• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Autor da Semana H.G. Wells

Clara

Perplecta
Usuário Premium
Escritor, jornalista, sociólogo e historiador inglês, considerado um dos pioneiros do gênero Ficção Científica, entre suas principais obras estão: A Guerra dos Mundos, A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e A Ilha do Doutor Moreau.

39765-004-5EA6D92A.jpg

“Wells foi um admirável narrador, um herdeiro das concisões de Swift e Edgar Allan Poe.” (Jorge Luis Borges)


BIOGRAFIA

Herbert George Wells nasceu em 21 setembro de 1866 em Bromley, condado de Kent, na Inglaterra, dois anos após a publicação de Viagem ao Centro da Terra (considerado por muitos como o primeiro romance de ficção científica) do autor francês Julio Verne; H.G. Wells, assim como Verne escreveu romances de ficção científica, mas também foi historiador e ensaísta prolífico e escreveu extensivamente sobre questões sociais.

Politicamente Wells era socialista e apesar disso (ou por causa disso) seus romances são quase sempre pessimistas no que diz respeito à natureza humana e ao futuro do planeta e da humanidade, ainda que muitas vezes profeticamente exato pois em seus romances ele previu a invenção de tanques de guerra, o bombardeio aéreo e a guerra nuclear, o uso de armas químicas, lasers e robôs industriais.

No início do século XX Wells voltou-se para outros tipos de ficção e escreveu enciclopédias e textos de não-ficção como "The Outline of History" e “A Short History of the World”.

H.G. Wells faleceu em 13 de agosto de 1946, em Londres, e sua última obra, inacabada, era um projeto sobre os perigos da guerra nuclear.


INFÂNCIA E JUVENTUDE

Wells era o filho de empregados domésticos que se tornaram pequenos comerciantes. Foi criado sob a ameaça contínua da pobreza e aos 14 anos, depois de uma educação deficiente complementada por seu amor inesgotável pela leitura, tornou-se aprendiz de negociante de panos - a sua experiência nesta ocupação veio mais tarde a ser usada como material para o romance Kipps; passando depois, sem sucesso, pelas mais diversas ocupações até que em 1883 tornou-se professor na Midhurst Grammar School e aos 18 anos ganhou uma bolsa para estudar biologia na Normal School of Science (mais tarde, Royal College of Science) em South Kensington, Londres, onde um de seus professores foi T.H. Huxley, biólogo e grande defensor da teoria da evolução de Charles Darwin, Huxley foi um dos principais cientistas ingleses do século XIX e avô do escritor Aldous Huxley.

Em 1888 Wells graduou-se pela Universidade de Londres tornando-se professor de ciências e passando por um período de preocupações com a própria saúde e também problemas financeiros, agravados em parte pelo fracasso de seu casamento com a prima, Isabel Mary Wells.
Casados desde 1891, a separação ocorreu em 1894, quando ele se apaixonou por uma de suas alunas, Amy Catherine Robbins, que viria a se tornar sua segunda esposa.


OBRAS E PENSAMENTO POLÍTICO

O primeiro romance de H.G. Wells a ser publicado foi The Time Machine, em 1895, um sucesso imediato que foi seguido por uma série de romances de ficção científica, revelando um escritor de originalidade marcante e uma imensa fecundidade das idéias: The Wonderful Visit (1895), The Island of Doctor Moreau (1896), The Invisible Man (1897), The War of the Worlds (1898), The First Men in the Moon (1901), The Food of the Gods (1904) e In the Days of the Comet (1906) são alguns de seus títulos mais famosos.

Ele escreveu também muitos contos, publicados em coletâneas como: The Stolen Bacillus and Others Incidents (1895), The Plattner Story and Others (1897) e Tales of Space and Time (1899).

Por algum tempo, assim como Julio Verne, H.G.Wells adquiriu a reputação de profeta do futuro, e isso de fato ocorreu algumas vezes, como no romance The War in the Air (1908) em que ele previu certos desenvolvimentos no uso de aeronaves militares. Mas o melhor de sua imaginação não floresceu da mesma maneira que ocorreu com Julio Verne, com suas antecipações de maravilhas mecânicas como o submarino, a descrição de navios gigantescos (só comparáveis aos transatlânticos atuais) ou a viagens em balões. A ficção de Wells permanece no campo das possibilidades, como a descoberta do poder da invisibilidade (The Invisible Man) ou a viagem no tempo (The Time Machine) e em fantasias astronômicas como em The First Men in the Moon e The War of the Worlds, deste o último aliás, a imagem do marciano já passou para a mitologia popular.


Atrás de sua inventividade havia um interesse apaixonado pelo homem e pela sociedade, interesse que invadiu cada vez mais a fantasia de sua ficção científica, muitas vezes transformando-a em sátira, chegando às vezes ( como em The Food of the Gods) a prejudicar sua credibilidade.

A certa altura Wells decidiu abandonar a ficção científica e escreveu romances sobre pessoas comuns da classe média trabalhadora, como em: Love and Mr Lewisham (1900), Kipps (1905), e The History of Mr Polly (1910). Para escrevê-los baseou-se em memórias de sua própria vida revelando as esperanças e frustrações de funcionários de pequenos escritórios, balconistas e de professores mal pagos, tipos que, até então, raramente haviam sido tratados com simpatia na ficção.

Nesses romances Wells fez os seus mais persuasivos comentários sobre os problemas da sociedade ocidental, que estavam prestes a se tornar sua principal preocupação. A visão sombria de um mundo morrendo em The Time Machine mostra que, em sua visão de longo prazo das perspectivas da humanidade, Wells sentiu muito do pessimismo predominante na década de 1890. Em sua visão de curto prazo, no entanto, seu estudo da biologia levou-o à esperança de que a sociedade humana iria evoluir para formas superiores, e através das obras: Anticipations of the Reactions of Mechanical and Scientific Progress upon Human Life and Thought (1901), Mankind in the Making (1903), e A Modern Utopia (1905), perante o público britânico, tornou-se o principal divulgador da doutrina do progresso social, pensamento que logo o levou a tornar-se um socialista ativo e, em 1903, ingressar na Sociedade Fabiana.
Sociedade Fabiana

Organização reformista inglesa fundada em 1884, cujo nome vem do chefe militar romano Fábio Máximo (século III antes da nossa era), alcunhado Cunctator (o “Contemporizador”) pela sua táctica de expectativa, evitando os combates decisivos na guerra com Aníbal. A Sociedade Fabiana compunha-se principalmente de intelectuais burgueses: cientistas, escritores, políticos (tais como Sidney e Beatrice Webb, Bernard Shaw, R. MacDonald e outros); negavam a necessidade da luta de classe do proletariado e da revolução socialista, assegurando que a transição do capitalismo para o socialismo só era possível pela via das pequenas reformas e mudanças paulatinas na sociedade. Lenin definiu a corrente fabiana como “uma tendência do oportunismo extremo”. Em 1900 a Sociedade Fabiana ingressou no Partido Trabalhista.

Fonte e página (em inglês) da Sociedade Fabiana
A Sociedade Fabiana era formada por um pequeno grupo seleto de intelectuais (capitaneados por George Bernard Shaw e pelo casal Sidney e Beatrice Webb) empenhado em educar e preparar a classe média para o socialismo.

Contentavam-se em publicar tratados e panfletos denunciando a pobreza e as injustiças que imperavam nos primeiros anos do século XX na Inglaterra, e a solução para esses problemas, segundo a sociedade, viria através de programas e medidas governamentais. Antes, porém, era necessário que se formasse um governo verdadeiramente democrático e que o povo adquirisse consciência desses problemas.

Opunham-se à luta de classes e acreditavam que que os sindicatos deveriam limitar sua atuação à defesa dos interesses econômicos da classe operária nos processos de barganha coletiva. Na verdade, não acreditavam que um movimento operário de bases amplas pudesse produzir mudanças políticas. Confiavam em que os apelos intelectuais acabariam modificando a opinião pública, e assim, conseguiriam levá-la a eleger para o parlamento candidatos que tivessem simpatias pelas idéias socialistas.

H.G. Wells logo começou a criticar os métodos da Sociedade Fabiana e a falta de participação política de seus membros empenhados apenas em discussões e teorias sobre os males da sociedade.

Abandonando o grupo Wells dedica-se a ideia de um Estado Universal proposta em seu livro A Modern Utopia (1905) e escreve o romance The New Machiavelli (1911) sátira à Sociedade Fabiana na qual o casal Webb é parodiado como os Baileys.

The New Machiavelli é considerado por muitos como o começo do fim de H.G. Wells ‘o contador de histórias’ para, nas palavras de Jorge Luis Borges: “resignar-se a especulador sociológico”.

Em 27 de outubro de 1934 Wells tem a oportunidade de testar suas convicções socialistas e defesa da liberdade de expressão numa histórica entrevista realizada com Stálin, publicada sob o título The Stalin-Wells Talk.
Maiores detalhes sobre a entrevista e sua repercussão no site de The New Statesman, em inglês.


H.G.WELLS, JORNALISTA E SOCIÓLOGO

Após 1906, o Wells panfletário e o Wells romancista estavam em conflito (desse período apenas The History of Mr. Polly e Bealby, ambos de 1915, podem ser considerados inteiramente como obras de ficção) seus escritos posteriores são principalmente discussões sobret temas sociais ou políticos que mostram pouca preocupação com o romance como forma literária.

A Primeira Guerra Mundial abalou a fé de Wells no progresso humano a curto prazo e em trabalhos posteriores ele modificou sua concepção de evolução social, apresentando a visão de que o homem só poderia progredir quando se adaptasse às circunstâncias e essa adaptação ocorresse através do conhecimento e da educação. Para ajudar a trazer este processo de adaptação Wells iniciou um ambicioso trabalho de educação popular, dos quais os principais produtos foram The Outline of History (1920, revisado em 1931), The Science of Life (1931), co-escrita com o biólogo e escritor Julian Huxley (irmão de Aldous) e George Philip Wells (seu filho mais velho, com a segunda esposa), e The Work, Wealth, and Happiness of Mankind (1932).

Ao mesmo tempo ele continuou a publicar obras de ficção nas quais seus dons de narrativa e diálogo dão forma quase inteiramente à polêmica. O senso de humor característico reaparece, no entanto, nas reminiscências de Experiment in Autobiography (1934).

Em 1936, Alexander Korda produziu o filme Things to Come, com adaptação do próprio Wells de seus textos, The Shape of Things to Come e The Work, Wealth and Happiness of Mankind.

A película, apesar dos efeitos especiais ultrapassados, continua entre os melhores filmes britânicos do século 20.

É possível assistir ao filme completo (em preto e branco e no idioma inglês) no site Internet Archive.

things hgw.jpg


A partir da década de 1930, doente e envelhecido e com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Wells aparentemente perdeu toda a confiança no futuro, e em Mind at the End of Its Tether (1945), ele mostra uma visão sombria de um mundo em que a própria natureza passa a rejeitar e destruir a humanidade.

Apesar da crença em uma possível catástrofe mundial que manteve boa parte de seu trabalho inicial e apareceu novamente na velhice, Wells em sua vida foi considerado o principal porta-voz literário do otimismo liberal que antecedeu a Primeira Guerra Mundial.
Nenhum outro escritor conseguiu capturar tão vividamente a energia deste período, o espírito de aventura e o sentimento de libertação das convenções do pensamento vitoriano. A influência de Wells era enorme, tanto em sua própria geração como sobre a que imediatamente se seguiu. Nenhum de seus contemporâneos fez mais para estimular revolta contra dogmas cristãos e os preconceitos de da sociedade de sua época, especialmente quanto ao sexo que, tanto em seus livros como em sua vida pessoal era um defensor persistente da liberdade quase completa. Apesar de maneiras às vezes precipitada ou contraditória, Wells foi destemido em seus esforços para promover a igualdade social, o feminismo, o direito de expressão e a paz no mundo; e discutindo, através de suas obras, temas que permanecem atuais como a ameaça de guerra nuclear, o advento do Estado Mundial e a ética no tratamento dos animais.


FONTES

Wikipedia; Encyclopædia Britannica; Revista Espaço Acadêmico


MINHAS CONSIDERAÇÕES

Comecei a ler H.G. Wells recentemente, como parte de minha resolução de conhecer melhor autores clássicos da Ficção Científica, e confesso que fiquei encantada não só com as histórias extremamente imaginativas e emocionantes (em seu estilo quase jornalístico de narração) que escreveu como por suas ideias, ideologias e vida pessoal.

Apesar de sua obra extensa, são poucos os livros de e sobre H.G. Wells publicados no Brasil, de maneira que muitas vezes tive que apelar para meu inglês, ainda engatinhando, para conseguir informações sobre a vida e a obra desse grande escritor, peço desculpas antecipadamente se omiti alguma informação importante.

A seguir faço um pequeno resumo de cada um dos livros de H.G. Wells que li. São poucos, acho que são os mais famosos, e todos foram publicados no Brasil, e embora alguns estejam fora do catálogo podem ser encontrados em sebos.

São histórias emocionantes, como devem ser as histórias de fantasia e ficção científica, porém repletas de simbolismo sutil e sempre com um fundo humanista e de preocupação com o futuro da humanidade.

Virei fã de H.G. Wells e estou admirada com a influência que exerceu (e ainda exerce) sobre escritores de ficção científica e fantasia como Arthur C. Clarke, Isaac Asimov, Frank Herbert e Ursula K. Le Guin, para ficar nos mais famosos.

E um dos maiores admiradores de Wells foi ninguém menos que Jorge Luis Borges, e é com um parágrafo do ensaio “O Primeiro Wells” (publicado na coletânea Outras Inquisições, de 1952) que encerro minhas considerações sobre H. G. Wells:
Como Quevedo, como Voltaire, como Goethe, como algum outro mais, Wells é menos um literato do que uma literatura. Escreveu livros eloquentes em que de certo modo resusrge a gigantesca felicidade de Charles Dickens, prodigalizou parábolas sociológicas, ergueu enciclopédias, alargou as possibilidades do romance, reescreveu para o nosso tempo o Livro de Jó, essa grande imitação hebréia do diálogo platônico, redigiu sem soberba e sem humildade uma autobiografia agradabilíssima, combateu o comunismo, o nazismo e o cristianismo, polemizou (cortês e mortalmente) com Belloc, historiou o passado, historiou o futuro, registrou vidas reais e imaginárias. Da vasta e diversa biblioteca que nos deixou, nada me agrada mais do que sua narrativa de alguns milagres cruéis: The Time Machine, The Island of Dr. Moreau, The Plattner Story, The First Men in the Moon. Foram os primeiros livros que li; hão talvez de ser os últimos...



9788579621130_300_site.jpg
A Ilha do Dr. Moreau, The Island of Dr. Moreau – Editora Alfaguara (2012), tradução prefácio e notas de Bráulio Tavares

O narrador, Edward Prendick, escapa de um naufrágio e consegue abrigo na ilha em que vivem Montgomery (seu salvador) e o Dr. Moreau na companhia de “nativos” de aparência bizarra e muitas vezes assustadora. Que tipo experimentos o Dr. Moreau pratica na ilha? Qual a real natureza de seus estranhos habitantes? Ao responder essas questões Wells ao mesmo tempo nos faz questionar coisas mais delicadas como os limites das pesquisas científicas (e os homens “que se deixam enfeitiçar pelo seu poderoso apelo”), a manipulação da vida dos animais, o darwinismo e até o colonialismo europeu.
Certeza que a “Casa da Dor” e a onça que chega no mesmo navio que resgata Prendick ficarão para sempre na minha memória


a maquina do tempo hg wells.jpg
A Máquina do Tempo, The Time Machine – Editora Francisco Alves (1981), tradução de Fausto Cunha com introdução de Jorge Luis Borges

O cientista sem nome (conhecido apenas como “O Viajante do Tempo”) alega ter construído uma máquina que o permite viajar para o futuro e conta para um grupo de conhecidos (entre eles o narrador da história) as aventuras que viveu naquela tarde, quando viajou milhares de anos a frente e testemunhou o futuro sombrio da humanidade e do planeta Terra.
Não sei se do ponto de vista literário essa história pode ser classificada como “Ficção científica distópica” mas foi o que me pareceu, combinada com a crítica à sociedade vitoriana e ao sistema de classes inglês representado pelos Elois e os Morlocks.


homem_invisivel.gif
O Homem Invisível, The Invisible Man – Editora Francisco Alves (1982), tradução de Elisa Martins

História que se inicia enganosamente de maneira cômica, quase infantil, no entanto da metade até o final presenciamos uma tragédia, praticamente um conto de terror, na história de Jack Griffin, cientista ambicioso e amoral que descobre a fórmula capaz de torná-lo invisível. Griffin fica, de fato, oculto em sua invisibilidade, mas suas fragilidades, sua solidão e seus medos estão expostos mais do que nunca.


cover-145510-600.jpg
A Guerra dos Mundos
, The War of the Worlds – Editora Alfaguarra (2007), tradução de Thelma Médici Nóbrega

O verdadeiro clássico da Ficção Científica na história da invasão e ataque de seres extraterrenos à Terra. Tripods monstruosos, raios de calor, marcianos cruéis, vida vegetal alienígena assustadora e invasiva, seres humanos em desespero e um final que pode até ser considerado anticlímax por alguns, mas que em nada diminui o brilhantismo de H.G.Wells. Esta aterrorizante narrativa que pode ser lida como uma analogia ao colonialismo do império britânico, com reflexos de darwinismo (e a sobrevivência do mais forte) ou simplesmente como a história que deu origem a todas as outras que têm como tema central a invasão da Terra por seres de outro planeta.

hgwellsinfl.jpg
:mrgreen:

BIBLIOGRAFIA

Romances
  • The Time Machine (1895) (em português A Máquina do Tempo)
  • The Wonderful Visit (1895)
  • The Island of Doctor Moreau (1896) (em português A Ilha do Doutor Moreau)
  • The Wheels of Chance (1896)
  • The Invisible Man (1897) (em português O Homem Invisível) 2
  • The War of the Worlds (1898) (em português A Guerra dos Mundos)
  • When the Sleeper Wakes (1899)
  • Love and Mr Lewisham (1900)
  • The First Men in the Moon (1901)
  • The Sea Lady (1902)
  • The Food of the Gods and How It Came to Earth (1904) (em português O Alimento dos Deuses)
  • Kipps (1905)
  • A Modern Utopia (1905)
  • In the Days of the Comet (1906) (em português Os Dias do Cometa)
  • The War in the Air (1908)
  • Tono-Bungay (1909)
  • Ann Veronica (1909)
  • The History of Mr Polly (1910)
  • The Sleeper Awakes (1910) – edição revista de When the Sleeper Wakes (1899)
  • The New Machiavelli (1911)
  • Marriage (1912)
  • The Passionate Friends (1913)
  • The Wife of Sir Isaac Harman (1914)
  • The World Set Free (1914)
  • Bealby: A Holiday (1915)
  • Boon (1915)
  • The Research Magnificent (1915)
  • Mr Britling Sees It Through (1916)
  • The Soul of a Bishop (1917)
  • Joan and Peter: The Story of an Education (1918)
  • The Undying Fire (1919)
  • The Secret Places of the Heart (1922)
  • Men Like Gods (1923)
  • The Dream (1924)
  • Christina Alberta's Father (1925)
  • The World of William Clissold (1926)
  • Meanwhile (1927)
  • Mr Blettsworthy on Rampole Island (1928)
  • The Autocracy of Mr Parham (1930)
  • The Bulpington of Blup (1932)
  • The Shape of Things to Come (1933)
  • The Croquet Player (1936)
  • Brynhild (1937)
  • Star Begotten (1937)
  • The Camford Visitation (1937)
  • Apropos of Dolores (1938)
  • The Brothers (1938)
  • The Holy Terror (1939)
  • Babes in the Darkling Wood (1940)
  • All Aboard for Ararat (1940)
  • You Can't Be Too Careful (1941)
Não ficção
  • Text-Book of Biology (1893)
  • Honours Physiography (1893) – with R. A. Gregory
  • Certain Personal Matters (1897)
  • Anticipations of the Reactions of Mechanical and Scientific Progress upon Human Life and Thought (1901)*
  • Mankind in the Making (1903)
  • The Future in America: A Search After Realities (1906)
  • This Misery of Boots (1907)
  • Will Socialism Destroy the Home? (1907)
  • New Worlds for Old]] (1908)
  • First and Last Things (1908)
  • Floor Games (1911)
  • The Great State (1912)
  • Great Thoughts From H. G. Wells (1912)
  • Thoughts From H. G. Wells (1912)
  • Little Wars (1913)
  • The War That Will End War (1914)
  • An Englishman Looks at the World (1914);
  • The War and Socialism (1915)
  • The Peace of the World (1915)
  • What is Coming? (1916)
  • The Elements of Reconstruction (1916) – publicado sob o pseudónimo de "D. P."
  • God the Invisible King (1917)
  • War and the Future (também publicado como: Italy, France and Britain at War) (1917)
  • Introduction to Nocturne (1917)
  • In the Fourth Year (1918)
  • The Idea of a League of Nations (1919) – com Viscount Edward Grey, Lionel Curtis, William Archer, H. Wickham Steed, Alfred Eckhard Zimmern, John Alfred Spender, Viscount Bryce e Gilbert Murray
  • The Way to the League of Nations (1919) – com Viscount Edward Grey, Lionel Curtis, William Archer, H. Wickham Steed, Alfred Eckhard Zimmern, John Alfred Spender, Viscount Bryce e Gilbert Murray
  • The Outline of History (1920)
  • Russia in the Shadows (1920)
  • Frank Swinnerton (1920) – com Arnold Bennett e Grant Overton
  • The Salvaging of Civilization (1921)
  • A Short History of the World (1922)
  • Washington and the Hope of Peace (também publicado como: "Washington and the Riddle of Peace") (1922)
  • Socialism and the Scientific Motive (1923)
  • The Story of a Great Schoolmaster: Being a Plain Account of the Life and Ideas of Sanderson of Oundle (1924) – biografia de Frederick William Sanderson
  • A Year of Prophesying (1925)
  • A Short History of Mankind (1925)
  • Mr. Belloc Objects to The Outline of History (1926)
  • Wells' Social Anticipations (1927)
  • The Way the World is Going (1928)
  • The Book of Catherine Wells (1928)
  • The Open Conspiracy (também publicado como: What Are We To Do With Our Lives?) (1928)
  • The Science of Life (1930) – com Julian Huxley e George Philip Wells
  • Divorce as I See It (1930)
  • Points of View (1930)
  • The Work, Wealth and Happiness of Mankind (1931)
  • The New Russia (1931)
  • Selections From the Early Prose Works of H. G. Wells (1931)
  • After Democracy (1932)
  • An Experiment in Autobiography (1934)
  • The New America: The New World (1935)
  • The Anatomy of Frustration (1936)
  • World Brain (1938)
  • The Fate of Homo Sapiens (também publicado como: The Fate Of Man) (1939)
  • The New World Order (1939)
  • Travels of a Republican Radical in Search of Hot Water]] (1939)
  • The Common Sense of War and Peace (1940)
  • The Rights of Man (1940)
  • The Pocket History of the World (1941)
  • Guide to the New World (1941)
  • The Outlook for Homo Sapiens (1942)
  • The Conquest of Time (1942)
  • Modern Russian and English Revolutionaries (1942) – with Lev Uspensky
  • Phoenix: A Summary of the Inescapable Conditions of World Reorganization (1942)
  • Crux Ansata: An Indictment of the Roman Catholic Church (1943)
  • '42 to '44: A Contemporary Memoir (1944)
  • Reshaping Man's Heritage (1944) – com John Burdon Sanderson Haldane, Julian Huxley
  • The Happy Turning (1945)
  • Mind at the End of its Tether (1945)
  • Marxism vs Liberalism (1945) – com J. V. Stalin
  • H.G. Wells: Early Writings in Science and Science Fiction (1975)
Contos
  • "A Family Elopement" (1884)
  • "A Tale of the Twentieth Century" (1887)
  • "A Talk with Gryllotalpa" (1887)– publicado sob o pseudónimo de Septimus Browne
  • "A Vision of the Past" (1887)
  • "The Chronic Argonauts" (1888)
  • "The Devotee of Art" (1888)
  • "The Flying Man" (também publicado como: "The Advent of the Flying Man") (1893)
  • "Æpyornis Island" (1894)
  • "A Deal in Ostriches" (1894)
  • "The Diamond Maker" (1894)
  • "The Flowering of the Strange Orchid" (também publicado como: "The Strange Orchid") (1894)
  • "The Hammerpond Park Burglary" (1894)
  • "The Lord of the Dynamos" (1894)
  • "How Gabriel Became Thompson" (1894)
  • "In the Avu Observatory" (1894)
  • "In the Modern Vein: An Unsympathetic Love Story" (também publicado como: "A Bardlet's Romance") (1894)
  • "The Jilting of Jane" (1894)
  • "The Man With a Nose" (1894)
  • "A Misunderstood Artist" (1894)
  • "Mr. Ledbetter's Vacation" (1894) (também publicado como: "Mr. Leadbetter's Vacation")
  • "The Stolen Bacillus" (1894)
  • "The Thing in No. 7" (1894)
  • "Through a Window" (também publicado como: "At a Window") (1894)
  • "The Thumbmark" (1894)
  • "The Treasure in the Forest" (1894)
  • "The Triumphs of a Taxidermist" (1894)
  • "The Argonauts of the Air" (1895)
  • "A Catastrophe" (1895)
  • "The Cone" (1895)
  • "How Pingwill Was Routed" (1895)
  • "Le Mari Terrible" (1895)
  • "The Moth" (também publicado como: "A Moth – Genus Novo") (1895)
  • "Our Little Neighbour" (1895)
  • "Pollock and the Porroh Man" (1895)
  • "The Reconciliation" (também publicado como: "The Bulla") (1895)
  • "The Remarkable Case of Davidson's Eyes" (também publicado como: "The Story of Davidson's Eyes") (1895)
  • "The Sad Story of a Dramatic Critic" (também publicado como: "The Obliterated Man") (1895)
  • "The Temptation of Harringay" (1895)
  • "Wayde's Essence" (1895)
  • "The Apple" (1896)
  • "In the Abyss" (1896)
  • "The Plattner Story" (1896)3
  • "The Purple Pileus" (1896)
  • "The Rajah's Treasure" (1896)
  • "The Red Room" (1896) (também publicado como: "The Ghost of Fear")
  • "The Sea Raiders" (1896)
  • "A Slip Under the Microscope" (1896)
  • "The Story of the Late Mr. Elvesham" (1896)
  • "Under the Knife" (também publicado como: "Slip Under the Knife") (1896)
  • "The Crystal Egg" (1897)
  • "The Lost Inheritance" (1897)
  • "Mr Marshall's Doppelganger" (1897)
  • "A Perfect Gentleman on Wheels" (1897)
  • "The Presence by the Fire" (1897)
  • "The Star" (1897)
  • "A Story of the Days To Come" (1897)
  • "A Story of the Stone Age" (também publicado como: "Stories of the Stone Age") (1897)
  • "Jimmy Goggles the God" (1898)
  • "The Man Who Could Work Miracles" (1898)
  • "Miss Winchelsea's Heart" (1898)
  • "The Stolen Body" (1898)
  • "Walcote" (1898)
  • "Mr. Brisher's Treasure" (1899)
  • "A Vision of Judgment" (1899)
  • "A Dream of Armageddon" (1901)
  • "Filmer" (1901)
  • "Mr. Skelmersdale in Fairyland" (1901)
  • "The New Accelerator" (1901)
  • "The Inexperienced Ghost" (também publicado como: "The Story of the Inexperienced Ghost") (1902)
  • "The Loyalty of Esau Common" (1902)
  • "The Land Ironclads" (1903)
  • "The Magic Shop" (1903)
  • "The Truth About Pyecraft" (1903)
  • "The Valley of the Spiders" (1903)
  • "The Country of the Blind" (1904)
  • "The Empire of the Ants" (1905)
  • "The Door in the Wall" (1906)
  • "The Beautiful Suit" (também publicado como: "A Moonlight Fable") (1909)
  • "Little Mother Up the Morderberg" (1910)
  • "My First Aeroplane" (1910)
  • "The Story of the Last Trump" (1915)
  • "The Wild Asses of the Devil" (1915)
  • "Peter Learns Arithmetic" (1918)
  • "The Grisly Folk" (1921)
  • "The Pearl of Love" (1924)
  • "The Queer Story of Brownlow's Newspaper" (1932)
  • "Answer to Prayer" (1937)
  • "The Country of the Blind (revised)" (1939)
Antologia
  • Select Conversations with an Uncle (Now Extinct) and Two Other Reminscences (1895)
  • The Stolen Bacillus and Other Incidents (1895)4
  • The Red Room (1896)
  • Thirty Strange Stories (1897)5
  • The Plattner Story and Others (1897)6
  • Tales of Space and Time (1899)7
  • A Cure For Love (1899)
  • Twelve Stories and a Dream (1903)*8
  • The Country of the Blind and Other Stories (1911)
  • The Door in the Wall and Other Stories (1911)
  • The Star (1913)
  • Boon, The Mind of the Race, The Wild Asses of the Devil, and The Last Trump (1915) – primera edição publicada sob o pseudónimo de Reginald Bliss
  • Tales of the Unexpected (1922)
  • Tales of Wonder (1923)
  • Tales of Life and Adventure (1923)
  • The Empire of the Ants and Other Stories (1925)
  • The Short Stories of H. G. Wells (1927)
  • Selected Short Stories (1927)
  • The Adventures of Tommy (1929)
  • The Valley of Spiders (1930)
  • The Stolen Body and Other Tales of the Unexpected (1931)
  • The Famous Short Stories of H. G. Wells (também publicado como: The Favorite Short Stories of H. G. Wells) (1937)
  • Short Stories by H. G. Wells (1940)
  • The Inexperienced Ghost (1943)
  • The Land Ironclads (1943)
  • The New Accelerator (1943)
  • The Truth About Pyecraft and Other Short Stories (1943)
  • Twenty-Eight Science Fiction Stories (1952)
  • Seven Stories (1953)
  • Three Prophetic Science Fiction Novels of H. G. Wells (1960)
  • The Cone (1965)
  • Best Science Fiction Stories of H. G. Wells (1966)
  • The Complete Short Stories of H. G. Wells (1966)
  • H.G. Wells: Early Writings in Science and Science Fiction (1975)
  • The Man with the Nose and Other Uncollected Stories of H. G. Wells (1984)
  • The Red Room and Other Stories (1998)
  • Selected Stories of H. G. Wells (2004)
Roteiros de filmes
  • The King Who Was a King: The Book of a Film (1929 - cenártio para um filme que não foo produzido)
  • Things to Come (1935 - adaptação de The Shape of Things to Come e The Work, Wealth and Happiness of Mankind)
  • The Man Who Could Work Miracles (1936)
  • The New Faust (publicado em Nash's Pall Magazine, dezembro de 1936 - adaptação de "The Story of the Late Mr Elvesham")
Artigos
  • "Zoological Retrogression" (1891)
  • "The Rediscovery of the Unique" (1891)
  • "Ancient Experiments in Co-Operation" (1892)
  • "On Extinction" (1893)
  • "The Man of the Year Million" (1893)
  • "The Sun God and the Holy Stars" (1894)
  • "Province of Pain" (1894)
  • "Life in the Abyss" (1894)
  • "Another Basis for Life" (1894)
  • "The Rate of Change in Species" (1894)
  • "The Biological Problem of To-day" (1894)
  • "The 'Cyclic' Delusion" (1894)
  • "Flat Earth Again" (1894)
  • "Bio-Optimism" (1895)
  • "Bye-Products in Evolution" (1895)
  • "Death" (1895)
  • "The Duration of Life" (1895)
  • "The Visibility of Change in the Moon" (1895)
  • "The Limits of Individual Plasticity" (1895)
  • "Human Evolution, an Artificial Process" (1896)
  • "Intelligence on Mars" (1896)
  • "Concerning Skeletons" (1896)
  • "The Possible Individuality of Atoms" (1896)
  • "Morals and Civilisation" (1897)
  • "On Comparative Theology" (1898)
  • "The Discovery of the Future" (1902)
  • "The Grisly Folk" (1921)
  • "Mr. Wells and Mr. Vowles" (1926)9
  • "The Red Dust a Fact!" (1927)
  • "Democracy Under Revision" (1927)
  • "Wells Speaks Some Plain Words to us," New York Times, 16 de outubro de 1927
  • "Common Sense of World Peace" (1929)
  • "Foretelling the Future" (1938)
Livros sobre H. G. Wells

  • In Memoriam H.G. Wells, 1866-1946 (1946), autor:Forrest J Ackerman
  • H. G. Wells (1951), autor: Vincent Brome
  • Henry James and H G Wells (1958), autor: L Edel and Gordon N Ray
  • Arnold Bennett and H G Wells: A Record of a Personal And Literary Friendship (1960), autor: Harris Wilson
  • George Gissing and H G Wells (1961), autor: Royal A Gettman
  • H. G. Wells: Critic of Progress (1973) , autor: Jack Williamson
  • The H. G. Wells Scrapbook (1978) , autor: Peter Haining
  • Shadows of the Future: H. G. Wells, Science Fiction, and Prophecy (1995), autor: Patrick Parrinder
  • H G Wells's Perennial Time Machine (2001) , autor: George E Slusser
  • H.G. Wells: Traversing Time (2004) , autor: W Warren Wagar


 
Última edição:
Nossa! Realmente me interessei por todos esses resumos! Com certeza vou ler, e parabéns pelo texto, muito bem feito... Particularmente, fiquei mais interessado em A Máquina do Tempo, parece ser muito interessante, meio ' crítica social' hehe
Parabéns, de novo!
 
Demorou um pouco pra surgir o tópico, mas valeu muito a pena. A Clara está de parabéns. :clap:
 
Quando eu tinhas uns quinze anos, mais ou menos, lembro-me de ter a famosa coleção História Universal de H. G. Wells, que, salvo engano, era em nove volumes. Infelizmente, não tenho mais.
 
Quando eu tinhas uns quinze anos, mais ou menos, lembro-me de ter a famosa coleção História Universal de H. G. Wells, que, salvo engano, era em nove volumes. Infelizmente, não tenho mais.

Essa coleção parece ser ótima, Spartaco. :yep:

Dei uma olhada por aí e vi que ela está disponível em vários sebos, e por um preço bem camarada.
Quase fiz uma loucura e comprei todos os volumes.
Digo "loucura" porque os livros parecem ser grandes e eu não tenho mais espaço em casa. =/

coleco-historia-universal-d.jpg
 
Última edição:
Maravilha de tópico, @Clara V. ! :clap:
Eu tinha assistido à Ilha do Dr. Moreau e não sabia que era baseado na novel de Wells.

Se me permitir, irei copiar descaradamente esse apêndice de considerações finais e resumos dos livros que já li, no próximo tópico de autor.
 
Última edição:
Olha! Eu nasci no mesmo dia em que ele. Livros dele ainda não li nenhum, mas assisti as adaptações pro cinema. As duas versões de Guerra dos Mundos (a da década de 50 e a com o Tom Cruise), A Ilha do Dr. Moreau (com o Marlon Brando) e A Máquina do Tempo (com o Guy Pierce). Lendo aqui descobri que o bisneto dele (Simon Wells) dirigiu esse último.

Mas morro de vontade de ler algo dele. E os que você leu me deram ainda mais curiosidade de ler.
 
Olha! Eu nasci no mesmo dia em que ele. Livros dele ainda não li nenhum, mas assisti as adaptações pro cinema. As duas versões de Guerra dos Mundos (a da década de 50 e a com o Tom Cruise), A Ilha do Dr. Moreau (com o Marlon Brando) e A Máquina do Tempo (com o Guy Pierce). Lendo aqui descobri que o bisneto dele (Simon Wells) dirigiu esse último.

Mas morro de vontade de ler algo dele. E os que você leu me deram ainda mais curiosidade de ler.

Eu também, mas acho uma pena só achar coisas do Wells em português em sebos, e mesmo assim ainda é bem difícil... Porque ler sci-fi em inglês é osso, viu.
 
Clara, ficou ótimo o tópico! Sempre muito bom ver alguém falando de algo que gosta =)
 
Gosto de todos os romances de ficção científica dele. Só por volta dos 35 anos consegui ler os clássicos mais vendidos e famosos dele porque mesmo nas grandes bibliotecas que sou associado é difícil encontrar todos os títulos em português (como a Seiko descreveu muito bem acima) além que por filosofia de vida sou anti-materialista com livros (não compro) só restou esperar, mas valeu a pena!

Honestamente acho muito mais emocionante lendo do que vendo as adaptações pro cinema, pois sempre tive a sensação que boa parte delas ficaram a desejar não retratando fielmente o que ele escreveu, sem falar daquela "homenagem" que Holywood tentou fazer pra ele no filme "Um século em 43 minutos" colocando ele ao lado de Jack o Estripador.
 
Olha que bacana, a Alfaguara lança mais um título de H.G.Wells no Brasil: "O País dos Cegos e Outras Histórias", com tradução de Bráulio Tavares.

42197152.jpg

'O país dos cegos e outras histórias' reúne 18 de suas histórias, onde o fantástico, o terror e até a fábula se alternam em narrativas envolventes. Escritas principalmente entre o final do século XIX e o início do XX, mostram um pouco dessa faceta do autor menos conhecida no Brasil. Nas páginas de H. G. Wells, tudo acontece - povos esquecidos, ameaças interplanetárias, criaturas selvagens e drogas extraordinárias. O autor sintetiza sua maestria em 'O país dos cegos', conto que abre e dá nome a este volume, ao criar um mundo à parte, de habitantes que há gerações perderam o dom da visão e levam a vida de forma pacífica até a chegada inesperada de um estrangeiro.

Está em pré-venda na Livraria Cultura.
Só o preço que não está bacana, R$ 44,90.
O jeito é esperar a chegada de alguma oferta amiga. :osigh:
 
150 anos do nascimento de H. G. Wells
21 setembro 2016, 2:31 pm

Por Braulio Tavares

Para comemorarmos os 150 anos do nascimento de H. G. Wells, escolhemos um texto de Braulio Tavares, especialista em ficção científica e tradutor da obra do autor para o português.

* * *
A guerra dos mundos (1898) é provavelmente a primeira história de invasão da Terra. Até então, existiam histórias em que ela era visitada por seres de outros planetas que vinham meramente no papel de observadores filosóficos. Foi Wells quem teve a ideia de dar a esses habitantes alienígenas uma civilização e uma tecnologia comparáveis às nossas e, em alguns aspectos, superiores; e de colocá-los contra nós na disputa pelo espaço vital de que precisavam, quando viram esgotados os recursos do seu próprio planeta.

Este livro surgiu durante o primeiro e mais literariamente brilhante período da carreira de H. G. Wells (1866-1946), quando ele produziu uma impressionante série de romances misturando informação científica, especulação filosófica e conhecimento jornalístico, além de um domínio seguro da narrativa de ação e aventura. Em pouco mais de uma década ele publicou A máquina do tempo (1895),A ilha do dr. Moreau (1896), O homem invisível (1897), A guerra dos mundos (1898), entre outros, além de dezenas de contos extraordinários.

Toda essa produção, pela sua qualidade e originalidade, chega a parecer a explosão de uma supernova num céu noturno, considerando-se ser um escritor tão jovem (publicou A máquina do tempo aos 29 anos) e que também escrevia fartamente em outros gêneros. Seus romances mainstream não tiveram uma sobrevida editorial tão longa quanto a sua ficção científica, mas tiveram êxito na época, e são bem aceitos por muitos críticos até hoje.

Wells é um desses escritores de talento que têm a sorte de enriquecer muito cedo com seus escritos e usar esse sucesso para tentar mudar o mundo. Viajou muito, discutiu com luminares e estadistas de toda parte. Publicou dezenas de ensaios de história, sociologia especulativa, futurologia. Na história da ficção científica talvez somente Arthur C. Clarke tenha exercido um ativismo em escala internacional como o seu (Isaac Asimov ou Ray Bradbury também poderiam tê-lo feito, se viajassem de avião). Quanto às suas previsões futuristas, são mais ambiciosas do que as de Jules Verne, até porque foram publicadas sob forma de ensaios para uma futurologia.

Em suas obras filosóficas e de especulação histórica, Wells tentou imaginar para o futuro uma civilização mais humanista do que a nossa, no sentido de ver cada ser humano não apenas como um animal provido de força de trabalho ou um número numa estatística. Um modo de viver onde se reconheça que o trabalho e o consumo são termos de uma equação mais complexa, e não a fórmula essencial da vida.

Mas Wells não é um cientista que escreve, é um jornalista científico. Um jornalista da pena rápida e verbo fluente, mas com base na ciência. Não falo de conhecimentos científicos profundos; para um escritor como ele bastava ter um correto entendimento do que é o método científico, do grau de honestidade factual e da boa informação técnica necessários para construir as hipóteses especulativas que a ficção científica requer.

Os marcianos de Wells são o primeiro retrato do alienígena como encarnação do Outro, do Estranho, de tudo que representa o nosso medo diante do desconhecido, e principalmente de um desconhecido que nos provoca repulsa. Neste sentido, A guerra dos mundos trouxe aos leitores da época uma vigorosa e verossímil descrição literária de um Monstro Legião, um monstro que, ao contrário do monstro de Frankenstein, não é uma criatura isolada fabricada no sótão de um cientista imprudente. É uma espécie inteira, rival da nossa, disputando conosco um território que até então tínhamos imaginado ser exclusivamente nosso.

* * * * *
Braulio Tavares é escritor, jornalista e tradutor. Publicou cerca de 15 livros, a maioria pelas Editora 34 e Casa da Palavra, além de livros independentes, em vários gêneros, tais como ensaio, poesia, conto, romance, etc.

Fonte: http://www.blogdacompanhia.com.br/2016/09/150-anos-do-nascimento-de-h-g-wells/
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo