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MEC manda 110 bolsistas voltarem do exterior sem estágio

Hum, você se referia à classe-média-que-se-acha-bourgeoisie(caboclos querendo ser ingleses)-jet-lag-te-amo-Olavo-libertarismo-pleno(nada pessoal, @Grimnir )-porque-esse-povo-não-quer-trabalhar-e-melhor-lançar-UPP(Unidade de Porrada em Preto)-pra-ver-se-eles-se-mexem-e-sou-herdeiro-dos-Bandeirantes-e-sofro-com-a-Ditadura-Petista-porque-o-Constantino-me-disse? (Ei, isso é bem classe média à la Chauí!) Infelizmente isso existe. Mas também existe a classe baixa que absorve esse papo - a diferença é que o primeiro caso é o que sabe como exercer sua influência, detendo os meios. Nisso eu concordo, Morfs, mas cara, seja mais claro da próxima.
 
Cara, essas são maçãs podres. Alguém aqui vai botar a mão no fogo por todos que recebem o bolsa família? Alguém realmente vai dizer que todos são super trabalhadores e querem parar de depender do bolsa família o mais rápido possível? Eu não ponho. Então devem existir maçãs podres também nesse caso. Então, pela sua lógica, não tem problema de falar bolsa esmola.
 
Última edição:
eu entendo o raciocínio do grimnir nessa. eu já vi notícia aqui e acolá de gente que abusava do bolsa família sendo que não precisava da assistência, e eu até poderia fazer um discurso contra bolsa família usando termos pejorativos como muita gente usa aí tipo "bolsa esmola" e questionar toda a necessidade da existência do projeto através disso, o que obviamente não faço porque na balança (para mim) pesa muito mais o bom uso que quem precisa faz do benefício. a mesma coisa sobre desqualificar como "bolsa família da classe média" o ciências sem fronteira por causa desses 110.

aliás, eu não julgaria assim tão rapidamente os 110 que voltaram para casa, nessa ideia de que são só uns guris de classe média buscando uma chance de viajar para o estrangeiro às custas de dinheiro público. primeiro porque 110 pessoas num universo de 101 mil bolsas que o governo visa oferecer com o projeto, é um número mínimo. é o "caçar com pinça", como é caçar com pinça os casos dos pilantras que abusam do bolsa família.

outra que nunca é demais lembrar que nem todo mundo teve oportunidade de fazer cursinho de inglês a vida toda, e, mais importante, nem todo mundo tem facilidade com línguas estrangeiras - pura e simplesmente assim. eu já tive mais de um caso de aluno que estava estudando (e se dedicando) há um ano e que não saía da formulação básica de frases (ou seja: JAMAIS conseguiria um 59 no toefl em menos de um ano, porque mal e mal mantinha a média numa prova de nível básico de curso de inglês que, convenhamos, são facílimas se comparadas com exames como o toefl ou os testes de cambridge).

e considerando o depoimento da menina no final da reportagem, me parece que esses brasileiros não ficaram lá só coçando o saco, não. enfim, não dá para julgar um projeto inteiro por conta de equívocos pontuais - e, na minha opinião, o equívoco maior aqui foi do mec, não dos estudantes. sabe, ofertar portugal e depois remanejar para australia e canadá como se fosse a mesma coisa mostra como o governo ainda está engatinhando na compreensão do mundo acadêmico. algumas pessoas escolhem determinadas universidades não porque OBA, VOU PRA ZOROPA! mas porque aquela universidade é referência mundial na área de estudo dela. porque só naquele lugar ele poderia encontrar um tipo x de peixe que ele estuda, ou ter contato com o professor y que é tipo o deus todo poderoso da área de concentração dela. aí joga para outra universidade, como se a coisa toda fosse só uma questão de aprender uma segunda língua, um intercâmbio para aprender inglês, e não para desenvolver estudos acadêmicos. sei lá, me parece um baita fail. e se a segunda língua é assim tão importante, considerando que são pessoas que não tinham uma segunda língua mas já estavam quase chegando na idade adulta (a idade faz diferença, infelizmente), a última coisa que eu faria era remanejá-los para países de língua inglesa. mandaria para espanha, itália e outros de línguas latinas, porque pelo menos o processo de aquisição seria mais simples. mas pela descrição do projeto no site do governo, não é a segunda língua que realmente importa:

Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

então, de novo: se alguém fez merda aí, foi o mec. pode ter caso pontual de filhinho de papai que quis só aproveitar e tirar um sabático no exterior? não duvido, tem babaca para tudo. inclusive babaca que usufrui do bolsa família sem precisar. o que não dá é para jogar os dois projetos na fogueira como se uma minoria o tornasse um desperdício de dinheiro. não acho (de maneira alguma) que o incentivo aos estudos científicos no brasil seja um desperdício, que é o que esse tipo de julgamento (bolsa esmola x bolsa família da classe média) acaba deixando implícito.
 
tava lendo aqui um outro texto sobre o assunto e, putaqueopariu, mec. atenção para trechos grifados

Todos esses alunos fazem parte de um grupo que optou inicialmente por realizar o intercâmbio acadêmico em Portugal, entretanto o edital foi cancelado no ano passado, quando o governo avaliou que o país já estava recebendo um número significativo de estudantes e que os selecionados não utilizariam um segundo idioma para se comunicar.

Sendo assim, os estudantes tiveram que escolher outro país como destino, mas desta vez, de língua inglesa, mesmo sem o domínio do idioma.

Os alunos convocados a retornar estavam desde setembro de 2013 no Canadá (80) e na Austrália (30), atendendo a aulas de inglês, também financiadas pelo governo, de forma a reunir as condições necessárias para realizar uma das provas de proficiência exigidas pelas universidades no exterior: Toefl ou Ielts.

(...)

No início de 2013 o governo anunciou uma alternativa para facilitar a aprovação de bolsistas nas provas de proficiência da língua. A pontuação exigida para a prova Toefl, em quatro modalidades, é de 72 pontos. Já no Ielts é de 5,5. A mudança prevê que o candidato tire 42 pontos na Toefl e 4,5 no Ielts para ser aprovado.

Obtendo esta pontuação os alunos têm a oportunidade de realizar um curso de inglês de três a seis meses. Ao final do curso, deve-se realizar a prova novamente. Caso não consiga a pontuação original, terão que retornar ao Brasil. Pelo que tudo indica, a convocação do retorno de mais estudantes não está excluída, uma vez que essas provas ainda estão sendo realizadas.

Este novo método pode, ao invés de ajudar, prejudicar o desempenho dos alunos, já que o nível adequado de proficiência é fundamental para que o aluno esteja apto a acompanhar as aulas na segunda língua.

O episódio mostra que ainda há muito o que melhorar no programa brasileiro e, sobretudo, serve de alerta aos estudantes que pretendem aplicar para o mesmo no futuro, pois, apesar da boa iniciativa, parece que o Ciência Sem Fronteiras ainda tem muito a aprimorar!

tá. vamos por partes. primeiro, aquilo que eu já tinha dito: remanejar os alunos necessariamente em país de língua inglesa, quando alguns sequer apresentavam domínio do idioma. segundo, reparem: setembro de 2013. segundo a notícia publicada no primeiro post, alguns alunos tiveram que fazer essa prova em janeiro. isso dá menos de um semestre de curso.

"ai, anica, mas ali tá dizendo que se o sujeito tirou 42 no toefl ele terá de três a seis meses de curso, então não precisa ser mais de um semestre". gente, aí vem o outro absurdo: é praticamente impossível um sujeito sem conhecimento prévio da língua estrangeira subir de 42 num toefl para 72 em três meses, nem que a única coisa que faça seja estudar. prazo é irreal, e no final das contas era tapar o sol com a peneira, porque todo o ponto de ter 72 pontos num toefl é o de comprovar que o carinha está apto a acompanhar aulas e fazer provas e trabalhos naquela língua.

aí a lambança toda fica assim: oferece a oportunidade, e depois tira impondo exigências que não existiam no edital anterior (é tipo mudar as regras no meio do jogo). e mesmo os que continuam, não dá para garantir que conseguirão acompanhar as aulas. cagada do mec MESMO. de novo, já que não mandaram para portugal porque "não teria que usar segunda língua", que no mínimo tivessem a noção de colocar em países de língua latina. porque pelo menos as chances de conseguir compreender o que o professor está dizendo (e aí acompanhar a aula) com apenas 3 meses de "curso" são mais próximas da realidade.
 
Novamente, onde eu disse que o CsF não é importante? Vejam lá no post eu dizer que ambas são importantes. Bem, pro país é tão importante quanto, mas individualmente o Bolsa Família é muito mais. Que agressão?
Eu sei que você não disse. Minha questão é: se você reconhece a importância, pra que agredir? Porque chamar o incentivo financeiro do CsF de bolsa família da classe média tem a intenção clara de agressão.
 
aí a lambança toda fica assim: oferece a oportunidade, e depois tira impondo exigências que não existiam no edital anterior (é tipo mudar as regras no meio do jogo). e mesmo os que continuam, não dá para garantir que conseguirão acompanhar as aulas. cagada do mec MESMO.

Soh um adendo: nao foi 'tipo mudar as regras no meio do jogo' foi, literalmente, eliminar as regras no meio do jogo. Eu tenho uma amiga que estah agora nos EUA e que foi nesse edital. Foi uma confusao infernal e olha que, normalmente, o processo do CsF jah eh confuso. Quando o acordo com as universidades portuguesas foi quebrado, os estudantes que se aplicaram para o intercambio lah ficaram completamente desamparados. Nao recebiam informacao nenhuma, nao tinha prazo pra nada, nao sabiam pra onde seriam alocados... Essa minha amiga iria pra Portugal, acho que depois disseram que ela iria pra Australia ou Reino Unido e ela acabou nos EUA. Um descaso e um desrespeito absurdos com os estudantes.

de novo, já que não mandaram para portugal porque "não teria que usar segunda língua", que no mínimo tivessem a noção de colocar em países de língua latina. porque pelo menos as chances de conseguir compreender o que o professor está dizendo (e aí acompanhar a aula) com apenas 3 meses de "curso" são mais próximas da realidade.

Sobre a preferencia de paises de lingua inglesa, acredito que fizeram isso por se tratar de uma lingua que, provavelmente, a maioria dos estudantes jah tiveram algum contato. Aprender uma lingua do zero, mesmo sendo latina, eu acredito que seria ainda mais complicado. Mas isso eh soh um achismo mesmo da minha parte, de forma alguma eh uma justificativa pra essa cagada (que eh soh a maior delas e nem de longe a unica) do governo brasileiro a respeito desse programa.

Outros problemas que eu tive, mesmo tendo um edital durante todo o processo (que foi retificado umas 3 ou 4 vezes, diga-se de passagem) foram: desrespeito de prazos (em todas as etapas do processo rolou algum adiamento), desencontro de informacoes (bolsistas entravam em contato com CNPq/CAPES e recebiam diferentes orientacoes de diferentes atendentes sobre um mesmo questionamento) e, em certos casos, ausencia de informacoes (eles nao me informaram, por exemplo, que eu precisaria do passaporte numa etapa em marco, sendo que minha viagem era soh em setembro. Como eu fiquei sabendo? Pasmem, um grupo no facebook. Grupo, alias, que me salvou outras vezes. A troca de informacoes entre os, na epoca, aspirantes a intercambistas foi o que salvou varios de nos, em diversas situacoes.), entre outras coisas.

Mas quem recebe dinheiro do governo (que alguns usam pra fazer turismo) não deveria falar mal de outros que também recebem (pra alimentar os filhos). Sei que há algo de humano em todo mundo e empatia não faz mal a ninguém, então deveria ser moralmente proibido ganhar pra estudar e viajar e reclamar que o governo gasta pra alimentar quem não pode.

E, Morfs, eu entendi o que voce quis dizer, soh queria fazer uma observacao: existe uma diferenca entre 'falar mal' das pessoas que recebem o beneficio (que pra mim eh injustificavel, como voce disse) e 'falar mal', ou usando um termo melhor, criticar o programa em si. Mesmo sendo bolsista, eu acho que tenho todo direito de criticar o CsF. Na verdade, vou alem: eu, como bolsista e ciente das diversas dificuldades que o programa enfrenta, tenho o dever de apontar as falhas para que elas possam ser consertadas e permitam que o programa continue existindo sem que esses problemas continuem ocorrendo repetidamente.

O que eu fico triste em ver eh que, com tanta coisa pra ser melhorada num programa tao importante como esse, as pessoas soh o usem pra fazer politicagem. Ou sao partidos de situacao dizendo como ele eh incrivel, inovador, essencial e blablabla, ou de oposicao, dizendo como eh cheio de falhas, tem gastos altissimos, injustificaveis, blablabla. E, como sempre, discutir os problemas e como conserta-los fica pra segundo plano.
 
Sobre a preferencia de paises de lingua inglesa, acredito que fizeram isso por se tratar de uma lingua que, provavelmente, a maioria dos estudantes jah tiveram algum contato. Aprender uma lingua do zero, mesmo sendo latina, eu acredito que seria ainda mais complicado. Mas isso eh soh um achismo mesmo da minha parte, de forma alguma eh uma justificativa pra essa cagada (que eh soh a maior delas e nem de longe a unica) do governo brasileiro a respeito desse programa.

as matérias falam que os acadêmicos não tinham conhecimento do idioma. nesse contexto (partir do zero, seja lá qual for a língua) a vantagem da opção por língua latina é a questão da compreensão (de novo, reforçando: mais do que score em teste de língua estrangeira, a ideia é saber se estão aptos a acompanhar aulas). exemplo para ficar claro o que eu quero dizer: eu não sei lhufas de espanhol, mas já consegui acompanhar uma aula de literatura espanhola. mas se me jogassem numa aula de literatura alemã, eu não entenderia nada. a raiz latina faz diferença, sim, porque as semelhanças com a língua materna auxiliam aquele que desconhece a língua estrangeira.

mas na real, a verdade é que qualquer coisa seria um mero remendo para uma cagada bem grande do mec. porque esse pessoal não está indo lá só para assistir aula. vai ter que fazer prova, entregar trabalho. e aí, como fica? se cursar uma disciplina que o professor ache que é essencial participar dando opinião? etc. então o correto seria o mec permitir que os que entraram através desse edital cursassem em portugal, e só então encerrar as inscrições para portugal, de modo que não houvesse mais a opção, mas também não houvesse mais gente inscrita, evitando todo o problema. ou ainda: se eles davam tanta importância para a segunda língua, já deveriam desde o início não ter oferecido vaga para portugal.
 
Essa minha amiga iria pra Portugal, acho que depois disseram que ela iria pra Australia ou Reino Unido e ela acabou nos EUA. Um descaso e um desrespeito absurdos com os estudantes.

Sobre a preferencia de paises de lingua inglesa, acredito que fizeram isso por se tratar de uma lingua que, provavelmente, a maioria dos estudantes jah tiveram algum contato. Aprender uma lingua do zero, mesmo sendo latina, eu acredito que seria ainda mais complicado.
Como é a inscrição? Você escolhe um país e 2ª, 3ª, 4ª opção? Pergunto pra saber se houve algum critério na realocação da sua amiga, como opção própria ou universidade mais similar à primeira escolha. Ou se sortearam no papelzinho.
 
as matérias falam que os acadêmicos não tinham conhecimento do idioma. nesse contexto (partir do zero, seja lá qual for a língua) a vantagem da opção por língua latina é a questão da compreensão (de novo, reforçando: mais do que score em teste de língua estrangeira, a ideia é saber se estão aptos a acompanhar aulas). exemplo para ficar claro o que eu quero dizer: eu não sei lhufas de espanhol, mas já consegui acompanhar uma aula de literatura espanhola. mas se me jogassem numa aula de literatura alemã, eu não entenderia nada. a raiz latina faz diferença, sim, porque as semelhanças com a língua materna auxiliam aquele que desconhece a língua estrangeira.

Sim, Ana, eu entendi seu ponto. O que eu imagino eh que a maior parte da galera tenha tido muito contato com ingles - na escola, filmes, series, musicas - entao, ao contrario das linguas latinas, o conhecimento de ingles nao seriam nulo. Eu suponho que o ingles eles saberiam o basicao, enquanto um espanhol, frances ou italiano o conhecimento seria nulo mesmo.

Como é a inscrição? Você escolhe um país e 2ª, 3ª, 4ª opção? Pergunto pra saber se houve algum critério na realocação da sua amiga, como opção própria ou universidade mais similar à primeira escolha. Ou se sortearam no papelzinho.

Voce escolhe o pais no momento da inscricao e soh pode escolher um, porque editais pra paises diferentes possuem regras diferentes. Datas, exigencia de proficiencia, valor da bolsa... Todos esses detalhes dependem do pais escolhido. A universidade voce soh escolhe numa etapa posterior, depois da sua universidade brasileira e da agencia de fomento (CNPq/CAPES), cada uma, ter homologado sua inscricao.

Sobre a minha amiga (e essa galera toda), foi no papelzinho mesmo. Era Portugal, mas de repente, nao mais que de repente, Portugal nao existia mais. Ficaram um tempo no limbo, ai seria Australia, se nao me falha a memoria. Soh que eram mais de 3 mil bolsistas, a Australia nao estava preparada pra isso tudo. Acho que uma parte da galera foi pra lah e outra ficou pra ser re-re-alocada (parece zoeira, mas eh serio). Ai quem era das engenharias ia pros EUA e quem era de biologicas/industria criativa ia pro UK (nao se atentem aos detalhes. Os paises/cursos podem estar errados, mas a confusao que rolou foi nesse nivel). So entao 'resolveram' o problema. Agora imagina voce, durante esse tempo, recebendo informacoes em dias aleatorios, cada uma te informando que voce foi prum pais diferente...

Ah, @Ana Lovejoy, agora respondendo a Tek eh que me caiu a ficha: o motivo mais provavel de terem enviado para paises de lingua inglesa eh que somente nesse idioma teriam tantas vagas sobrando. Se escolhessem alguma lingua latina soh teriam um pais pra enviar esses bolsistas todos (Espanha, Franca ou Italia), pais esse que dificilmente poderia receber tantos estudantes assim. Jah no caso do ingles tinham praticamente todos os outros paises parceiros do programa, o que facilitaria a realocacao do povo, no sentido de que todos eles seriam submetidos a mesma prova de proficiencia.
 
Eu tenho três amigos que viajaram agora pelo CsF, duas amigas que foram para a Austrália e um amigo que foi para os EUA.

Uma das que foram para a Austrália deu uma grande festa na casa dela de despedida, até ai tudo bem, ela sempre foi meio rica então achei normal ela dar um festão com tudo pago para os amigos próximos. Porém, chegando lá e conversando com ela, ela me disse que ganhou mais de 12 mil reais do CNPq para fazer a viagem, e que estava gastando parte daquele dinheiro na despedida.

Achei meio tosco, afinal a grana foi dada para ela viver lá no país e tal, mas tudo bem, não ia encrencar com ela por causa de uma festa. Porém, dias desses falando com ela no facebook, ela me diz que viajou para a China, Tailândia, Vietnam e Nova Zelândia, tudo com o dinheiro do CNPq, e que não ia conseguir passar nas matérias da Universidade em que ela está porque passou muito tempo curtindo. Falei para ela que isso não era certo, que ela tem dinheiro de sobra para fazer essas viagens, e que deveria ter aproveitado o dinheiro que recebeu do CNPq para estudar. Ela alegou que todos os brasileiros lá combinavam de viajar, mesmo sendo PROIBIDO usar o dinheiro do CNPq para isso, porém, como não existe fiscalização, eles aproveitam para conhecer os países próximos e curtir a vida lá. É óbvio que sou a favor de todos os estudantes do CsF aproveitar em outras experiencias além do estudo, como conviver com os jovens do país onde estão alocados, ir em festas (afinal, nem só de estudo se faz uma vida) e coisa assim, mas usar do programa para fazer turismo é demais.

A outra menina que também foi para a Austrália é namorada do meu amigo que foi para os EUA, e também não deu outra: Ele usou a grana do CNPq para ir para a Austrália passar 2 semanas com ela, voltou recentemente para os EUA e postou indignado no facebook, que "a merda do governo" exigiu satisfações dos gastos dele e do pq ele ter viajado para a Austrália. De fato, onde já se viu né?

É óbvio que nada disso deslegitima o programa, que é um projeto ótimo e deveria inclusive ser expandido, porém deveriam repensar toda a forma como os alunos recebem esse beneficio, porque é claro que um bando de jovem sem instruções claras do propósito do programa e com consciência de que aquilo não é um presentinho do governo, mas sim um projeto de educação.

Também não acho que seja bolsa-classe-média, mas também não tenho duvidas que o Bolsa Família é MUITO mais relevante do que esse programa, não só pela dimensão, mas também pela questão humana envolvida.
 
Ela alegou que todos os brasileiros lá combinavam de viajar, mesmo sendo PROIBIDO usar o dinheiro do CNPq para isso, porém, como não existe fiscalização, eles aproveitam para conhecer os países próximos e curtir a vida lá.

Nao eh proibido, mano. Do manual do bolsista:

"6.6 Viagens relacionadas ou não a Graduação Sanduíche

É recomendável que todo o período de concessão de bolsa no exterior seja destinado às atividades previstas na universidade. Necessitando afastar-se do
local de estudos devido a sua participação em congressos, seminários ou outros que normalmente integram as atividades Universitárias, ou por motivos pessoais, bolsista deverá solicitar autorização a sua IES e comunicar a esta Fundação com a devida antecedência. A participação em eventos será aprovada desde que não gere ônus para a Capes.

A Capes não autoriza a vinda do (a) bolsista ao Brasil no período de concessão de sua bolsa. Excepcionalidades, como doença do bolsista, serão tratadas caso a caso e exclusivamente pelo seu técnico de acompanhamento, que poderá submeter o processo à Diretoria de Relações Internacionais da Capes para decisão. Para isso, deverá ser apresentada justificativa plausível com eventual documentação comprobatória.

O retorno ao Brasil sem a devida concordância da Capes ocasionará o cancelamento da bolsa e a obrigatoriedade de devolução de todo investimento
feito em favor do bolsista."

Note que proibicao mesmo soh existe quanto a volta pro Brasil. E, alem da fiscalizacao ser impossivel - mais de 50 mil bolsistas jah estao fora do pais - nao faz sentido nenhum proibir as viagens. A gente passa um ano por aqui, ferias inclusas. Nas de verao, que duram 3 meses, temos estagios. Mas eu, por exemplo, tenho ferias menores - de 3,4 semanas - que usei pra viajar. Eu nao gasto toda a grana que recebo num mes. Administro e, nessas ferias menores, aproveito pra viajar. Nao vejo mal nenhum em viajar (ainda mais na Europa que eh absurdamente facil, barato e cheio de vantagens para estudantes), DESDE QUE AS VIAGENS NAO INTERFIRAM NAS ATIVIDADES ACADEMICAS DO INDIVIDUO. (achei melhor colocar essa parte em letras garrafais e amigaveis, pra que ninguem me entenda errado, sabe como eh.) Pra voce ter uma nocao, eu gasto o mesmo tanto num lanche no Subway ou comprando uma passagem pra Londres - que estah a mais de 400 km da cidade onde estou.

E, sim, acho que o que sua amiga tah fazendo lah eh uma putaria que soh. Conversando com minha amiga da Alemanha, ela disse que conhece muita gente assim tambem. Eu ateh que dei sorte, a galerinha da uni que eu estou eh bem cabeca - tem um sujeito da geologia que inclusive jah tah arrumando um doutorado sanduiche pra ele. Entao, assim, cada caso eh um caso, a gente nao pode pegar um sujeito pra sacrificar - ou glorificar - o programa inteiro.

Ah, e sobre passar nas materias, tem que lembrar que o esquema em cada pais eh muito diferente. A minha amiga da Alemanha passou um sufoco danado pra passar com a nota minima numa das materias que estava fazendo lah - enquanto isso, na UFV, o CR dela deve passar de 80 facil.
 
Achei que era! Até porque eles comentaram comigo que era. Mas de qualquer forma, no caso dessa minha primeira amiga que foi para a Austrália, atrapalhou e muito. Mas ressaltando que não acho que o programa deva ser contestado por base disso, de forma alguma.
 
E de fato, eu morei na Europa e sei que é baratinho viajar pra cima e pra baixo por ai. Pagar 10 libras e passar um fim de semana em Amstetrdan, ou pegar uma se maninha por 50 libras no Marrocos, agora na Oceania eu não sei como é, pelos relatos dessa mesma amiga, que já está pedindo dinheiro para os pais, não deve ter sido barato.

Inclusive, 12 mil reais, dependendo do país que vc está, fica até apertado, Londrês, por exemplo, é caro demais.

E como eu disse, não acho que o programa tenha que acabar ou nada d tipo, só acho que o CNPq, pros próximos, precisa ficar mais atento com essas "fraudes" que acabam rolando.
 
Bem, penso que ao conjunto de alunos que são turistas por vontade própria devem ser adicionados aqueles que são transformados em turistas por motivo de força maior (governo) e que pode ser mais numeroso e indetectável que o de candidatos "oficialmente" maliciosos.

Dentro dos programas de intercâmbio de troca de conhecimento com os outros países mostramos nosso histórico de deficiências de organização com a quebra freqüente dos compromissos fazendo com que o aluno e o projeto se percam do objetivo principal. Pode parecer incrível, mas a falha em manter cronogramas vai até os níveis mais altos e foi um dos fatores que abalou o programa espacial brasileiro. Na época nós não entregamos as peças que prometemos e quando chegou a hora de nosso astronauta levar o máximo possível de experimentos lá para cima havia bem menos projetos aprovados (número insuficiente). Se não fosse por alguns projetos o programa teria transformado o astronauta em mais um turista ao mesmo tempo em que jogava o dinheiro público fora.

Da parte do estrangeiro fica feio não apenas quando há um aproveitador ou oportunista, mas também quando há abandono porque lá fora eles começam a contar com a pessoa. Ai é dureza.

+_+ Talvez seja a vocação, daqui a mil anos quando o espaço ao redor da Terra estiver mais "turístico" o Brasil será destaque com "jogadores de futebol espacial" e "redes de donos de hotéis espaciais" para fazer "carnaval no espaço".
 
então, de novo: se alguém fez merda aí, foi o mec. pode ter caso pontual de filhinho de papai que quis só aproveitar e tirar um sabático no exterior? não duvido, tem babaca para tudo. inclusive babaca que usufrui do bolsa família sem precisar. o que não dá é para jogar os dois projetos na fogueira como se uma minoria o tornasse um desperdício de dinheiro. não acho (de maneira alguma) que o incentivo aos estudos científicos no brasil seja um desperdício, que é o que esse tipo de julgamento (bolsa esmola x bolsa família da classe média) acaba deixando implícito.

Mas é o que vejo. Gente que diz: é bolsa esmola, é compra de votos, deveriam acabar com ele. E dizem que aumentou o número de pessoas que ganham o Bolsa Família portanto mais gente ficou mais pobre e não veem que foi aumentada a abrangência do projeto. E não acho que o incentivo seja desperdício, é vesti a carapuça.

Eu sei que você não disse. Minha questão é: se você reconhece a importância, pra que agredir? Porque chamar o incentivo financeiro do CsF de bolsa família da classe média tem a intenção clara de agressão.

Não, não tinha. Apenas tava criticando (provavelmente falhei nisso) quem critica um projeto que garante que muita gente consiga alimentar os filhos mas usa muito mais dinheiro pra gastar com viagens e comidas caras e coisas do tipo. Eu até postei que vou tentar participar dele, não? Tenho muitos defeitos, mas hipocrisia não é um deles.

E, Morfs, eu entendi o que voce quis dizer, soh queria fazer uma observacao: existe uma diferenca entre 'falar mal' das pessoas que recebem o beneficio (que pra mim eh injustificavel, como voce disse) e 'falar mal', ou usando um termo melhor, criticar o programa em si. Mesmo sendo bolsista, eu acho que tenho todo direito de criticar o CsF. Na verdade, vou alem: eu, como bolsista e ciente das diversas dificuldades que o programa enfrenta, tenho o dever de apontar as falhas para que elas possam ser consertadas e permitam que o programa continue existindo sem que esses problemas continuem ocorrendo repetidamente.
Ah, nunca disse que não poderia fazer isso. Como você sabiamente apontou, não só pode, deve fazer isso. E não se deve acabar com o CsF. O futuro das ciências no Brasil depende disso. Pro Brasil chegar num patamar de produção científica alto precisamos de incentivo às ciências. Nunca antes na história desse país o Brasil teve tanta oportunidade de ser um polo produtor de ciência.
 
  • Amei
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Ainda sobre o assunto:

Alunos do Ciência sem Fronteiras foram orientados a racionar alimentos
FERNANDO TADEU MORAES
DE SÃO PAULO

Um grupo de estudantes brasileiros que foram selecionados pelo programa federal Ciência sem Fronteiras para estudar no Canadá e tiveram as bolsas cortadas começou a retornar nesta semana ao Brasil, reclamando do tratamento recebido. Sem dinheiro, contam que foram orientados a "racionar alimentos".

Luana Monteiro Leite, 27, e Rondinelly Guimarães, 23, estavam entre os 80 estudantes do Ciência sem Fronteiras que estavam no Canadá -há mais deles 30 na Austrália- e que foram chamados de volta ao Brasil por não terem atingido o nível de proficiência no inglês necessário para serem aceitos pela universidade de sua escolha. Os estudantes começaram a chegar no Brasil nesta semana.

Esses alunos foram selecionados pelo programa para cursar um período de sua graduação em uma universidade de Portugal. Mas o edital foi cancelado e eles foram transferidos para o Canadá, onde chegaram em setembro, para realizar seus estudos.

Como o nível de inglês desses estudantes era insuficiente para ingressar diretamente em uma universidade do Canadá, foi estabelecido, inicialmente, que eles fariam um curso de inglês até janeiro, quando realizariam testes. Os que não obtivessem a nota necessária continuariam o curso e fariam novo teste em março ou abril.

Os estudantes contam que houve apenas o primeiro teste, em meados de janeiro, e que aqueles que não obtiveram a nota tiveram a bolsa cortada e receberam a ordem de voltar ao Brasil.

"No começo foi um sonho, mas, depois de todas as injustiças, é como se tivéssemos recebido uma punhalada nas costas", diz Luana.

O momento mais tenso ocorreu em dezembro de 2013, quando a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) atrasou por quase um mês o pagamento das bolsas.

Após relatarem dificuldades financeiras, os estudantes receberam, em 4 de dezembro, um e-mail de Nathalí Rosado, coordenadora do CBIE, órgão que gerencia o programa no Canadá, dizendo: "Racionem a sua alimentação, mas não excessivamente (isto é, não cessem de comer)".

No mesmo e-mail, Rosado recomendou que os estudantes fossem ao banco de roupas e alimentos da Universidade de Toronto para receberem uma cesta de comida gratuita.

"Foi um período em que tivemos de racionar comida mesmo", diz Rondinelly. Luana e Rondinelly recorreram ao banco de alimentos mais de uma vez.

CRITÉRIO DE RETORNO

Ela conta que alunos da mesma turma que obtiveram notas idênticas àqueles que estão voltando continuarão no Canadá, estudando inglês até setembro.

Os estudantes questionam também a falta de critério para decidir sobre quem ficaria ou voltaria.

Documentos obtidos pela Folha mostram dois resultados dos testes realizados em janeiro, uma aluna que obteve a nota 56 no teste TOEFL IBT foi convocada pela Capes para retornar, enquanto um aluno que obteve a nota 45 no mesmo teste recebeu o aceite da Universidade de Toronto. A Capes disse que não discute casos de alunos específicos.

Rondinelly e Luana dizem considerar o programa positivo, apesar de tudo. "Mas não podemos ficar calados diante da falta de planejamento e de compromisso", diz Rondinelly.

Eles tentarão retomar a vida universitária no Brasil, mas como o semestre letivo já iniciou há dois meses, só devem conseguir retornas às aulas em agosto.

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Piada né
 

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