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Programa Mais Médicos

Mas essa medida vai fazer o governo dizer que fez sua parte e nenhuma melhoria de infra será feita. Não adianta muito ter um médico pra diagnosticar uma síndrome e não ter um laboratório ou exames de imagem pra fazer um diagnóstico diferencial ou medicamentos pra tratar.

Sejamos honestos: essa é uma especulação (muito coerente, na minha opinião, dado o histórico de inoperância do Estado). Então, se você (e eu também) diz que a medida é ruim, não é exatamente pq ela seja ruim em essência, já que o ponto de vista prático ela vai de fato levar médicos para onde não tem. O que desagrada é o baixo nível do debate do governo, vide o nome do programa: Mais Médicos. Ou seja, o problema é só a falta de médicos e não exatamente o motivo para essa falta de médicos em determinados lugares. Todas as medidas apresentadas tem o objetivo de produzir mais médicos: Mais universidades, estágio obrigatório no SUS (felizmente o governo deu pra trás nessa) e a importação de médicos.

Eu não acho um absurdo completo a importação de médicos, mas acho lamentável o governo apresentar essa medida como panaceia - e é isso que está sendo feito, já que não é discutido o problema crônico de má gestão de recursos públicos.

-Revalida precisa ser aplicado a TODOS os médicos que se formaram no exterior.

(...)

("Ah, mas médico brasileiro também precisa de Revalida". Você quis dizer prova semelhante à OAB? Aí sim. Na verdade, lembro de ter ouvido falar que haveria, tanto que fiz as contas e eu mesma teria que prestar. Não sei em que pé anda.)

Pois é. Exatamente o que falei aqui: São dois problemas diferentes.
 
Última edição:
São bons seus argumentos, vamos as réplicas

-Trazer médicos do exterior é uma forma tapa-buraco de levar assistência médica ao interior do país. Concordo com quem disse que é melhor médico sem equipamentos que médico nenhum. Dos males, o menor. Se brasileiro não quer ir pra área sem condições de trabalho e sem qualidade de vida pra si e pra família e estrangeiro aceita, que vá. Mas essa medida vai fazer o governo dizer que fez sua parte e nenhuma melhoria de infra será feita. Não adianta muito ter um médico pra diagnosticar uma síndrome e não ter um laboratório ou exames de imagem pra fazer um diagnóstico diferencial ou medicamentos pra tratar.

Temos que tomar um cuidado sério com esse tipo de coisa do "Se fizer isso não fará o outro". Acredito sim na possibilidade deles jogarem esses médicos lá e deixar como está e não criar nenhuma política a mais para o melhoramento do sistema a longo prazo, nosso governo é populista e deseja respostas rápidas. Porém se pensar sempre assim, essas pessoas vão continuar a sofrer de enfermidades básicas por falta de médicos, não podemos ser inocentes ao ponto também de achar que o governo vai desistir da ideia de mandar os médicos para lá e construir um puta plano de saúde para daqui a 20 anos.
A ideia de se não for para fazer completo não faça nada não é valido nesse caso.

-Revalida precisa ser aplicado a TODOS os médicos que se formaram no exterior. TODOS. Sejam cubanos, espanhóis, portugueses, americanos, franceses, alemães ou brasileiros. O motivo não é xenofobia, racismo, inveja ou clubinho. O motivo é que os calendários vacinais são diferentes, as doenças mais prevalentes são diferentes, os tratamentos preconizados pelos órgãos de saúde são diferentes, os medicamentos são diferentes (alguns que são usados nos EUA, por exemplo, são proibidos no Brasil). Então, se um excelente médico inglês não passar no Revalida, ele nunca vai identificar que você está com dengue.

Agora sim, usar a palavra TODOS melhora, pois o que víamos com frequência era o uso da palavra CUBANOS seguido por um monte de ofensas, sem lembrar que muitos outros vieram para cá sem prova nenhuma. Estava se tornando algo direcionado, e isso eu chamei de xenofobia.
Agora, a partir do momento que você passar todos esses médicos pelo revalida, eles estarão prontos para atuar em qualquer lugar do Brasil e em qualquer especialidade que o diploma deles permitir, pois a lei garante esse direito a eles.
 
Presidente do CRM-MG diz que não vai assinar registro do Mais Médicos
João Batista Soares avalia largar o cargo se for obrigado a assinar.
AGU diz que CRM não pode exigir de estrangeiros documentos extras


"O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista Gomes Soares, disse, nesta terça-feira (17), que não vai assinar o registro provisório para que os profissionais do Mais Médicos com diploma do exterior possam começar a trabalhar no estado.

“Não é medida de exceção e nem de emergência. Não há justificativa para essa contratação sem revalidação do diploma. Não tem emergência. O caos já estamos denunciando há mais de 10 anos. Nenhuma atitude foi tomada. É uma aposta política do governo”, disse. Segundo Soares, a Lei de Diretrizes exige que um médico formado no exterior faça a revalidação do diploma. Ele explica ainda que, apenas em casos de emergência, a revalidação pode ser dispensada.

No dia 27 de agosto, a Justiça Federal indeferiu um pedido do CRM-MG que solicitava a desobrigação do registro dos profissionais estrangeiros inscritos no Programa Mais Médicos que não apresentarem a revalidação do diploma estrangeiro no estado. Segundo a ordem do juiz, o pedido foi negado porque a alegação do CRM de que a Medida Provisória que institui o programa Mais Médicos seria inconstitucional não procede. Após a decisão, o juiz abriu um prazo para que a União apresente sua defesa. Depois desta etapa, o Ministério Público Federal será consultado. E só então haverá uma decisão final..."


Fonte: G1


"Neste ano, a população de 333 municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo recebeu 821 médicos a mais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) – contingente que só deu conta de atender 32% da demanda por 2.519 por profissionais apresentada pelos municípios da região Sudeste."

Fonte: portalsaude.saude.gov.br


"O caos já estamos denunciando há mais de 10 anos. Nenhuma atitude foi tomada" João Batista Soares. E quando se toma uma medida para tentar sanar o "caos" na saúde pública, o Sr João B Soares (presidente do CRM/MG) não quer respeitar nem decisão judicial. Como esse cidadão consegue presidir um conselho importante como o CRM/MG. Perdeu o debate, doutor!
 
A classe médica tenta travar uma guerra até justa pelo que no ponto de vista deles, seja a melhor forma de melhorar a saúde da população. Já o governo federal enxerga a solução de uma maneira diferente. Ai fica essa intriga de "eu não vou fazer" de uma lado e "eu não vou ceder" de outro.

Quanto ao discurso do presidente do CRM-MG, é um tanto quanto contraditório, ele diz que não há emergência, e logo em seguida fala que caos já existe a muito tempo e que eles brigam por isso a 10 anos. Posso estar enganado, mas caos no sistema de saúde é sim uma emergência.

Alguém vai ter que ceder, mas pelo que eu vejo ninguém quer chegar numa acordo. Por que os presidentes de todos os CRMs do Brasil não marcam uma reunião oficial, com a Presidenta e o ministro da saúde e propõem alguns termos? Do tipo, aceitamos os médicos de fora, e até o fato de não ter revalida, mas em contra partida...

Se os médicos alegam que falta conhecimento técnico do lado do governo, estão esquecendo que tá faltando conhecimento político pelo lado deles, em situações como essa pode-se conseguir muitas coisas para o setor.
 
A história do médico cubano sabotado por duas médicas brasileiras

A história do primeiro médico cubano que foi sabotado por duas médicas brasileiras (mas não deu certo)

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O médico cubano Isoel Gomez Molina (Reprodução)
Acompanhem comigo este caso.

A diarista Gilmara Santos foi a um posto de saúde no bairro Viveiros, em Feira de Santana (BA), para que seu filho recebesse atendimento.

Lá encontrou o médico cubano Isoel Gomez Molina.

Ele atendeu a mãe e a criança de forma atenciosa, receitou dipirona para o tratamento e explicou detalhadamente a Gilmara como ela deveria aplicar o medicamento. Nas palavras dela:

“Ele me atendeu muito bem. Ele tratou meu filho super bem, porque tem médico que nem olha na cara da mãe e nem da criança. Ele me explicou direitinho como dar o remédio, disse ainda que a quantidade de gotas é definida a partir do peso da criança. Ele prescreveu 40 gotas, mas foi apenas um erro. Ele me disse exatamente o que eu deveria fazer, que era para dar apenas 10 gotas.”

Na receita entregue a ela, dizia que deveria dar ao filho 40 gotas de dipirona — “não em dose única, mas divididas em quatro vezes, a cada seis horas, em caso de febre e dor”. Além de escrever desta forma, deixando claro que cada dosagem seria de 10 gotas, ele explicou direitinho à mãe, durante a consulta, e ela entendeu bem.


Eis que, ao ver a receita, outra médica — esta brasileira — “entendeu” que o médico havia sugerido uma dose única de 40 gotas, tirou uma foto da receita médica — que é um documento particular do paciente — e a publicou na internet, em uma rede social. Em seguida, um vereador, chamado José Carneiro (PSL), viu a foto na rede social e resolveu denunciá-la na Câmara Municipal e para a imprensa. Quando perguntado por repórteres, ao que tudo indica, mentiu, dizendo que Gilmara é que o tinha procurado para fazer a denúncia, o que ela negou veementemente.

Nas palavras de Gilmara, mais uma vez:

“Quando eu voltei, uma outra médica me atendeu. Como eu ando em mãos com todas as receitas que passam para meu filho, eu cheguei a mostrar para essa médica, que chamou outra colega. Aí elas tiraram uma foto e postaram na internet. Foi aí que o vereador ficou sabendo e tudo isso começou. Acho que isso é uma postura antiética da médica. Querem prejudicar os cubanos, porque eles atendem bem.”

Além de Gilmara, cerca de 300 moradores de Viveiros fizeram um abaixo-assinado em defesa do médico cubano e pedindo sua continuidade no posto de saúde da comunidade. Os enfermeiros do posto de saúde organizam uma festa para ele, que voltará ao trabalho hoje, porque, nas palavras de uma enfermeira ”ele é um médico que chegou e que nós adotamos pelo carisma que ele tem, pela bondade que ele apresentou com a gente e pela presteza em não atender de cara feia”.

O resumo que entendi dessa história toda: o médico, que teve nome e foto expostos como um criminoso, que apareceu no telejornal como “o médico que receitou dose errada“, merece, na verdade, um prêmio, pelo excelente atendimento que vem prestando, conforme os enfermeiros, Gilmara e as outras 300 pessoas da comunidade. O vereador, que mentiu ao declarar que Gilmara havia procurado ele, não sofrerá qualquer punição. E as outras médicas, as brasileiras, que agiram de forma antiética ao divulgar em uma rede social a foto de uma receita de paciente que nem era dela, que tiveram nomes e imagens preservados, tampouco sofrerão qualquer punição, nem mesmo de seu Conselho Regional de Medicina. Eu gostaria de saber quem são elas, será que alguém pode me dizer? Não quero, jamais, correr o risco de ser atendida por alguma delas e ver minha receita médica numa página do Facebook.

Pra mim, este caso concreto do “primeiro profissional do Mais Médicos afastado”, como se noticiou com alarde — que na verdade poderia ser o “primeiro médico sabotado do Mais Médicos”, já devidamente inocentado (de cara, pela própria suposta vítima) e já devolvido a seu consultório — ilustra com perfeição tudo o que foi debatido neste blog, entre julho e agosto.

Fonte
 
Reportagem extremamente tendenciosa, hein? O médico teve sorte que a mulher prestou atenção às instruções (e não, não são só os cubanos que são atenciosos assim, e falo isso tanto como profissional da saúde quanto como paciente), porque caso ela não o tivesse feito ou tivesse esquecido ou outra pessoa fosse medicar a criança, como uma vó, tia ou pai, poderia haver superdose colocando a criança em risco. Receita médica não é bilhete pra farmacêutico, é DOCUMENTO que pode muito bem ser usado em um tribunal.

Por outro lado, as médicas usarem esse único erro como fator suficiente pro médico ser afastado não tem cabimento! Como se os próprios médicos brasileiros e elas mesmas nunca tivessem errado! E tirar foto pra postar na internet também foi completamente inapropriado sob vários aspectos! Óbvio que, se elas estivessem realmente preocupadas com o bem-estar do paciente, teriam denunciado ao CFM ou ao MS, não postado na internet pra juntar um grupo de ódio contra os médicos estrangeiros.

Mas não adianta fazer uma reportagem tendenciosa dessa escrachando as brasileiras e defendendo o cubano como "um homem atencioso e que explicou direitinho" quando ele cometeu, sim, um erro. Há erros dos dois lados, e defender só um deles é hipocrisia.
 
olórin, até onde entendi a parte da explicação sobre quatro doses foi falada, e não escrita. a receita dizia 40 gotas, quando deveria dizer 40 gotas divididas em quatro doses. houve um equívoco do médico cubano sim, pode até ser uma questão de diferença cultural (li em um artigo acho que na folha apontando para o fato que para eles é normal escrever na receita o total de gotas), mas se a mulher saísse de lá e de repente deixasse o bebê com a sogra, junto com a receita, a sogra não ouviu a explicação do médico, portanto poderia aplicar as 40 gotas. então sim, houve um erro - ele deveria ter deixado a instrução clara na receita, tipo como tem na bula do decongex:

Decongex Plus solução oral (gotas): Crianças acima de 2 anos: duas gotas por kg de peso (como dose diária total), dividida em três vezes ao dia (1 ml = 20 gotas).
Dosagem máxima diária limitada a 60 gotas.

pelo que eu entendi, na receita ele só colocou o equivalente a última linha da citação acima.

de qualquer forma, pior foram as mulheres que tiraram foto da receita para colocar no facebook. não sei como funciona a hierarquia num posto de saúde, mas se eu visse um professor fazendo merda em sala de aula, eu não ia filmar e botar um video no facebook, eu falaria com minha coordenadora. da forma como foi feito (inclusive desconsiderando o relato da mãe de que houve uma explicação sobre a dosagem, independente do que dizia a receita), parece uma preocupação maior em colocar a opinião pública contra os médicos cubanos do que com o bem-estar do paciente.
 
Essa imagem para ser uma cópia - e as tais observações, @Olórin of Lórien, parecem ter só na cópia. A imagem abaixo parece ser o original.

dipirona.jpg

Enfim, parece que houve um erro do médio cubano e outro dos médicos brasileiros que sairam correndo pra divulgar.
 
eu acho que o único problema da charge é o mesmo do comentário do ranza: a generalização. nem todo médico tem garrancho, nem todo médico atua nas mesmas condições que a pim colocou. o pediatra do arthur, por exemplo, tem uma agenda beeeeeeem folgada e mesmo assim tem um garrancho horroroso, que eu só entendo porque na realidade lembro do que ele me falou na hora da consulta. por outro lado, já fui atendida em emergência de hospital e a letra do médico era legível (e isso que eu acho importante: legível. do jeito que algumas pessoas falam fica parecendo até que querem coraçãozinho como pingo do i). enfim, é tipo aquela coisa de dizer que todo advogado é filho da puta, todo professor é pobre, e yadda yadda yadda.
 
@Tek e @Pim, marquem os outros médicos também.

Lá vem o governo.

Já que é assim, todo advogado tem que estagiar nos TJ da vida, todo engenheiro em obras do governo, todo economista nas prefeituras de sua cidade (não seria uma má ideia ein?) e por ai vai.
 
Ué, mas já temos o estágio obrigatório em Emergência e o internato nas áreas principais. Pra que essa medida agora?
 

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