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Sobre Fruta D`ouro...

Uma curiosidade muito interessante sobre a administração de Fruta d'Ouro em sua casa é a forma como ela canta enquanto a chuva cai.

Eu lembro que aqui em casa tem a versão modificada da música A New Year Carol - Residue que apesar de ser mais pop ainda tem algumas coisas da versão antiga.

Na versão antiga houve uma espécie de sincretismo espiritual entre a cultura cristã e a cultura local do norte europeu como descreve o site abaixo:


New Year Carol / Residue

[trad. arr. Waterson:Carthy]

The New Year Carol was included by Walter de la Mare in his anthology of poems for children, Tom Tiddler's Ground (1931). In 1936, Benjamin Britten composed a tune for it. The “levy dew” in the chorus may be a corruption of either Old English levedy (“lady”) or French Levez à Dieu (“Raise to God”), used for the elevation of the host at communion. The latter also explains the water and the wine in the following words. The “seven bright gold wires” might be the strings of a golden harp.

Waverly Fitzgerald has another explanation in School of the Seasons: New Year's Carols:

Trefor Owen [Welsh Folk Customs, St. Fagans, 1974] describes the context for this song in Wales. Very early on New Year's Day about three or four o'clock in the morning, groups of boys came round to the houses in the neighborhood, carrying a vessel of cold spring water, freshly drawn, and twigs of box, holly, myrtle, rosemary or other evergreens. They sprinkled the hands and face of anyone they met for a copper or two. In every house, each room was sprinkled with New Year's water and the inmates, who were often still in bed, wished a Happy New Year. For this service and wish they were also gifted with coins. The doors of those houses which were closed to them were sprinkled with the water. The verse was sung during the sprinkling.

In certain parts of Wales this custom is called dwr newy (literally, new water). The exact meaning of the phrase, “levy dew” is unknown, although there have been attempts to trace it to llef I Dduw (Welsh for “cry of God”). This seems to be an imposition of a Christian interpretation on a much older custom. Although the fair maid is now equated with the Virgin, Owen thinks it likely that this custom derives from “an early well-cult made acceptable to medieval Christianity by its association with the Virgin and perpetuated both by the desire to wish one’s neighbor well at the beginning of a new year and by the small monetary payment involved.”

In 2006, Waterson:Carthy recorded the New Year Carol for their album Holy Heathens and the Old Green Man. Martin Carthy commented in the album's sleeve notes:

We all had a hand in the “B” music to the New Year carol Residue which opens this album: we also made extra verses for the North and South gates to go with the East and West gates already there and to have more to sing. Norma cannot remember who first handed her the song for the Watersons to sing but, because the letter accompanying the words is signed “from your favourite guitarist”, wonders whether it was an old family friend from the East Riding called Bert Hodgeson. None of us can figure out the possible significance of the “Residue sing Residue” chorus and neither could Bert—or whoever it was—but that was, he said, what was sung to him. (If it wasn't Bert, and the person who did the deed is reading this, then please reveal yourself.)

These things are driven, one way or another, by passion and two of its faces are on show. Residue can be seen as representative of one which drives ritual; where people perform old ceremonies simply because it is time to do so. These can be seen to be quite private moments for a community which, although there is a line which the outsider may not cross, the wider world is allowed to view and perhaps to share. The community may struggle to supply a meaning for a particular ceremony or make any sense at all of the routine of the thing but that does not matter. What matters is the moment: the reason is the moment. In the field of sacred music where indeed it is often at its most intense, nowhere is this passion seen to soar higher, or felt to flow more deeply than in the Baptist hymns of Sankey where Liza found the beautiful Gloryland which closes this CD.

Lyrics

New Year Carol from Tom Tiddler's Ground, ed. Walter de la Mare

Here we bring new water from the well so clear,
For to worship God with, this happy New Year.

Chorus (after each verse):
Sing levy-dew, sing levy-dew, the water and the wine,
The seven bright gold wires and the bugles that do shine.
Sing reign of Fair Maid, with gold upon her toe;
Open you the West Door and turn the Old Year go.

Sing reign of Fair Maid, with gold upon her chin;
Open you the East Door and let the New Year in.

(Versão nova)

Waterson:Carthy sing Residue
Chorus (after each verse):

Residue sing Residue, the water and the wine,
Seven bright gold wires and the trumpets doth shine.
Here comes the maiden with gold on her toe;
Open the West gate and let the Old Year go.

Here comes the maiden with gold on her shoe;
Open the South gate and let the New Year through.

Here comes the maiden with gold on her chin;
Open the East gate and let the New Year in.

Here comes the maiden with gold in her eye;
Open the North gate and let the Old Year by.

O texto acima basicamente fala sobre o costume das "novas águas" em Wales como uma espécie de serviço ou trabalho.

A versão original da música, anterior ao cristianismo é uma música com tom diferente, de uma canção que trabalha a formalidade de passagem entre vizinhos, com um simbolismo da água muito forte (ironicamente ou não quem regravou a música tem até o nome de água que é Waterson ou filho da água) com possível influência de "old English" que costuma aparecer nos livros de Tolkien. A letra discorre sobre uma "clara dama"cujo significado foi absorvido para ser usado como o símbolo de Maria mãe de Jesus.

Quer dizer, se formos imaginar Fruta d'Ouro entoando uma canção então seria algo parecido com a versão original algo que precederia a influência bíblica por discorrer sobre um tempo muito antigo. Até o tom lembra muito as músicas da fase de ouro da Disney:

A New Year Carol - Benjamin Britten


A versão nova se tornou rápida e superficial (com jeito popular, povão ou de "taverna" então acho que por isso a incluiram no CD de folk que compramos embora eu preferisse ter recebido a versão antiga porque acho mais bonita, hehehe).

Em outras palavras, o fato de Tom usar a voz para cantar a um Salgueiro significava que a voz dele funcionava como instrumento musical de comando (como o Flautista de Hamelin controlando os ratos) enquanto isso Fruta d'ouro tinha seus próprios afazeres e cerimônias mágicas uma vez que segundo o que se conta ela era a dama da água de um rio e passara muito tempo cantando com felicidade durante as chuvas sem que os Hobbits se cansassem de ouvi-la.

Curiosamente, uma mesma melodia como New Year Carol podia ser modificada para ter mais de um tipo de mensagem então é possível que as canções de Goldberry tivessem poder porque o poder vinha dela ao vocalizar o significado.

Fonte: http://mainlynorfolk.info/watersons/songs/residue.html
 
Tem razão também tem isso.

E mais, as referências são em tamanha quantidade que eu ainda não consegui destrinchar todas as interpretações sobre as atividades de Tom (pela lógica do personagem e pela lógica do autor)

Por exemplo, no livro "Tales From The Perilous Realm" conta-se nos versos que antes do Tom se unir a Fruta D'ouro ele saía perseguindo sombras pela floresta. O que poderia significar (em que nível de simbolismo, mas precisamente) isso eu não tenho idéia, e primeiro me passou pela cabeça se não seria algum tipo de depressão ou imaginação "Bombadílica". Mas poderia ser também para procurar coisas indevidas ou fora do lugar, vai saber. Se for isso então o papel dos dois (Tom e Fruta) era também o de trazer equilíbrio e paz ao bosque, de uma forma sedativa e natural em que as canções participem como calmante como você mencionou.
 
Por exemplo, no livro "Tales From The Perilous Realm" conta-se nos versos que antes do Tom se unir a Fruta D'ouro ele saía perseguindo sombras pela floresta. O que poderia significar (em que nível de simbolismo, mas precisamente) isso eu não tenho idéia, e primeiro me passou pela cabeça se não seria algum tipo de depressão ou imaginação "Bombadílica".

Provavelmente foi nestas saidas que ele encontrou Fruta D´Ouro..... por mera coicindencia! Quando ele tenta por vez por paz nos lugares, espantado espíritos (sombras), deve ter se deparado com ela fazendo a mesma coisa a beira de um rio, cantado e acalmando a agua por exemplo.

Realmente devia haver uma certa solidão aí imagina, ele estava la antes dos Elda desperta ele vai pra lua se nao me engano, ele diz ver e saber tudo, concerteza ter tamanho conhecimento sem ter com quem compartilhar-lho devia ser algo meio incomodo! Mas ele encontra a pessoa certa para compartilhar e ajuda com tal conhecimento.
 
^^^^
Achei o post que eu havia copiado e destrinchado analisando os versos sobre o encontro dos dois no Aventuras de Tom Bombadil. É esse aqui debaixo. Tem vários pontos obscuros como os hábitos de Goldberry que não foram tocados em SdA de ela tender a se esconder enquanto Tom a mandava ir dormir (dessa vez sem obter nenhum efeito como ocorreu com a árvore dos Hobbits). Talvez porque na época a idéia que Tolkien tivesse de Tom fosse diversa. Quem sabe se na época, na cabeça de Bombadil até a própria Goldberry tenha sido uma dessas "sombras" que Tom encontrava todo dia, mas que dessa vez se apaixonou. =P

Aqui está:
http://forum.valinor.com.br/topico/quem-e-tom-bombadil.34922/page-3#post-2287815
 
Isso comprova minha teoria de que nao existe amor a primeira vista! Existe amor a terceira vista, eles sempre se viram e num terceiro olhar se apaixonaram, ele agindo como responsável cuidando das coisas e ela sendo travessa..... isso me soa familiar ao nosso cotidiano. As pessoas assim costumam no inicio não gostar uma da outra e depois se apaixonam.....
 
Aqui entre nós (sendo honesto) eu não faço idéia de como se dariam os detalhes da paquera entre Tom e Fruta D'ouro.

Na Irlanda tinha um caso interessante de um santo que havia se instalado em uma casinha na floresta, afastado da civilização para viver sozinho como ermitão, praticando meditação para conectar com a natureza (parecido ao estilo de vida do Tom). E conta-se que certa vez começou a sempre vir uma aparição feminina muitíssimo bonita desejando ele e ele ficava muito incomodado pra se defender. Por fim um dia ele teve que sair correndo e mergulhar em um rio para fugir dela (dizem que ela parou de aparecer).

Quer dizer, estou considerando que minha interpretação vale para o contexto estrito dos livros de Tolkien em que Tom e Fruta estão mais ou menos no mesmo nível de existência, de dois seres com características "super-humanas" com recursos suficientes para viverem um amor de igual para igual. Se fosse um humano comum encontrando com Fruta D'Ouro poderia ter resultado diferente do que eu imagino. Seres assim costumam ter atividades atemporais, que exigem muito do corpo físico entrando e saindo dessa dimensão com espaço de vários meses ou anos e isso para um humano poderia ser o fim. :D
 
Credo você descreveu parecendo que a mulher era uma alma pena :shock: interessante os Indianos por exemplo acreditam que ser eles meditarem todo dia estaram mais perto dos Deuses, e estaram dando equilíbrio ao corpo e mente! Então como você disse esse Santo provavelmente alcanço este equilíbrio aponto de um espirito aparecer pra ele! Sendo assim isso me leva a acreditar que deveria existir outros seres femininos naquela floresta Velha!

Pensado mais a fundo @Neoghoster Akira sempre neste contexto, não só em Tolkien, nas outras mitologias tbm, sempre tem uma figura masculina que cuida de tudo, porem com o passar do tempo aparece uma figura feminina para dividir o fardo, digamos assim manter de certa forma esse
equilíbrio do qual falo!

Em Tolkien Todos os Valar formam pares; e tbm temos Tom e Fruta D´Ouro; Na Mitologia Grega e Romana por exemplo, a figura masculina que manda em tudo é Zeus, acompanhado da irma/esposa Hera pra cuidar do mundo; Na mitologia Germânica Odin O Pai de Todos se não me engano tbm tem uma esposa para auxilar -lo; Na mitologia chinesa e japonesa tbm a vários exemplos como O Ceu é quem manda mas depois se apaixona pela terra ou pelo mar! Ate no Cristianismo ha isso de certa forma, pois o nosso DEUS tem a Virgem Maria ao seu lado!!!

Como um bom escritor creio que o professor não iria deixar esse fato de lado, se bem que sem um casal ou romance as historias não teriam drama, dai não teriam graça! :obiggraz:

Ha e me lembro que na escola certa vez minha professora de ciências disse que existe uma lei na ciência onde TUDO vem aos pares, Exceto as duas únicas células que geram uma nova vida: Espermatozoide e Ovulo. :mrgreen:
 
Curioso que a história tem o lugar turístico muito famoso por lá (dizem que a Irlanda tem fama de ser jardim da Europa), com a casa de pedra preservada do santo aonde o roteiro das expedições passava e onde contam que ocorreu o caso. Na net tem foto do lugar mas no momento não estou achando (um parente que foi lá tirou uma, se eu conseguir volto pra editar). Enfim, há quem diga que dependendo da forma como a pessoa usa a própria energia ela começa a atrair ou repelir um determinado tipo de reação ou contra-golpe do universo.

Pelo que eu li na Índia acontecia algo bem parecido com o que você falou. Naquele país eles contam nos relatos que às vezes o discípulo se isolava e por vezes podia chegar a ser visitado ou abordado sucessivamente (por mais de uma noite) pelo espírito do mestre falecido com que aprendera. O processo gradual de despertar dos chacras e dos dons, aliado ao jejum (não apenas alimentar) mas de um conjunto de estímulos também deixava aguçada a percepção através do véu do mundo dos mortos. O espírito podia trazer orientação, condenação, etc...

Na direção de uma reflexão mais detida por exemplo eu, uma vez, supus com meus botões se Bombadil não seria um personagem que tivesse equivalência de status com os Ainur porque facilitaria minha a vida. Porém de pois de ler tópicos e livros e de ver os membros do fórum notei que apontam complicações com a abordagem... Para dar um exemplo, se fôssemos traçar um paralelo entre o nosso universo com Tolkien as leis científicas se correlacionariam com as leis dos Poderes, por exemplo o Um Anel vale como um artefato gerador de leis físicas (biológicas também) da ciência de nosso universo, que concretiza imediatamente as constantes universais desejadas por Sauron, o qual por ser um Maia está entre os poderes do mundo e por conseguinte sustenta as constantes da natureza do universo.

Então Tom aparece cantando e começa a me complicar com sua bota amarela (XD) porque quando vou encaixá-lo numa análise eu preciso necessariamente recapitular e verificar que, para além do universo da Terra Média controlada pelos Poderes, havia os palácios de Eru (portador de leis não comparáveis ao nosso universo) e um espaço indefinido, descrito como vazio e escuro pelos elfos, não descrito por Tolkien nem pelos Poderes mas que podemos supor ser parte da imaginação do autor de onde poderiam provir criaturas pré-Ëa (pré ou pós biológicas com leis distintas de Eru e de Ea ou de nosso mundo) e que poderia comportar criaturas como Ungoliant (que desceu de fora do mundo vazia, faminta, sem nenhum amor no coração) ou um certo sujeito da Bota amarela que lá estava primeiro quando de repente viu o mundo dos Poderes cercar a sua casinha e crescer em volta trazendo uma floresta e tudo mais...

Daí toda vez que me pego pensando nesse assunto tenho que contar no mínimo 2 árvores evolutivas universais distintas, uma atemporal aonde ficam os palácios de Eru (sem limites de constantes da física, independente da lógica ou necessidade de carbono, hidrogênio, etc...) e outra controlada pelos Poderes (nosso universo). Pra piorar tem o espaço escuro que Melkor visitava que era também um espaço "louco" da criatividade de Tolkien de onde ele tirava Tom.

A boa notícia é que o coração de Tom parecia ser em quase tudo muito parecido com o de seres comuns como nós dentro do universo dos Poderes, embora aparentemente as forças e constantes de nosso universo pareçam fantasmagóricas e passageiras diante dele. Isso nos permite pensar que ele devia querer companhia e amor também, mas tipo, tudo isso pra descobrir que eu não saberia o que esperar da cabeça de Tom. :lol:
 
Pelo que eu li na Índia acontecia algo bem parecido com o que você falou. Naquele país eles contam nos relatos que às vezes o discípulo se isolava e por vezes podia chegar a ser visitado ou abordado sucessivamente (por mais de uma noite) pelo espírito do mestre falecido com que aprendera. O processo gradual de despertar dos chacras e dos dons, aliado ao jejum (não apenas alimentar) mas de um conjunto de estímulos também deixava aguçada a percepção através do véu do mundo dos mortos. O espírito podia trazer orientação, condenação, etc...

Encontrei esses dois sites que define bem, essa parada de quem prepara o corpo, pode ver coisa alem do véu do mundo: A mediunidade de todos nós, e Como saber se somos sensitivos?

(...)os palácios de Eru (portador de leis não comparáveis ao nosso universo) e um espaço indefinido, descrito como vazio e escuro pelos elfos, não descrito por Tolkien nem pelos Poderes mas que podemos supor ser parte da imaginação do autor de onde poderiam provir criaturas pré-Ëa (pré ou pós biológicas com leis distintas de Eru e de Ea ou de nosso mundo) e que poderia comportar criaturas como Ungoliant (que desceu de fora do mundo vazia, faminta, sem nenhum amor no coração) (...)

Pra piorar tem o espaço escuro que Melkor visitava que era também um espaço "louco" da criatividade de Tolkien de onde ele tirava Tom.


(...)embora aparentemente as forças e constantes de nosso universo pareçam fantasmagóricas e passageiras diante dele.

Acho que vi em algum post, provavelmente seu, onde fala sobre Glorfindel eu acho que em valinor os elfos viam espíritos, e achavam isso comum, ja que la se encontra os salões de mandos, mas certos espíritos por exemplo de elfos rebeldes que recusaram o chamado dos valar ficaram vagueando por ai!

Não tenho acesso a tanto material, mas gostaria que falasse mais sobre esse espaço vazio, se não for muito incomodo ^^ isso não seria o inferno? No MUD tem essa descrição, quando o personagem morre, aparece "seu corpo foi sugado pelo imenso vazio e desapareceu". Estranho parece ate que exite um vazio fora do nosso mundo desconhecido, como se estivéssemos em um vazio; mas penso que esse vazio pode simplesmente ser o universo, poderia ne? Ungoliant veio do vazio, veio de fora do planeta, veio do universo, eraum E.T.... ai cara to viajando legal em XD
 
Bem, eu recordo que um dos primeiros livros que eu li que analisavam a dinâmica de recompensa e punição aplicada a espíritos de um ponto de vista externo ao cristão abordava os conceitos de céu e inferno sob a ótica de Allan Kardec (O Céu e o Inferno - A Justiça Divina Segundo o Espiritismo).

Esse livro tinha o objetivo de avaliar a característica de um espaço punitivo em seres pecadores (ou daquelas pessoas que cometeram erro digno de morte* e foram para o inferno) bem como a realização do milagre da destruição continua eterna do corpo espiritual o qual devia se reconstituir para que no dia seguinte pudesse ser castigado novamente. Por exemplo, no inferno clássico se uma pessoa perde uma perna durante a punição dos demônios ao fim do dia (e do castigo) a perna é restaurada para a saúde completa para que possa ser novamente torturada no dia seguinte.

No caso dos livros da terra média que foram produzidos por Tolkien a obediência ou desobediência é trabalhada divina** através da menção a espaços que se enquadram parcialmente a idéia clássica de inferno. Por exemplo, no Silmarillion quando ocorre a citação de uma prisão em Mandos para Melkor notamos que a necessidade de uma gaiola da parte dos Poderes dá a entender que nos círculos do mundo a presença de criaturas como "seres sem nome no fundo de Moria" destacam a história de conflito entre luz e sombra e da citação de tempos muito mais cabeludos do que os porões de Melkor durante a guerra das jóias.

Esses espaços "quase infernais para um Vala" podiam ser de terror e verdadeiramente infernais para humanos como os porões de Melkor ao norte de Beleriand, como um cativeiro isolado inexpugnável (como Mandos) ou como a escuridão que cerca seres ancestrais que corroem o seio da terra. Por causa disso os espíritos que por afinidade tivessem o destino de cair em lugares assim poderiam se rebelar e ir viver o horror do vazio uma vez que os Poderes também tinham esquecido das sombras aonde ficavam muitas coisas as quais não davam mais atenção. De modo que uma alma errante malvada se comportaria igual ao relato de SdA em Bombadil (a sombra iria buscar outra noite para ficar).

Tudo isso era também uma parte da criação de Eru, entretanto essas regiões podiam ser interditadas aos vivos como era o caso do mundo dos espíritos e estavam na sombra até que um dia no fim de tudo quando uma espécie de apocalipse semelhante a ao católico colocaria tudo às claras e desbarataria todos os fios da escuridão.

Uma idéia é buscar na AT tópicos que analisem os paralelos bíblicos com a obra de Tolkien (tópicos do Ragnaros) ou outros que busquem especular a natureza de seres como Ungoliant (o Tópico da Seiko é interessante). Eu poderia falar um pouco mais mas sairíamos do assunto da Fruta d'Ouro e ficaria off-topic demais +_+ (Então os mods viriam aqui comer meu fígado, hehehehe)

*Biblicamente existem os pecados que não são dignos de morte da alma.
**Manwe era considerado o único Vala sagrado, com poder divino de acesso a Eru (que era uma vantagem que Melkor não possuía).
 
Apenas marcando para eu pesquisar posteriormente sobre a relação entre Fruta e o período que Tolkien imaginou (nos círculos do mundo) para que seres despertassem a partir de uma origem oculta como os filhos primogênitos e sucessores despertaram.

Outras passagens com o sentido de "despertar" ocorrem aqui e ali no Silmarillion como por exemplo quando se fala em Yavanna e do sono (havia até um Vala para isso). Se é mais por causa de um processo criativo residual, se por causa do mundo antigo em que se permitia seres despertarem, ou a minha favorita pra estimular a imaginação (as duas coisas).

Seria muito interessante avaliar a possibilidade de que muitas coisas misteriosas do mundo dos sonhos pudessem concretizadas no mundo antigo como um desejo de Poder não apenas de um Vala do sono, mas do próprio autor de criar a Filha do Rio.
 

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