor!

Detalhes citados e explicados nessa minha blogada aí, onde vc tem um outro análogo bem similar.

X-Men e Tolkien -Reunião de Cúpulas escondida em plena vista...

Adoro Fëanor como personagem junto com Túrin, igual a você, mas não posso, diante desse quadro, intelectualmente, descartar a hipótese de que, sob determindas circunstâncias, plausíveis e até naturais no meio do tumulto sedicioso e fratricida da Terra-Média, ele tenderia, sim, a virar um Senhor das Trevas ao ver o seu status e de sua família, principalmente o pai ( que ele, certamente, gostaria de levar pra Terra-Média) ameaçado pela "raça mais nova que viria depois", nós, os humanos.

Unexpected Heroes

But what does make a hero? What divides them from the rest of the world? It would be nice to think that they are something better than the rest of us. Something nobler, pure, good. Angels in human flesh. Unfortunately, we know all too well that this is seldom–if ever–the case. Some of the people we idolize in real life are absolute scum-bags who saw the advantage of doing the right thing for the wrong reason, others are just decent people who did a decent thing.
And sometimes they are villains through our eyes, but heroes through the eyes of their families, their people or, even, hundreds of years after their civilization has fallen.
Though He Walks Through Shadow will be looking at characters like Nuada, Feanaro, Ineluki Storm King, Elric, and possibly even some historical and mythological characters, too. (Yes, I’ll take suggestions.)

Eu sou meio inclinado a pensar que morrer tão prematuramente como morreu foi a coisa mais piedosa que poderia ter acontecido com Fëanor pois, se ele continuasse no caminho que estava, a julgar pelo que seus filhos, mais moderados que ele próprio, fizeram, ele seria, sim, ótimo material pra virar Dark Lord.

Coisa bem parecida com a que houve com o Príncipe Nuada do Hellboy II o Exército Dourado.

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Olha aí outras duas pessoas comentando os paralelos com o Ineluki ( e,na tabela, com Fëanor)

And I couldn't help but imagine a huge influence from Tad Williams on Prince Nuada, since the elves seemed so like his Sithi and Norns. (And yes, I know Williams' used the same legends and tales as sources as GDT, so the similarities are likely simply coincidental). But Nuada, especially, really screamed "NORN!" at me, in how he looked and fought.

Pan Versus Peter Pan; Or, Can’t We Have Some Adult Fantasy to Go with the Adulterated Fantasy?


“If our days have ended, let us fade,” Princess Nuala implores her brother. “We will not fade,” he insists in defiance of almost everything that’s been written about Elves since LOTR; and when he’s called mad, he muses “Perhaps I am. Perhaps they have made me so.” He could be Moorcock’s Corum (the Prince with the Silver Hand where Nuada is Silverlance) or Tad Williams’ Feanorian Ineluki the Storm King talking.

dark elves and sithi
posted on April 9th, 2006
Just pondering Memory, Thorn, and Sorrow still. I think I thought this the first time I read it, and I’m not usually the gushy, romantic type, but I think the thing that sticks the most with me is the relationship between Simon and Miriamele and how painstaking Tad Williams actually fleshed out its nuances. I think my most favorite scenes are when Simon and Miriamele head out on there own to return to the Hayholt in their bid to try to stop the Storm King and to prevent the End of the World, and they have to seek shelter in people’s abandoned houses, and I was struck especially by the scene where she is doing common, domestic things that you wouldn’t expect a princess to know how to do (not that I’m suggesting that that’s women ought to do)—there is a sort-of Snow White and the Seven Dwarves quality to it. I guess the mundanity of it all really struck me, and how what moved that section of the plot along was the developing romance between the two characters. For some reason, these scenes actually seem to capture the sense of Home for me (which also happens to be a major theme in this book.) Whereas Tolkien touches upon the fact that “you can never really go home again,” particularly when he turns the Shire into a totalitarian state, Williams reiterates the (admittedly disgustingly trite) idea that “home is where the heart is,” which may or may not actually represent an physical place. In retrospect, I suppose maybe Tad Williams had the same idea that I did when I read Book IV and VI of LotR: how different the scenes would’ve been if Frodo and Sam weren’t both male (or, I suppose, alternately, how different it would’ve been if J.R.R. Tolkien wasn’t an old school Catholic and had tried to tap the homoerotic side of it all) and indeed I do find it very touching.

But the main thing I was thinking of (which the title of this post alludes to) is that I think that J.R.R. Tolkien’s Fëanor from The Silmarillion probably serves as the prototype for Williams’ Ineluki. Now I haven’t read The Silmarillion as much I’ve read LotR so I may have this wrong, but the story of Beren and Luthien describes a similar conflict between the kindreds of the Sindar and the Noldor which presage the conflict between the Sithi and the Norns. (Hey, check that out, the two kindreds even start with the same letter…) The mistrust between the two kindreds was born with the Kinslaying in Alqualonde, however, but the fatal oath that the sons of Fëanor took eventually led them to attack and completely destroy the Sindarin Realm of Doriath in an effort to retrieve a Silmaril. Somehow, the mortal Eärendil manages to bring the Silmaril to the Uttermost West, out of the reach of the sons of Fëanor. But can you only imagine what would’ve transpired if Fëanor had survived? Would he have mowed down Thingol and Melian? Slain Beren and Luthien? It would be terrible to imagine.

Both Fëanor and Ineluki are driven by loss—while the tragedy that Fëanor wrought was directly the result of his terrible Oath, the back-story makes it seem that the darkness had started within his soul prior to this, with the death of his mother Miriel and with his father Finwë afterwards marrying Indis. He then completely goes over the edge when Melkor kills his father and steals the Silmarils. At this point Fëanor leads his people out of Valinor, kills his kindred the Teleri for their boats, and then burns the boats to leave his half-brother Fingolfin and his people behind to try to cross the Grinding Ice on foot.

Ineluki’s loss is the same loss that Elrond and Galadriel and all the other Elves are forced to endure: the weakening of their respective realms, and the ascendancy of that upstart race, the race of humans. This brings up an interesting theme that I’ll bring up later.

Another similarity: both Fëanor and Ineluki are described as the best of their respective races, the most skilled, the most intelligent. They are both consumed with passion, and are described as fiery spirits. And they both create things that wreak havoc on the the balance of Nature—the Silmarils, which doom everyone who touches them, versus the sword Sorrow, made out of the antithetical materials of iron and witchwood.

Anyway, the theme about the weakening of the elder race and the ascendancy of the human race intrigues me as a child of the Filipino diaspora. Especially in Osten Ard, which draws directly upon European history, the process of conquest and colonization has been at work (the Herynstiri and the Sithi displaced by the Rimmersmen, the Rimmersmen conquered by the Nabbanese, the Nabbanese declining and allowing the Erkynlanders to take center state), and the Sithi, like many indigenous cultures, are forced to abdicate their ancestral lands, and their numbers decline, often at the hands of their conquerors. The difference between this and the real world, though, is that they theoretically have the advantage of magic, which, while it doesn’t necessarily translate into technological superiority (particularly since they can’t use iron), still suggests a sort of technological gap that for example, separates sword-wielding cultures and rifle-wielding cultures.

So, in a way, Ineluki is a force that attempts to resist the tide of conquest and colonization, and in that sense, I can’t help but root for him, although I’m not a fan of the whole death and destruction for all humans thing.

I suppose it is more akin to the rise and fall of Great Empires (which is another, slightly different process at work)—Rome after all was supposedly somewhat technologically superior to their Germanic conquerors, and, well, some folks just can’t let go of the past.
 
Última edição:
Adoro Fëanor como personagem junto com Túrin, igual a você, mas não posso, diante desse quadro, intelectualmente, descartar a hipótese de que, sob determindas circunstâncias, plausíveis e até naturais no meio do tumulto sedicioso e fratricida da Terra-Média, ele tenderia, sim, a virar um Senhor das Trevas ao ver o seu status e de sua família, principalmente o pai ( que ele, certamente, gostaria de levar pra Terra-Média) ameaçado pela "raça mais nova que viria depois", nós, os humanos.

Eu concordo com você, Fëanor tinha sim os aspectos psicológicos para se tornar um tirano sanguinário. Morrer cedo foi mesmo providencial e, talvez, Tolkien tenha feito essa escolha sabendo muito bem qual seria o único destino possível de seu Fëanor num mundo, como vc disse, tumultuado e desvirtuado como a Terra Média – posso imaginar o que ele faria ao deparar com o status humilhante de “despossuídos” de sua família depois que Maedhros entregou a liderança dos Noldor para Fingolfin (do Uldor não sobraria nem uma geração :lol:).

Não li ainda o HoME X, talvez por isso ainda não entenda muito bem as motivações de Sauron para se tornar um Senhor Escuro, mas entendo (e concordo com) a comparação entre ele e o Fëanor:

Sauron cobiçava "ordem e progresso", o bem estar material de seus súditos e a imposição de sua vontade sem restrições ou atrasos. Exatamente igual a Fëanor!

Perfeito, sim. No entanto, apesar de aceitar que Fëanor tinha tudo pra se tornar um Vilão, um Senhor do Escuro, à moda de Morgoth e Sauron implicaria em coisas que, mesmo sendo Fëanor tudo o que dissemos, não o vejo fazendo. Um Senhor das Trevas não implicaria em mais do que impor sua vontade e matar qualquer um que discordasse dela? Quer dizer, ser antagonista dos Valar (que Fëanor era) e, além disso, destruir e subverter o belo pelo feio, ser cruel sistemática e intrinsecamente (e crueldade, como disse o Amon_Gwareth neste tópico aqui nada mais é do que sentir prazer em infligir dor, o que, se for sistemático, está intimamente ligado à maldade, pura e simples), massacrar por massacrar, sei lá? Será que o desvirtuosismo (se é q existe essa palavra) do Fëanor o faria se tornar um perfeito Diabo, malvado nas entranhas, mesmo?

Um vilão trágico ele seria, como o príncipe Nuada (adorei a comparação) o Anakin Skywalker, o Ineluki e outros dos quais não lembro agora, mas um Senhor do Escuro? Mas talvez essa seja uma diferença irrelevante, no fim das contas; ou eu enxergue um Senhor do Escuro de maneira diferente.

E os links que vc postou são ótimos, as always (que pena que o Trono de Dragonbone saiu aqui assim, picado).
 
Não li ainda o HoME X, talvez por isso ainda não entenda muito bem as motivações de Sauron para se tornar um Senhor Escuro, mas entendo (e concordo com) a comparação entre ele e o Fëanor:

Você e todo mundo no tópico vai entender melhor se ler o trecho traduzido na página da Valinor
Mitos Transformados VII – Notas sobre os motivos no Silmarillion


Quer dizer, ser antagonista dos Valar (que Fëanor era) e, além disso, destruir e subverter o belo pelo feio, ser cruel sistemática e intrinsecamente (e crueldade, como disse o Amon_Gwareth neste tópico aqui nada mais é do que sentir prazer em infligir dor, o que, se for sistemático, está intimamente ligado à maldade, pura e simples), massacrar por massacrar, sei lá?

No entanto, apesar de aceitar que Fëanor tinha tudo pra se tornar um Vilão, um Senhor do Escuro, à moda de Morgoth e Sauron implicaria em coisas que, mesmo sendo Fëanor tudo o que dissemos, não o vejo fazendo. Um Senhor das Trevas não implicaria em mais do que impor sua vontade e matar qualquer um que discordasse dela?

Eu especifiquei que ele não seria na moda de Morgoth, que o estilo de Fëanor seria mais na direção para a qual Sauron foi.Na minha opinião, o que determina mesmo a identificação de alguém como arquétipo de Dark Lord pra Tolkien não é, necessariamente, a substituição do belo pelo feio, uma idéia que se aplica mais à metodologia de Morgoth que era niilista, mas, sim, a imposição da vontade própria sobre os outros por qualquer motivo, mesmo que seja por métodos que não impliquem em matar. ( no caso de Melkor, egoísmo e niilismo como diz Tolkien, no de Sauron, vontade de ordenar o caos consoante a sua vontade). Lembre-se o que Tolkien falou através de Galadriel:

All shall love me and despair..

‘And now at last it comes. You will give me the Ring freely! In place of the Dark Lord you will set up a Queen. And I shall not be dark, but beautiful and terrible as the Morning and the Night! Fair as the Sea and the Sun and the Snow upon the Mountain! Dreadful as the Storm and the Lightning! Stronger than the foundations of the earth. All shall love me and despair!’

She lifted up her hand and from the ring that she wore there issued a great light that illumined her alone and left all else dark. She stood before Frodo seeming now tall beyond measurement, and beautiful beyond enduring, terrible and worshipful. Then she let her hand fall, and the light faded, and suddenly she laughed again, and lo! she was shrunken: a slender elf-woman, clad in simple white, whose gentle voice was soft and sad.

Nesse momento de transfiguração, Galadriel era belíssima mas terrível como uma Rainha das Trevas nos moldes da inspiração de Tolkien, o lado negro da personagem Ayesha de Rider Haggard.

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No filme do Jackson ficou terrível mas, IMO, nada bela. Valeu a tentativa PJ, mas vc não saberia o que é sutileza no SdA nem se ela te mordesse no calcanhar!


galadriel.png

Lembra dela aí embaixo, também inspirada na dita cuja?


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"Bela mas Terrível", a Fênix Negra

Para não falar dessa dupla aí também:

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As Duas Faces de Galadriel

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Na minha opinião, é perfeitamente possível, sim, que Fëanor chegasse a esse ponto, sobretudo considerando que a tendência inevitável seria ele entrar em conflito com as raças de mortais que iriam cobiçar as possessões dos elfos. o próprio Hitler começou com motivações bem similares a essas que Fëanor tinha, o senso de ter sido defraudado de seus direitos e privilégios. De ter sido "esbulhado" ( expressão usada na tradução portuguesa)
Na cabeça de Hitler ele não massacrava por massacrar, ele tinha motivos fortes, pra achar que o que fazia era plenamente justificado.

E como disse: Ineluki começa exatamente como Fëanor e termina igualzinho a Sauron, ele ERA o Dark Lord de Osten Ard e sua "comparsa" no crime não deixa de ser uma versão negra da própria Galadriel, além de, obviamente, um memento da tenebrosa Rainha da Neve do Andersen( copiada por Lewis ao criar a Jadis, de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa), a rainha dos elfos ( chamados sith em MST) negros, Utukku( nome de demônio babilônico como Lilith), soberana dos Nornes.Pra quem não sabe, foi daí que George R.R.Martin tirou a idéia dos seus Outros ou Andarilhos Brancos da Canção do Gelo e do Fogo.

The Sithi are certainly very Elvish, but they do have their own distinct 'feel', coming across as being far more 'alien' than Tolkien's Elves. Ineluki does seem to have some strong similarities with Fëanor though, with both being the most talented members of their respective peoples, and both later causing their own peoples much misery. I have also wondered if the Norn Queen is an attempted 'dark' inversion of Galadriel. Utuk'ku is the last of the Garden-born, while Galadriel is the last of the leadership of the Noldor Rebellion to still remain in Middle-earth (and hence one of the very last to remember first-hand the light of the Two Trees
.

utukku.jpg


Literature and Substance

Heroism, Combat, and Death
George R.R. Martin was initially inspired by Tad Williams' Memory, Sorrow, and Thorn to write a mature, intelligent fantasy. It's a shame that Williams doesn't get quite as much credit as he deserves and Martin has definitely eclipsed Williams' popularity. It would be unwise, however, to compare A Song of Ice and Fire with Memory, Sorrow, and Thorn. Williams and Martin are attempting to do very different things with their respective series, and Martin's work is not yet finished. Williams explores themes that Tolkien never had. Tolkien's archaically poetic voice matched his equally archaic subject-matter. The Lord of the Rings features a lot of elements subversive to heroic quest literature but Williams challenges themes that Tolkien overlooked.
 
Última edição:
Tens razão, ficou mais claro, “não aos moldes de Morgoth e sim ao de Sauron”. E tb no lance de especificar o que seria um Dark Lord para Tolkien; e lembrando o que disse Galadriel e tb esse trecho que tirei lá do seu blog, do C.S. Lewis

“Of all tyrannies, a tyranny sincerely exercised for the good of its victims may be the most oppressive. It would be better to live under robber barons than under omnipotent moral busybodies. The robber baron's cruelty may sometimes sleep, his cupidity may at some point be satiated; but those who torment us for our own good will torment us without end for they do so with the approval of their own conscience.”.

Se um Senhor das Trevas, para o Tolkien, está intimamente ligado a isto (e está), sim, realmente o Fëanor poderia mesmo ser um Dark Lord. Mas quando eu disse que Fëanor, no máximo, seria um vilão trágico, estava misturando várias bolas.

Porque esses todos outros, príncipe Nuada, a Fênix, Ashura (o Ineluki acabei de conhecer, pelo seu post, nem posso comparar), o Darth Vader, Elric (que eu conheci através do conto One Life, Furnished in Early Moorcock, do Neil Gaiman) e vários outros têm, mais ou menos, elementos que caracterizam um vilão trágico – eventos, ligados aos sentimentos (que eles têm, e muito!), que ferem suas almas e que nos fazem compadecer deles, acontecimentos que geralmente ocorrem antes das malvadezas e que explicariam (não no sentido de justificar) o porque de eles se tornarem vilões; ou, em cada história, um personagem que consegue se relacionar com eles profundamente, trazendo o pouquinho de bom que ainda existiria neles. Foi nisso que pensei ao considerar o Fëanor um vilão trágico (ao invés de um Dark Lord cuja vida NUNCA teve NADA parecido com isso que eu disse) e não o Sauron (muito menos o Morgoth), por exemplo. Mas rolou uma extrapolação, néah?

Edit: não tinha visto o link para os Mitos Transformados, vou clarificar mais :cool:
 
Última edição:
Foi nisso que pensei ao considerar o Fëanor um vilão trágico (ao invés de um Dark Lord cuja vida NUNCA teve NADA parecido com isso que eu disse) e não o Sauron (muito menos o Morgoth)


Bom, no meu entendimento, o Tolkien não entra no ponto de vista deles o suficiente mas, à sua maneira, Sauron e Melkor são vilões trágicos, sim. Os detalhes das motivações não são esmiuçados ( quem quiser isso deve ler o Paraíso Perdido do Milton e/ou o Mistérios Divinos do Neil Gaiman, ele mesmo influenciado pacas pelo Paraíso Perdido e pelo Silmarillion ao mesmo tempo) mas acho que há o suficiente pra desconfiar de várias coisas... Como a Tyellas também deu a entender no Terrible Alchemy.

Especulações Fanfiqueiras dão conta que Sauron tinha uma rixa pessoal com Yavanna Kementári por causa de Aulë, seu antigo mentor; "pessoal" do mesmo jeito que era o imbróglio envolvendo Melkor, Elbereth e Manwë. Coisa muito provável dados os comentários de Tolkien ( Mitos Transformados-HoME X) a respeito do fato deles terem casado dentro de Arda e a falta de paciência "mecânica" de Sauron com as mazelas das formas de vida "caóticas", então ver um rebento de Ninloth florescendo bem na frente de Mordor foi demais pro seu senso de decoração...

Vide aí: Terrible Alchemy



Já considerou a analogia Melkor/Elbereth-Fëanor/Galadriel e o colocar a sua essência na matéria cristalina dos Silmarils por Feanáro com a infusão do Elemento Morgoth em Arda feito por Melkinho?

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Última edição:
Já considerou a analogia Melkor/Elbereth-Fëanor/Galadriel

:lol:É engraçado imaginar o "Melkinho" de paixonite pela Varda; como gosto bastante de especulações (coerentes) vou ler as paradas pra ver.

e o colocar a sua essência na matéria cristalina dos Silmarils por Feanáro com a infusão do Elemento Morgoth em Arda feito por Melkinho?

8-O aqui eu meio que me perdi (não pode ser o que eu estou pensando)...
 
Não consigo imaginar ele como Senhor do Escuro, concordo com alguns posts que vi antes...

As atitudes de Fëanor(não amenizando sua culpa), foram consequências dos atos praticados por Melkor, roubo das Silmarils, assassinato do seu pai(principalmente), a esta altura do campeonato ele ja estava maluco...nem pensava mais, tanto que quando voltou pra Terra-média foi em busca de Morgoth sem temer nada nem ninguem, sozinho ou não ele estava tomado pela loucura e a morte era a única porta que poderia ser aberta naquele momento.

Claro que esta discussão abre margem pra várias interpretações...
 
Ambos os Senhores do Escuro, Morgoth e Sauron, são seres de imenso poder e majestade, que eventualmente tomaram um caminho próprio, diverso do traçado por Eru no princípio; eu não consigo dissociar esse "cargo", então, dessa condição de Ainur (sejam Valar ou Maiar) caídos. Portanto, não vejo Fëanor ou qualquer outro Elfo ou Homem como apto a ele.

No entanto... Tolkien, nas Cartas, diz que tudo(*) dentro de Arda estava sujeito à queda: árvores podiam se tornar más na Floresta Velha, Elfos podiam se tornar maus (como aquele babaca do Saeros), etc. Então, mesmo Fëanor, que era poderoso entre os Elfos, estava sujeito a isso e poderia falhar e cair. Embora, no meu ver ele não tenha falhado nem caído, mas sim feito tudo quanto tinha que fazer; os exageros dele devem-se mais ao ódio desmedido atiçado por Melkor do que à maldade propriamente dita.


[]'s!

(*) - Mesmo os Valar, segundo Tolkien: no ver dele, sob certo ponto de vista, a criação dos Anões foi a queda de Aulë, embora ele tenha se arrependido depois e se levantado novamente.
 
aqui eu meio que me perdi (não pode ser o que eu estou pensando)

Será mesmo que não? :wink:

Ao contrário do que algumas pessoas disseram aqui nesse tópico, os silmarils estavam muito longe de ser apenas "pedrinhas que brilhavam". Pra entender o apego de Fëanor pelos Silmarils e o motivo em função do qual ele disse que não seria mais capaz de repetir o processo de sua criação, não explicado por Tolkien de forma literal, vale dar uma conferida nesse texto aí que, tentativamente, procura "lançar uma luzinha" no tema, inclusive traçando uma analogia com uma obra de Charles Williams colega inkling de Tolkien e Lewis. A presumível leitura do livro coincide com o exponencial aumento da importância dos Silmarilli dentro do Legendarium:

A Alquimia do Fogo Secreto e o "fogo" dos Silmarils

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Os Silmarils são um conceito aproximado com o da Pedra Filosofal. A criação suprema da Alquimia, uma maneira de fazer o microcosmo espelhar o que está na realidade superior macrocósmica. Ao criar os Silmarils, Fëanor doou um pedaço da sua alma, sua potência subcriativa, para formar o receptáculo para a luz combinada de Telperion e Laurelin. Isso explica o “atamento” de seu “coração” às jóias que ele concebera. Ele, talvez inadvertidamente, criou um elo entre ele e as gemas que era um precursor do que Sauron, mais tarde, fez com o Anel do Poder.

:lol:É engraçado imaginar o "Melkinho" de paixonite pela Varda; como gosto bastante de especulações (coerentes) vou ler as paradas pra ver

Dá uma lida lá no meu ensaio sobre a Ungoliant e procure a expressão "eu arrebato":lol:

Pessoalmente gosto de imaginar Melkor passando a cantada em Arië (HoME X-Mitos Transformados) mais ou menos assim

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"E aí fogosa? Pode ser ou tá difícil?"

Olha aí que par sensacional essa picture dá com a famosa pintura de Fëanor feita pelos russos.

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nem pensava mais, tanto que quando voltou pra Terra-média foi em busca de Morgoth sem temer nada nem ninguem, sozinho ou não ele estava tomado pela loucura e a morte era a única porta que poderia ser aberta naquele momento.

O problema aí Thanatos é que o próprio Tolkien explicou o que Melkor tinha como sendo uma "loucura niilista" e também deu a entender que ele, assim como, eventualmente acabou acontecendo com Sauron, também "não pensava mais". É justamente esse o problema!! Monomania.

Em qualquer caso, ao buscar absorver ou melhor infiltrar-se através da ‘matéria’, o que então restava dele não era mais poderoso o suficiente para revestir-se novamente. (Ele ficaria então fixo no desejo de o fazer: não havia ‘arrependimento’ ou possibilidade de: Melkor havia abandonado para sempre todas as ambições ‘espirituais’, e existia quase unicamente como um desejo de possuir e dominar a matéria, e Arda em particular).

Os dois, Fëanor e Melkor, na verdade, começaram sendo muito parecidos mesmo, embora ele fosse ainda mais parecido com Sauron e, em vários aspectos, a "mensagem" do Silmarillion não deixa de ser essa mesmo, como dizia Nietszche, filósofo com o qual Tolkien,tardiamente na vida, dialogava de forma metatextual.

A famosa citação de Nietzsche, no Assim falou Zaratustra.

Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.
Friedrich Nietzsche

Eu diria que Melkor no seu estado inicial era a Vontade de potência como definida em termos filosóficos e que é, desde sempre , equiparada com o fogo, como a sua Nolyë tão bem definiu.

E, para vocês verem que a comparação entre o sentido mítico/filosófico da função de Melkor com a noção de Vontade de Potência tem tudo pra ser pertinente, olhem só esse trechinho do texto em português:


A "vontade de potência" no sentido nietzcheano deve ser entendida como o esforço de triunfar sobre o nada

, no intuito de vencer a fatalidade e o aniquilamento: é a busca da superação da catástrofe, da morte. É a vontade do sempre "mais", da luta para alcançar o "possível" e ir além daquilo que é atual. Não é somente a luta para se preservar no ser, um simples instinto de conservação, mas é uma vontade de "ultrapassar", de ir sempre mais adiante. Num nível superior a "vontade de potência" torna-se generosidade, vontade de ser e de consciência, vontade da existência de si mesmo.

(...)

A "vontade de potência" é igualmente o destino de se buscar a contradição. O que é feio quer tornar-se belo, ou ainda, o escravo deseja tornar-se senhor. Recorrendo-se às palavras de Nietzsche, na obra "Assim falava Zaratustra", ele confirma esta questão dizendo:

(...)
Na luta do ser contra o não-ser, a "vontade de potência" é a força em movimento. E o potente inclui poder, vigor, força, poderio e autoridade. A "vontade de potência" trata-se da atitude psíquica de uma alma que é forte e quer alimentar a sua força, sua potência, e que não se cansa de dar provas de sua coragem, que dominando a si mesma pensa cumprir o dever que lhe fora estabelecido.

Para mim fica claro que Tolkien está mesmo dialogando, filosófica e teologicamente, com as idéias de Nietzsche. Melkor é um tipo de superman nietzscheano que se perverteu. Morgoth não é a personificação dos defeitos de Eru , ele é uma corporificação das virtudes do Ûnico tornadas más depois que ele já era um ser criado e independente. É a Vontade de Potência de Eru materializada que, por querer se opor ao Nada e preencher a sua vacuidade sem prezar o labor alheio, só gera exatamente aquilo que queria combater: mais Nada.

Tolkien está criticando o Relativismo Moral de Nietzsche através da relação conturbada entre Eru, Melkor e o Vazio, contando uma "estória" com fundo moral e implicações teológicas e filosóficas que foram o principal dilema do pensamento ocidental no século XX .

Tanto é que alguns trechos do Mitos Transformados estão usando a mesma linguagem dos escritos de Nietzsche, as mesmas palavras para se referir à abstrações filosóficas com o mesmo sentido aproximado, incluindo a discussão sobre Niilismo ."Potência", "vida","niilismo", "negação" e "vontade" são termos usados com claras conotações nietzscheanas nas passagens destacadas abaixo.É só comparar as passagens em destaque com as já citadas e as ligações ficam visíveis.

Isto era niilismo absoluto, e negação seu supremo objetivo: Morgoth sem nenhuma dúvida, caso tivesse sido
vitorioso, teria destruído em última instância até mesmo suas próprias criaturas como os orcs, quando eles tivessem servido a seu propósito exclusivo ao usá-los: a destruição de elfos e homens.(...)

Ficou claro então (embora deva ter sido compreendido antecipadamente por Manwë e Námo) que, embora ele tivesse disseminado seu poder (seu mal e vontade possessiva e rebelde) em alto grau e amplamente na matéria de Arda,

(...)Melkor não era Sauron. Nós falamos dele sendo enfraquecido, encolhido, reduzido mas isto é em comparação com os grandes Valar. Ele fora um ser de imensa potência e vida.

Tolkien or Nietzsche, Philology and Nihilism

Nietzsche and Tolkien: reviewing the Will to Power

As pessoas estão começando a dar realmente uma estudada nessas correlações filosóficas entre Tolkien e autores como Nietzsche por causa da importância da Vontade de Potência (Will to Power) como a força motriz da Queda de Melkor e a perversão dos Maiar que o seguiram. Tem mais gente vendo a correlação entre Melkor e o Superman de Nietzsche

Nietzsche and Tolkien 2: The Valar -Malfunctioned Will to Power

Esse texto é parte do livro que estuda Tolkien e a filosofia

http://www.docstoc.com/docs/5230252/Uberhobbits

O textos aí em cima são muito bons Podem não tratar especificamente do Melkor como é descrito no Mitos Transformados mas as ilações já podem partir daí facilmente.

Pena que quando se trata de achar material assim em português sobre Tolkien a gente mesmo tem que escrever. Narnia em contraste teve o livro sobre a sua filosofia traduzido aqui e parece até muito bom.
 
Última edição:
Esse conto da Tyellas, Terrible Alchemy, é sensacional.

E esse Melkor aí “arrebatando” a Arië... não deve ter sido assim tããão ruim :hanhan: (brincadeirinha, claro)

Em que pese minha resignação ao fato indiscutível de que Fëanor poderia sim se tornar um Senhor do Escuro (a partir dessa loucura niilista, principalmente), acho, definitivamente e humildemente, que ele não seria um Dark Lord nos moldes nem de Melkor e nem de Sauron (os eventos de sentimento relacionados a eles, tanto os dados pelo Tolkien quanto os especulados pelos textos que eu li agora, que vc linkou, dão conta apenas de desejos de possuir, destruir ou comandar, nada parecido com a dor de Amor ferido; tb não consigo especular neles qualquer brecha da Luz, odiada e renunciada pelos dois, respectivamente) – pra mim, esses dois não são trágicos, Fëanor é. (e eu nem tenho total segurança (e conhecimento) pra dizer o que é de fato trágico e o que não é; não tem mesmo que fazer sentido, às vezes ... Lúcifer foi dolorosamente trágico e representa O Dark Lord...).
 
Acho que Tolkien quis evitar a armadilha na qual John Milton acabou caindo, onde falaram que ele "havia tomado o partido do demônio sem sabê-lo" devido ao fato de que seu Satã parecia TÃO MAIS interessante e "humano" do que seu Deus Jeová sentado no Empíreo e seu Filho Unigênito ( pré-existente em Milton sob forma espiritual no Céu antes da Encarnação).

A razão pela qual Milton escreveu em grilhões sobre anjos & Deus, e em liberdade
sobre Demônios & Inferno, está em que ele era um Poeta autêntico e tinha
parte com o Demônio, sem o sabê-lo” (Blake 1995: 21)

Veja aí em cima como um erro pequeno de tradução dá uma diferença danada. "Ter parte" com o Demônio e "ser do partido" dele são coisas bem diferentes...

'The reason Milton wrote in fetters when he wrote of Angels and God, and at liberty when of Devils and Hell, is because he was a true Poet and of the Devil's party without knowing it'.

Por isso é que ele nunca entrou em detalhes em contar a coisa pela perspectiva deles.

Eu sempre vejo algo de trágico no Mal, quanto mais absoluto, IMO, mais trágico é.

Olhe ele aí( Satã do Paraíso Perdido), how tragic I am!!! Parece heroína de novela mexicana descabelando o aplique...

Picture2.jpg
 
Última edição:
Acho que Tolkien quis evitar a armadilha na qual John Milton acabou caindo, onde falaram que ele havia tomado o partido do demônio sem sabê-lo devido ao fato de que seu Satã parecia TÃO MAIS interessante e "humano" do que seu Deus Jeová sentado no Empíreo e seu Filho Unigênito ( pré-existente em Milton sob forma espiritual no céu antes da encarnação).

Por isso é que ele nunca entrou em detalhes em contar a coisa pela perspectiva deles.

Sim, isso faz muito sentido e, já que ele esmiuçou muito mais Eru e os Valar e de menos seu grande Oponente, pode mesmo ter sido essa a razão..
 
Eis aí uma mensagem minha de uma discussão salva num dos meus e-mails do crash catastrófico do início de 2010 onde foi debatida a natureza da queda de Fëanor. Como o negócio é pertinente ao assunto aqui e foi lá que eu dei pela primeira vez a opinião de que Fëanor ( apelidado por alguns de Feionor) poderia virar Lorde das Trevas fácil, fácil vale a pena a transcrição.

lmarinen
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Re: Significado do presente de Galadriel a Gimli
Citação:
Quanto ao cabelo, Tolkien o relaciona com beleza e nobreza, e também uma distinção de raças e não ao sexo.

Finwë, qualquer coisa que esteja ligada à beleza e nobreza, na cabeça das pessoas, por extensão, acaba se ligando a sexo também, de uma maneira ou outra. Tolkien não diz que isso era diferente com os elfos. Aliás diz textualmente que eles "eram atraídos por cabelos de especial formosura". O "culto aos cabelos" dos elfos era um poderoso símbolo de status e sex appeal, a própria ensaísta que fez o texto que a Valinor traduziu discutindo o Leis e Costumes comenta isso.

"All the Eldar had beautiful hair (and were especially attracted by hair of exceptional loveliness)." (The Shibboleth of Fëanor, The Peoples of Middle-Earth, HME) An odd little throwaway, remarkable because it's one of our only hints about what turns elves on. Beautiful voices are also implied to be attractive. The most ravishing elf ever, Lúthien, used enchantment to grow her hair extremely long. This may have been the elves' erotic equivalent of being able to tie a cherry stem into a knot with your tongue
.

E Tolkien, realmente, sugere, muito fortemente, que o deleite de Fëanor em olhar o cabelo de Galadriel e a lenda urbana de que ele inventou os Silmarils por causa do esplendor do cabelo dela e que teria lhe pedido madeixas várias vezes, tendo o seu pedido recusado, parece insinuar, sim, que ele era meio libidinoso.

Tanto é que ele e Nerdanel se separaram ainda em Valinor enquanto vivos mesmo e isso era uma coisa meio fora do normal (já que o efeito do ato sexual e da concepção de sete filhos deveria deixar os dois tão ligados que não desejariam se separar. Tolkien nem sequer chegou a comentar isso no Leis e Costumes embora tenha feito um tratado jurídico (literal) para discutir se Finwë podia casar de novo ou não.

http://www.ansereg.com/what_tolkien_...y_said_abo.htm

Good and Bad News About Elf Libidos
The good news is that elves like sex. "The union of love is indeed to them great delight and joy." (LACE) The bad news is that elves tend to lose interest in sex after they've had kids. "With the exercise of the power (of generation), the desire soon ceases, and the mind turns to other things…they have many other urges of body and of mind which their nature urges them to fulfil." They do look back happily on the sexually-active time in their lives, though, a period of one to several hundred years. (LACE) Also, "they are seldom swayed by the desires of the body only, but are by nature continent and steadfast." (LACE) Sorry
.

Outra coisa: os elfos tinham prazer na prática do sexo sim ( está no texto integral em inglês mas não sei pq a tradução da Valinor não tem o trecho), e a luxúria embora pudesse ser rara entre eles e mais frequente entre os elfos da Terra Média que se degradaram durante a Guerra com Morgoth* também devia acometer uns e outros lá em Valinor já que, como Tolkien disse, mesmo lá, o amor não era sempre satisfeito, como o amor vem atrelado a desejo sexual podemos inferir que havia elfos e elfas em Aman que ficavam sim, talvez não praticando , mas pensando em luxúria eqto seus objetos de desejo estavam inacessíveis.

Foi o caso de Indis eqto Finwë foi casado com Miriel, Ela passou séculos esperando por ele e, cá para nós, isso deve dar uns efeitos colaterais meio libidinosos sim.

*exemplo de Celegorm e sua tara em Lúthien( a senhora do Cabelo Fatal como Morgoth põde descobrir) e de Maeglin com o problema com Idril Celebrindal ( Pé-Prateado só no nome dela vc já vê o que isso dava. Pobre Maeglin)
__________________
So great is the bounty with which he has been treated that he may now, perhaps, fairly dare to guess that in Fantasy he may actually assist in the effoliation and multiple enrichment of creation.

Tolkien no ensaio "On Fairy Stories"
Edição mais recente por Ilmarinen : 11-12-2009 em 11:32



1-12-2009, 21:49
Ilmarinen
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Re: Significado do presente de Galadriel a Gimli
Citação:
Post Original de Finwe-Curufinwe
Meu caro Ilmarinen, é exatamente esse problema que temos aqui. Freud dizia que os instintos sexuais são o centro da vida psíquica humana; na minha opinião é exatamente isso que Tolkien tenta desvincular na sua obra. Peço desculpas pelo texto longo que apresentarei (muitos não carregam os livros de Tolkien como bíblias):

Tanto Fëanor quanto Gimli foram hábeis ouríves, amavam as gemas, mas acima de tudo amavam tudo o que é belo. Sentir-se atraído por algo de extrema beleza, é diferente de querer possuí-la para fins libidinosos.

Depende exatamente do que vc considera fins "libidinosos" Tolkien usa o termo "lust" o tempo inteiro ao se referir aos desejos de Morgoth e toda hora fica implícito que ele e Fëanor foram se tornando cada vez mais parecidos.

Concordo que Gimli e Fëanor têm similaridades mas as diferenças falavam muito mais alto Tanto é que a própria Galadriel deu aos dois tratamento completamente oposto. E, no meu entender, ela tratava Fëanor como tratava porque via que o pedido dele pelos seus cabelos tinha um grande viés de "concupiscência" em todo sentido pré-sexual ( afinal se vamos sair de Freud, "libido" pode ter um espectro muito mais amplo), de paixão desenfreada, ciosa, ciumenta, dominadora. Galadriel tratou ambos distintamente porque Fëanor, quando lhe fez o pedido, tinha muito mais a alma estereotipada de um anão do que o próprio Gimli.

Ele não era assim até seus meio-irmãos nascerem mas,depois que ele deixou de ser a menina dos olhos de Finwë( apesar de continuar sendo o favorito), a impressão que dá é que o elfo foi "ladeira abaixo" e, no fim, depois da morte de Finwë que parecia ser a única coisa que ele amava mais do que o trabalho das suas mãos, passou a ter o senso de pragmatismo utilitário e cobiça ciumenta dos próprios direitos e posses no nível dos mais exagerados dos membros da raça dos Anões. Ou será que vc não reparou que Thorim Escudo de Carvalho era praticamente um Fëanor anão?

Dê uma olhada na conversa de Aulë e Yavanna sobre os senões da raça dos Anões no início do Silmarillion e pense em quantos daqueles atributos negativos não eram aplicáveis a Fëanor à medida em que ele se degradava.

thy children will have little love for the things of my love. They will love first the things made by their own hands, as doth their father. They will delve in the earth, and the things that grow and live upon the earth they will not heed. Many a tree shall feel the bite of their iron without pity.'

Vou deixar uma coisa bem clara aqui!! Eu ADORO Fëanor!! Ele é disparado, concorrrendo com Beleg e Maedhros, meu personagem élfico predileto mas Tolkien dotou-o , sim, de uma série de defeitos de caráter gravíssimos e, no contexto do que foi mostrado nos livros, parece sim, lícito presumir que o amor sófrego de Fëanor pelo trabalho de suas mãos e a origem dessa obsessão parecem remeter para sentidos libidinosos em todos os aspectos negativos da palavra ( inclusive um complexo de Édipo hiper mal resolvido). E não digo isso por achar que Tolkien enfatizava só a questão de tara sexual nele(antes fosse o caso) mas acho, sim, que isso era parte da coisa toda. Fëanor agia como se fosse lustful o tempo todo,.

Ele padecia de concupiscência no sentido teológico escolástico mesmo (que não diz respeito só ao sexo) mas a intemperança e luxúria em geral.

Essa é a raiz do amor em todas as formas. A possibilidade de alcançar abundância ilimitada é a tentação do ser humano. que é um eu e possui um mundo. O nome clássico para esse desejo é concupiscentia, "concupiscência" - o desejo ilimitado de atrair a realidade toda para o próprio eu. Este desejo refere-se a todos os aspectos da relação que o ser humano estabelece consigo mesmo e com seu mundo. Refere-se tanto à fome física como ao sexo, tanto ao conhecimento como ao poder, tanto à riqueza material como aos valores espirituais. Mas esse sentido todo-abrangente da concupiscência frequentemente foi reduzido a um sentido muito especial, a saber, ao desejo do prazer sexual. Inclusive teólogos como Agostinho e Lutero, que consideravam o pecado espiritual como básico, tenderam a identificar concupiscência com desejo sexual.

Em tudo ele queria a preeminência: no amor do pai, na fama, status, riqueza, de tudo isso Fëanor era cioso e agia sempre como se não fosse se aplacar com nada.

Galadriel via que o amor de Fëanor pela beleza era muito mais centrado na "posse" da beleza do que na sua preservação como modo de partilha e de abnegação pelos seus contemporâneos ou gerações futuras. Para ele, possuir a beleza dos cabelos da Dama Dourada dos Noldor era um troféu para seu status e proeminência entre os Eldar.

Nesse contexto, vc pode até não ver Fëanor como libertino ou luxurioso no sentido carnal, embora a leitura da obra dê margem a essa interpretação também, mas no que diz respeito a todos os demais sentidos da palavra luxúria, Fëanor iria atender todos os critérios sem muita dúvida. No caso dele, a questão de "fim libidinoso" passa a ser de mera semântica e nisso a "lust" dele e a de Melkor eram iguais.

Mas apelar para uma análise incorreta e infundada da obra, para desmerecer aquele que foi o Maior dos Elfos, como Tolkien daria a Fëanor esse título se para o próprio autor "o [principal] sintoma da decadência do homem é o desvio sexual"?

Nunca, jamais, creio, passou pela cabeça de Tolkien a noção de que, mesmo que isso pudesse ser o maior sintoma de que esse pudesse ser o maior pecado do qual um ser criado poderia ser culpado. Se eu fosse vc, jamais pegaria essa carta "carola" de Tolkien onde ele tentava exortar os filhos dele na castidade católica para servir de parâmetro na priorização dos valores morais no compasso de Tolkien.

Ele tendeu a colocar a continência sexual completamente fora da proporção nessas cartas e elas não são representativas daquilo que se vê na obra dele. Trocentos personagens humanos dele tinham uma moral decadente ou falha mas ele nunca dava ênfase ao "desvio sexual".

Se fosse por esse raciocínio, o que seria mais lógico seria procurar mesmo taras sexuais no Fëanor pq ele era repleto de decadência moral. Se o desvio sexual era sintoma disso, então ele devia estar cheio. E, mesmo assim, poderia ser o maior dos elfos, assim como Morgoth era o maior de todos os valar no seu início.

Ela é o tipo de carta que nunca deve ser lida sem se julgar o contexto. Fëanor era, sim, o maior dos elfos, mas pode ter certeza de que ele tinha praticamente um sumário de todos os tipos de vícios dos quais um elda era capaz e luxúria não parece estar fora das possibilidades da lista, muito pelo contrário. A sua noção de que uma coisa precisaria excluir a outra é um silogismo que não parece bater com a forma com que Tolkien via a realidade.

Um cara que no fim foi capaz de abandonar o meio-irmão pra morrer num ermo gelado ou voltar humilhado para os Valar ( uma coisa que ele mesmo preferiria morrer a fazer) era perfeitamente capaz de ser, também, o Calígula dos Elfos (nos padrões "continentes" deles seja lá o que for que isso implicasse) ainda mais considerando sua prolificidade sexual incomum e o fato de que parece que ele se separou de Nerdanel ainda em Valinor e antes do Escurecimento e não por causa de sua vinda para a Terra Média.

Aliás, vamos checar quais eram mesmo as virtudes ímpares dele:

Neither did they mourn more for the death of the Trees
than for the marring of Feanor: of all Melkor's works the most
wicked.For Fëanor was made the mightiest in all parts of body and mind: in valour, in endurance, in beauty, in understanding, in skill, in strength and subtlety alike: of all the Children of Eru, and a bright flame was in him. The works of wonder for the glory of Arda that he might otherwise have wrought only Manwë might in some measure conceive.

Em nenhum lugar se vê apreço pela beleza em si mesma, generosidade, sabedoria ou continência sexual. Lembra muito o que Xavier falou para Jean Grey possuída pela Fênix Negra:

"Poder sem restrições, conhecimento sem sabedoria, idade sem maturidade, paixão sem amor".

Fëanor era, praticamente, um gêmeo élfico de Melkor nas suas origens e, se continuasse como estava e não tivesse morrido, parecia que iria acabar num nivel de degeneração semelhante.

Discussão interessante sobre as implicações do pedido pelo cabelo de Galadriel nesse fórum aí

For the Love of Galadriel (Middle-earth’s Ultimate Muse?)

One can’t help but wonder what would happened – or been prevented – if Galadriel has granted his request, but apparently she was right not to do so. After all, in folklore the possession of a piece of one’s body was thought to give the owner power over the person involved! Fëanor’s possessiveness hints at an admiration that could possibly have been lustful – in that case, an incestuous, adulterous passion, Ms. Russell said. And this possessiveness, whether of his father’s love, the light of the Trees, or Galadriel’s hair, was his downfall.

E, só pra deixar bem claro que, a despeito de tudo, eu ainda sou fã do Curunfinwë Feanáro, aqui vai uma das ilustrações que melhor captaram o espírito indômito do Espírito de Fogo, Fëanor do mangático Darkmage.
feanor62.jpg


FeanorGothmog.jpg

Contra Gothmog, senhor dos balrogs



La_Morte_di_Feanor_by_randolfo.jpg
"Gang banged" by Balrogs
 
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