Não somos vilões!
ter, 11/03/14
por julianolorenz |
categoria
Arena da Baixada,
Contratações,
Gestão CAPGigante 2012-14
Salve nação rubro-negra !
Extrato comprova dinheiro depositado por conta da CAP S/A, que possui fluxo de caixa do Clube. Erro básico. Foto: Reprodução
Há dias o assunto já poderia estar sendo discutido, mas somente hoje a
Folha de São Paulo publicou matéria sugerindo que o Atlético teria utilizado dinheiro destinado às obras da Arena da Baixada para tentar comprar o lateral Léo, do Vitória, no final do ano passado. Segundo consta, a CAP S/A teria transferido R$ 1,5 milhão para o clube baiano, o que poderia caracterizar uso de dinheiro público na negociação do atleta. Mas não foi bem isso que aconteceu.
O clube errou, mas não da maneira que estão tratando o tema. Nessa história não somos vilões e cabe ao Atlético explicar o que aconteceu.
No início deste ano quando Mário Celso Petraglia falou em entrevista à Rádio CAP sobre diversos assuntos, ele comentou que o Atlético tinha investido dinheiro de seu próprio caixa nas obras da Arena, devido ao atraso dos repasses do BNDES. Oficialmente o clube não se pronunciou sobre o quanto foi investido, mas nos bastidores comenta-se em cerca de R$ 20 milhões.
Ou seja, o Atlético emprestou dinheiro para a CAP S/A. O fato foi confirmado hoje pela Fomento Paraná (clique
aqui para ler). O órgão do Governo também destacou que todo o dinheiro do BNDES, emprestado para a Arena, é minunciosamente auditado. Esse é o ponto principal.
E-mail comprova que Vitória tentou parcelar a dívida. Agora se fazem de desentendidos. Foto: Reprodução
Aí voltamos em dezembro e nas negociações que, infelizmente, o Atlético acabou perdendo alguns dos principais atletas do ano passado, como o lateral-direito Léo. O Furacão chegou a depositar o dinheiro referente a 50% do passe do atleta (R$ 1,5 milhão). Como já sabemos, Léo foi para o Flamengo por R$ 2 milhões e o dinheiro atleticano ficou na Bahia. O clube baiano tentou negociar, parcelar a devolução, mas não foi atendido e o caso foi parar na Justiça. Com isso veio à tona um extrato do depósito do clube paranaense, feito pela CAP S/A. E aí achamos o erro do Atlético.
A CAP S/A é uma Sociedade para Propósitos Específicos (SPE). O nome já me parece bem claro e a definição do site oficial deixa isto ainda mais visível:
“Esta SPE foi nominada CAP S/A ARENA DOS PARANAENSES ficando responsável por todas as questões relacionadas a viabilidade econômica financeira da obra, administração de recebíveis, garantias para o projeto, contratação de fornecedores, responsabilidade técnica, responsabilidade comercial, civil e penal”.
"Mistura" de fluxos de caixa e falha em negociação deflagraram erro básico do Clube. Mas não somos vilões!
Em resumo, a CAP S/A não é um clube e, sendo assim, não deveria ter “assinado” o extrato. O dinheiro que era do Atlético deveria ter voltado para a conta do clube, para assim ter sido transferido. A imagem do clube foi arranhada nacionalmente por um erro básico. O pior é saber que isso estourou em uma negociação que sequer deu certo. Vale lembrar também que esse seria o único investimento do Furacão neste começo de ano, já que todos os atuais reforços vieram a custos muito menores ou de graça. Se essa prática, que considero antiética, aconteceu em outras vezes, só o clube pode explicar.
Fato é que os fluxos de caixa do futebol e das obras se misturaram muito durante o segundo semestre, a ponto da lambança acontecer.
Ficamos no aguardo de uma possível nota oficial e da retratação da matéria publicada na Folha de São Paulo que tem um título impactante, mas que no próprio texto também acaba não afirmando nada:
“não é possível saber se o R$ 1,5 milhão usado na contratação é dinheiro público ou do próprio Atlético-PR”. O maior erro dessa história toda não foi do Furacão, que tem o dever de explicar a verdade. O Vitória que devolva o dinheiro apropriado indevidamente. Não é hora de inverter os papéis.